Agência Moody's muda perspectiva da economia do Brasil para "negativa"
A agência de classificação de risco Moody's mudou a perspectiva de rating do Brasil nesta terça-feira para "negativa", de "estável", citando o maior risco de crescimento baixo sustentado e de piora em métricas de dívida.
Ao mesmo tempo, a Moody's reafirmou o rating soberano do País em "Baa2", devido à resiliência (recuperação) aos choques financeiros externos por seu colchão de reservas internacionais, vulnerabilidade limitada do balanço patrimonial do governo e benefícios (subjacentes) derivados da economia extensa e diversificada do Brasil.
A agência citou três motivos para a alteração da perspectiva da nota brasileira. A economia com poucos sinais de retorno ao potencial de crescimento no curto prazo, a forte deterioração do sentimento do investidor e os desafios fiscais que impedem a reversão da tendência de elevação nos indicadores da dívida do governo.
Leia a reportagem na íntegra no site Terra
Moody’s diz que crédito do Brasil se deteriora
Nada mudou.
Confirmando a tese de que as agências de classificação de risco são sempre retardatárias ao reagir aos eventos da economia real, a Moody’s acaba de colocar a nota de crédito do Brasil em perspectiva negativa, o primeiro passo para rebaixar o rating do País.
A agência citou o baixo crescimento econômico, a crise de confiança do empresariado (que levou a uma queda do investimento) e o “desafio fiscal” representado por uma dívida alta e um crescimento baixo.
Com um rating mais baixo, o custo dos empréstimos internacionais para as empresas e para o Governo brasileiro sobe.
Em princípio, o possível corte pela Moody’s, que ainda pode demorar meses, não ameaça o chamado “grau de investimento”, o selo de qualidade dado pela agência que certifica que o País é um lugar “seguro” para se investir.
Na escala de ratings, o Brasil está dois degraus acima do grau de investimento.
Mas a pergunta é: com um PIB em estado de coma, centenas de bilhões de reais em esqueletos fiscais, contabilidade criativa e intervenção governamental em vários setores… como é que a perspectiva ainda não era negativa?
Por Geraldo Samor, de veja.com