Nova linha anunciada para o pré custeio da safra 15/16 de R$ 9 bi ainda gera incertezas, principalmente sobre as taxas de juros
A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, informou na terça-feira (14), após reunião no Ministério da Fazenda, que os recursos para o pré-custeio, modalidade de financiamento para compra de insumos para a safra, deverão somar R$ 9 bilhões.
Do total de R$ 9 bilhões, R$ 7 bilhões serão liberados pelo Banco do Brasil e outros R$ 2 bilhões virão da Caixa Econômica Federal referente ao Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural). A ministra afirmou que as condições do pré-custeio serão anunciadas nesta quinta-feira (16).
Segundo Antônio da Luz, economista da Farsul (Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul), a instituição procurou o Banco do Brasil no começo deste ano para avaliar a possibilidade de liberação de créditos para o pré-custeio. No encontro, o Banco afirmou "possuir sobra de 4 bilhões da linha de comercialização da safra 2014/15, então o que vínhamos trabalhando com o Banco do Brasil a bastante tempo era tirar esse recurso da comercialização e usar como pré-custeio, mas o BB disse que como pré-custeio não poderia usar, o que poderia ser feito era uma outra modalidade semelhante ao pré-custeio", explica Da Luz.
Contudo, os 4 bilhões não seriam suficientes para atender as necessidades do pré-custeio, por isso o Banco do Brasil precisaria injetar pelo menos mais 3 bilhões de recursos próprios, que resultaria no total de 7 bilhões. Segundo o economista, na ocasião o BB confirmou que por conta dessa composição de 3 bi, os juros não poderiam ser integralmente a 6,5% - vigente desde o plano safra 2014/15 - por isso parte desse recurso - 45% - teriam que ser emprestados a juros livre.
Antônio considera que os produtores deveriam ter a opção de solicitar 55% do recurso a juros de 6,5% e os outros 45% dentro da política de juros livre do banco.
"Mas agora parece que já estamos falando de um juros fixo para todos as parcelas, independente do valor a ser tomado - que não era o que tínhamos combinado lá atrás - e isso começa a gerar preocupação", declara.
Além disso, a plana safra deveria ser plurianual para que os produtores tenham a tranquilidade de gerenciar e planejar seus negócios, sem que todos os anos as condições de financiamento sofram alterações, considera o economista.
Segundo ele, a visibilidade política em torno dos anúncios do plano safra, e o ambiente de incertezas políticas e econômicas são os principais impedimentos para criação do plano safra plurianual. Contudo, "é indispensável que em 2016 isso aconteça para pelo menos 5 anos", declara.
Para o plano safra 2015/16 que deve ser anunciado nos próximos meses, o economista considera que juros acima dos 8,5% será abusivo, porque "nós estaremos cobrando do produtor um spread que é desalinhado com a adimplência do setor", conclui.
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