Fala Produtor - Mensagem

  • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR 23/04/2018 05:44

    O planeta terra sofre com as demandas, de toda ordem. Há uma tese que vivemos num mundo onde existem recursos finitos e renováveis.

    A espécie humana, segundo estudiosos, tem 300 mil anos. Na terra que pisamos o dia a dia, segundo estudiosos, existe há 4,5 bilhões de anos. Diante dessa comparação, já dá para verificar nossa importância no contexto.

    A Agricultura teve seus primórdios há dez milênios e, nos dias atuais, a maioria entende que a atividade agride o meio ambiente, mas o que é o meio ambiente? Muitos entendem o meio ambiente, o local onde está sob exploração.

    Mas, vamos ao "solo". Para muitos é um substrato, onde as atividades serão desenvolvidas. Ledo engano.

    O "solo" é um meio biológico, onde a vida é muito mais pujante do que no ar, ou na água. Só para se ter uma ideia, uma colher de terra contém Cem milhões de microrganismos.

    Os solos tropicais são ricos em bactérias de vida livre, diferente dos solos de clima temperado, onde os fungos predominam. Por isso lá os solos contêm mais matéria orgânica, os fungos trabalham mais devagar que as bactérias. Nos solos tropicais esse parâmetro não serve.

    Para solos tropicais deveria se criar um método de analise de teor enzimático. As enzimas são o estomago das bactérias, quanto maior o teor, maior será o número de indivíduos em atividade e, consequentemente, este "meio" está estável para se desenvolver uma "AGRICULTURA SUSTENTÁVEL"!

    Sempre trabalhamos nossas ideias, comparativamente aos países colonizadores, práticas agrícolas importadas (aração, gradeação) mostraram-se inconvenientes, após um longo tempo. Mas, ainda mantemos que o solo é um substrato químico.

    A estabilidade de um solo- capacidade de retenção de água, resistência a erosão, aeração, fertilidade e, muitas outras, quem colabora são os microrganismos em atividade que lhe conferem. Veja que cito: "microrganismos em atividade", pois quando o meio não é propicio, simplesmente eles morrem.

    Para que o solo "trabalhe eficientemente" conceda o "meio favorável" para que os microrganismos de vida livre atuem nesse meio. Falo de seres que estão aí na natureza há milhões ou bilhões de anos. São seres que sobreviveram todas as eras glaciais, queda de meteoros, vulcões, terremotos, etc. Muitos têm ciclo de vida que vão de minutos há algumas horas. Seu "trabalho" se torna grande, pelo número de indivíduos.

    Para isso é necessário fornecer-lhe palha, com doses de cálcio e fosforo. Veja que citei palha e não adubo verde. Segundo os especialistas o adubo verde não tem as "sustâncias" que a palha contem.

    O solo da Amazônia é considerado pobre, mas como produz uma vegetação exuberante? Foi encontrado em folhas dessas árvores Vinte milhões de microrganismos/cm². São organismos de vida livre que fixam o N (nitrogênio) do ar e o disponibilizam para os vegetais.

    Segundo estudos o N produzido industrialmente no mundo, corresponde a 8% da necessidade da produção vegetal. Aí surge a pergunta: Quem contribui com o restante?

    Quanto as outras qualidades, esses seres são responsáveis pela formação dos grumos no solo, conferindo-lhe espaços onde o ar vai circular, resistência ao impacto das gotas de chuva e, facilidade para a penetração das raízes dos vegetais.

    Veja que uma coisa puxa a outra, ou seja:

    CONCEDA UM MEIO FAVORÁVEL AOS MICRORGANISMOS DO SOLO... QUE O "RESTO" ACONTECE !!!

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      He! He! (risos)... O "velhinho" está inspirado...

      Veja que a pedra basilar do reino vegetal é a fotossíntese.

