1) não dá para entender a sua insatisfação contra o Dep. Aldo Rebelo. Não poderíamos achar deputado melhor para recolher, compilar, organizar, resumir e relatar os assuntos discutidos em centenas de Audiencias Públiucas e reuniões.
R: Minha insatisfação com o dep. Aldo começou quando ele percorria o Brasil promovendo discussões para elaboração do texto. Em Ribeirão Preto/SP ele impediu alunos de participarem de uma das reuniões porque os mesmo eram do curso de Biologia da USP e o questionavam. Aí ele divulga que “discutiu aberta e exaustivamente com todas as camadas da sociedade”?
No ano passado, pesquisadores do Brasil se reuniram em São Paulo para discutir os pontos mais polêmicos do novo código. Gente séria, renomada, com anos de experiência. Gente que até o Aldo cita no seu texto do novo código. Sabe o que o Aldo fez, Telmo? Chamou os caras de levianos! Mas se ele mesmo os cita? Quem seria o leviano? E a liberdade de debate? Não é desmoralizando que respondemos nossos adversários. Os ambientalistas o tem direito de se opor. Essa é uma das bases da democracia.
2) Acho que você não sabe bem como funciona a produção legislativa.
R: Não sou formada em direito. Mas sei que se há brechas na lei, pessoas mal intencionadas agem. Permitir atividades agrossilvopastoris “desde que não estejam em área de risco e sejam observados critérios técnicos de conservação de solo e água” é uma brecha grave. Há fraudes nas licenças. Se uma usina contrata uma empresa para elaboração do EIA e a mesma chega a uma conclusão desfavorável para a usina, ela contratará outra que a favoreça. Isso acontece e aconteceu no Pontal do Paranapanema, uma das regiões mais pobres do estado de São Paulo! A lei não pode ter brechas, Telmo! Sou a favor da mudança do código, mas a mesma não pode ser feita às pressas, de qualquer jeito. Se o Aldo demorou um tempo para elaborar, as alterações foram feitas muito rápido.
3) Ademais a sua frase "Não haverá supressão de APP porque ele vai praticamente extinguir a APP" - Você já leu os 69 artigos que foram aprovados na Câmara ou está dizendo tudo isto "por que ouviu falar?" Ludmila, acho que V. precisa rever os seus conceitos.
R: Acredito que essa questão está ou será respondida
4) Obrigar a recompor 15m de mata ciliar nos córregos de 0 a 10 m de largura; 25 m nos córregos de 10 a 50 m de largura e assim por diante, 250 m nos rios de mais de 600 m de largura não é melhor do que deixar sem mata ciliar onde ela foi tirada?
R: Telmo, quero que o Brasil cresça com o melhor e não com o menos pior. Especialistas dizem o seguinte: Profº Drº José Galizia Tundisi – “Reduzir as matas ciliares que agem como tampões de proteção atingiria diretamente a qualidade das águas, aumentaria a toxicidade, reduziria ainda mais o nível dos rios por causa de assoreamento e encheria a água de sedimentos, aumentando o custo do tratamento;
na região do Baixo Cotia, em São Paulo, por exemplo, o custo para tratar mil metros cúbicos de água é de cerca de R$ 300. Em comparação, o tratamento da mesma quantidade em uma cidade que possui rios com proteção de matas ciliares em seus mananciais cai para R$ 2;
A própria agricultura seria prejudicada. Aumentar a área agrícola reduzindo a mata ciliar reduzirá a água disponível.
Profº Dr. Sérgius Gandolfi - Possível apagão hídrico. Exemplo: usina hidrelétrica de Assis Chateaubriand, no Mato Grosso do Sul, que viu seu reservatório desaparecer por causa dos danos causados aos pequenos rios que o abasteciam;
O assoreamento atingiria principalmente os rios mais frágeis, ou seja, os menores, que são cerca de 90% dos rios do país.
O Profº Dr. Ricardo Ribeiro Rodrigues apresentou o programa desenvolvido na Esalq-USP de adequação ambientais de propriedades rurais. Sua equipe encontrou diversas propriedades com possibilidade de aumentar a área agrícola sem ferir o atual Código Florestal. Aqueles que se comprometeram a recuperar as áreas vigentes serão punidos com as alterações no código.
Obviamente, uso água na minha propriedade. Preservo os 30m de mata ripária e nunca tive problema com água, nem na seca.
5) E abertura de novas áreas continuará havendo, pois já está nas Leis atuais, quem tem mais Reserva Legal do que o necessário poderá solicitar Licença para desmatar o que for permitido.