      Como ela ocorre?... A planta "pega" a água do solo (H2O), o oxigênio do ar, na forma de CO2 e, com a energia do sol, "fabrica" carboidrato, cuja fórmula química é COH. Veja que a natureza juntou o Carbono (C), o Oxigênio (O) e o Hidrogênio (H), mas as plantas produzem mais coisas né. Que são aminoácidos e proteínas. E quais são as formulas dessas moléculas?

      É simples, pegamos o tal de carboidrato e adicionamos o Nitrogênio (N), pronto temos o aminoácido. Resulta em: COHN.

      E a proteína? É mais um passo, ou melhor, adicionamos no aminoácido mais o Enxofre (S). Resulta em: COHNS.

      Esses passos, os vegetais fazem através do seu metabolismo, ou seja, consomem energia para fabricar elementos que vão ser úteis para sua sobrevivência e, de outros seres superiores, no caso, o Reino Animal.

      Veja que as moléculas vão aumentando de tamanho. Agora vem o mais bonito da história, plantas que estão com seu metabolismo saudável, produzem as proteínas em tempo normal e, isso afasta o ataque de pragas e doenças, pois os insetos e todos os agentes patogênicos têm a capacidade de digerir somente aminoácidos e carboidratos.

      Em outras palavras, plantas com teores normais de proteínas não são atacadas por insetos ou doenças.

      E como alcançar esse nirvana? Acredito que é uma utopia, mas pode-se tentar amenizar essa "guerra chimica" que o setor trava há décadas e, pelo jeito está longe de acabar.

      Um dos fatores é melhorar o meio onde suas raízes vão viver, com o objetivo maior de nutrir a planta e promover um metabolismo normal, com isso, protegendo a sua parte aérea, sujeita a outros sem números de percalços que a MÃE natureza lhe impõe.

      .... "E VAMOS EM FRENTE" ! ! ! ....

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    • Cácio Ribeiro de Paula Bela Vista de Goiás - GO

      Muito bem, Sr. Rensi!!! Muito bem!!

      São os conhecimentos acumulados e as experiências vivenciadas ao longo dos anos...

      Com a Mãe Natureza podemos nos relacionar. Sem falar... Ela nos diz muito!!

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    • Matheus Murad São José do Rio Preto - SP

      Uma aula Sr. RENSI!

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    • José Luiz Lazaron Itanhangá - MT

      Parabéns Rensi, mas lhe faço uma pergunta, qual a diferença e a benesse entre um hectare de soja, um hectare de milho safrinha, sendo que o soja produz 4.200kg por hectare e o milho 7.200ha, comparando isso com um hectare da floresta amazônica, quais os parâmetros pros e contras?

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    • carlo meloni sao paulo - SP

      Evoluimos mais um pouco

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Sr. José Luiz Lazaron, estou na dúvida. Mas, penso que o seu questionamento, está na linha do beneficio que um hectare produzindo alimento é melhor do que um hectare no seu estado natural.

      Bom, essa pergunta é pensar o obvio. Mas, quero de antemão dizer, que não sou desses "verdes" que militam contra os progressos da humanidade.

      A minha ideia, exposta no comentário, é de que existe uma realidade e, pode-se tentar usar essa via, pois como ela existe, já há algum tempo, coisa de milhares de anos, seria interessante que o homem, com sua inteligência, use esse exército de microrganismos para trabalhar em prol, quem sabe, de uma diminuição do custo na produção dessas quantidades de soja e milho, que o homem produz por hectare.

      Ah! O Sr. Está em Itanhanga-MT, não sei se aí foram implantadas carvoarias. Mas, se foi, procure ver nas áreas onde se produziu carvão e, veja no terreno onde há uma abundância de pó de carvão, como as plantas se desenvolvem.

      O pó de carvão é um elemento que aumenta a aeração do solo, promovendo um meio favorável para os microrganismos viverem.

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Sr. Matheus Murad...Obrigado, mas não tenho a pretensão de dar aula. Sigo uma linha de pensamento que procura usar os recursos naturais a seu favor e, como são recursos naturais... Não se paga nada para usá-los. Veja, todos agricultores usam a luz solar para a produção e, seu custo é zero. Até que apareça alguma ONG...

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