R: Meu vizinho de propriedade produz maracujá. Há cerca de 11 anos ele desmatou uma área de cerrado para aumentar a área plantada. No ano seguinte a produção dele caiu 70%. Ele chamou os técnicos que constataram: as abelhas que polinizavam o maracujá nidificavam no solo do cerrado. Suprimido o hábitat, a polinização foi insuficiente e o prejuízo foi certo. Hoje a área está em processo de regeneração e, com o auxílio técnico, ele vem aumentando a produção.
Se a lei permitir a supressão da mata ciliar para a metade, o que pode acontecer com a minha propriedade que há anos encontra-se em equilíbrio? E se a água diminuir e/ou houver intoxicação do gado que bebe a água do cocho que vem bombeada do açude? Quem vai cobrir meu prejuízo?
6) Por acaso você é jornalista?
Não. E se o fosse nunca trabalharia num veículo como a revista Veja, de reputação questionável, que publicou a matéria intitulada "Um comunista de bom-senso" (14 de julho de 2010), na qual afirma: "Quem sabe virá do deputado Rebelo a solução que concilia a preservação ambiental com a viabilidade do agronegócio". Jornalista é o Aldo, que nunca deve ter sentado na varanda duma sede de fazenda para ver os pássaros – como as garças-carrapateiras que eliminam os parasitas do meu gado – voando no ocaso, ou a onça – que come as capivaras que poderiam comer meu milho – esturrando à noitinha, ou as cotias comendo frutado pomar pela manhã... O Sr. Aldo ou qualquer pessoa que queira desmatar sob o fraco argumento de aumentar a produção agrícola nunca se surpreendeu com uma jaguatirica em cima da árvore no sol do meio-dia.
Gosto de ler Geld Sparovek, agrônomo da Esalq-USP, que explica o porquê a conservação ambiental não impedir a expansão das fronteiras agrícolas, apresentando vários estudos que mostram possibilidades de crescimento da área plantada sem atingir a vegetação a ser preservada. Recomendo-o.
Obrigada Telmo! Um abraço!
Comentário referente a notícia: [b]NEM DESMATAMENTO, NEM ANISTIA, por Aldo Rebelo[/b]
Veja a notícia completa http://www.noticiasagricolas.com.br/noticias.php?id=90551
Comentário referente a notícia: [b]NEM DESMATAMENTO, NEM ANISTIA, por Aldo Rebelo[/b]
Veja a notícia completa http://www.noticiasagricolas.com.br/noticias.php?id=90551
Oi Telmo. Vou responder cada tópico do seu post.
1) não dá para entender a sua insatisfação contra o Dep. Aldo Rebelo. Não poderíamos achar deputado melhor para recolher, compilar, organizar, resumir e relatar os assuntos discutidos em centenas de Audiencias Públiucas e reuniões.
R: Minha insatisfação com o dep. Aldo começou quando ele percorria o Brasil promovendo discussões para elaboração do texto. Em Ribeirão Preto/SP ele impediu alunos de participarem de uma das reuniões porque os mesmo eram do curso de Biologia da USP e o questionavam. Aí ele divulga que “discutiu aberta e exaustivamente com todas as camadas da sociedade”?
No ano passado, pesquisadores do Brasil se reuniram em São Paulo para discutir os pontos mais polêmicos do novo código. Gente séria, renomada, com anos de experiência. Gente que até o Aldo cita no seu texto do novo código. Sabe o que o Aldo fez, Telmo? Chamou os caras de levianos! Mas se ele mesmo os cita? Quem seria o leviano? E a liberdade de debate? Não é desmoralizando que respondemos nossos adversários. Os ambientalistas o tem direito de se opor. Essa é uma das bases da democracia.
2) Acho que você não sabe bem como funciona a produção legislativa.
R: Não sou formada em direito. Mas sei que se há brechas na lei, pessoas mal intencionadas agem. Permitir atividades agrossilvopastoris “desde que não estejam em área de risco e sejam observados critérios técnicos de conservação de solo e água” é uma brecha grave. Há fraudes nas licenças. Se uma usina contrata uma empresa para elaboração do EIA e a mesma chega a uma conclusão desfavorável para a usina, ela contratará outra que a favoreça. Isso acontece e aconteceu no Pontal do Paranapanema, uma das regiões mais pobres do estado de São Paulo! A lei não pode ter brechas, Telmo! Sou a favor da mudança do código, mas a mesma não pode ser feita às pressas, de qualquer jeito. Se o Aldo demorou um tempo para elaborar, as alterações foram feitas muito rápido.
3) Ademais a sua frase "Não haverá supressão de APP porque ele vai praticamente extinguir a APP" - Você já leu os 69 artigos que foram aprovados na Câmara ou está dizendo tudo isto "por que ouviu falar?" Ludmila, acho que V. precisa rever os seus conceitos.
R: Acredito que essa questão está ou será respondida
4) Obrigar a recompor 15m de mata ciliar nos córregos de 0 a 10 m de largura; 25 m nos córregos de 10 a 50 m de largura e assim por diante, 250 m nos rios de mais de 600 m de largura não é melhor do que deixar sem mata ciliar onde ela foi tirada?
R: Telmo, quero que o Brasil cresça com o melhor e não com o menos pior. Especialistas dizem o seguinte: Profº Drº José Galizia Tundisi – “Reduzir as matas ciliares que agem como tampões de proteção atingiria diretamente a qualidade das águas, aumentaria a toxicidade, reduziria ainda mais o nível dos rios por causa de assoreamento e encheria a água de sedimentos, aumentando o custo do tratamento;
na região do Baixo Cotia, em São Paulo, por exemplo, o custo para tratar mil metros cúbicos de água é de cerca de R$ 300. Em comparação, o tratamento da mesma quantidade em uma cidade que possui rios com proteção de matas ciliares em seus mananciais cai para R$ 2;
A própria agricultura seria prejudicada. Aumentar a área agrícola reduzindo a mata ciliar reduzirá a água disponível.
Profº Dr. Sérgius Gandolfi - Possível apagão hídrico. Exemplo: usina hidrelétrica de Assis Chateaubriand, no Mato Grosso do Sul, que viu seu reservatório desaparecer por causa dos danos causados aos pequenos rios que o abasteciam;
O assoreamento atingiria principalmente os rios mais frágeis, ou seja, os menores, que são cerca de 90% dos rios do país.
O Profº Dr. Ricardo Ribeiro Rodrigues apresentou o programa desenvolvido na Esalq-USP de adequação ambientais de propriedades rurais. Sua equipe encontrou diversas propriedades com possibilidade de aumentar a área agrícola sem ferir o atual Código Florestal. Aqueles que se comprometeram a recuperar as áreas vigentes serão punidos com as alterações no código.
Obviamente, uso água na minha propriedade. Preservo os 30m de mata ripária e nunca tive problema com água, nem na seca.
5) E abertura de novas áreas continuará havendo, pois já está nas Leis atuais, quem tem mais Reserva Legal do que o necessário poderá solicitar Licença para desmatar o que for permitido.
R: Meu vizinho de propriedade produz maracujá. Há cerca de 11 anos ele desmatou uma área de cerrado para aumentar a área plantada. No ano seguinte a produção dele caiu 70%. Ele chamou os técnicos que constataram: as abelhas que polinizavam o maracujá nidificavam no solo do cerrado. Suprimido o hábitat, a polinização foi insuficiente e o prejuízo foi certo. Hoje a área está em processo de regeneração e, com o auxílio técnico, ele vem aumentando a produção.
Se a lei permitir a supressão da mata ciliar para a metade, o que pode acontecer com a minha propriedade que há anos encontra-se em equilíbrio? E se a água diminuir e/ou houver intoxicação do gado que bebe a água do cocho que vem bombeada do açude? Quem vai cobrir meu prejuízo?
6) Por acaso você é jornalista?
Não. E se o fosse nunca trabalharia num veículo como a revista Veja, de reputação questionável, que publicou a matéria intitulada "Um comunista de bom-senso" (14 de julho de 2010), na qual afirma: "Quem sabe virá do deputado Rebelo a solução que concilia a preservação ambiental com a viabilidade do agronegócio". Jornalista é o Aldo, que nunca deve ter sentado na varanda duma sede de fazenda para ver os pássaros – como as garças-carrapateiras que eliminam os parasitas do meu gado – voando no ocaso, ou a onça – que come as capivaras que poderiam comer meu milho – esturrando à noitinha, ou as cotias comendo frutado pomar pela manhã... O Sr. Aldo ou qualquer pessoa que queira desmatar sob o fraco argumento de aumentar a produção agrícola nunca se surpreendeu com uma jaguatirica em cima da árvore no sol do meio-dia.
Gosto de ler Geld Sparovek, agrônomo da Esalq-USP, que explica o porquê a conservação ambiental não impedir a expansão das fronteiras agrícolas, apresentando vários estudos que mostram possibilidades de crescimento da área plantada sem atingir a vegetação a ser preservada. Recomendo-o.
Obrigada Telmo! Um abraço!
Comentário referente a notícia: [b]NEM DESMATAMENTO, NEM ANISTIA, por Aldo Rebelo[/b]
Veja a notícia completa http://www.noticiasagricolas.com.br/noticias.php?id=90551
Comentário referente a notícia: [b]NEM DESMATAMENTO, NEM ANISTIA, por Aldo Rebelo[/b]
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