Perda de eficiência na ação de uma proteína no controle da lagarta do cartucho não inviabiliza tecnologia BT, mas acende sinal de alerta

Publicado em 19/11/2015 11:34
Perda de eficiência na ação de uma proteína no controle da lagarta do cartucho não inviabiliza tecnologia BT, mas acende sinal de alerta

Estudos têm relevado a presença de lagartas do cartucho resistentes à tecnologia Bt do milho e começa a acender o sinal de alerta a necessidade de prática de manejo conjunta para manter a eficiência desses produtos no Brasil.

De acordo com o José Magid Waquil, Ph.D em fitopatologia e consultor do CIB (Conselho de Informação sobre Biotecnologia), "a grande preocupação no momento é retardar ao máximo a presença desses tipos de insetos resistentes a tecnologia Bt”.

Até o momento a tecnologia Bt apresentou perda de eficiência para apenas uma proteína, chamada Cry1F, justamente a que controla a lagarta do cartucho. As outras proteínas continuam funcionando contra outras pragas como a lagarta elasmo, a lagarta da espiga e para a broca da cana-de-açúcar. Portanto, a adoção de medidas preventivas é fundamental para que, em futuro próximo, a resistência não se aplique à outras proteínas, inviabilizando a tecnologia do BT nas lavouras do País.

Entre as medidas preventivas está a implantação de áreas de refúgio na lavoura, técnica que consiste na diversificação de plantio entre sementes geneticamente modificadas e convencionais, no intuito de preservar a eficácia da tecnologia . "Essa proporção de convencional que é cultivada em uma área menor no meio da lavoura transgênica produz insetos que são suscetíveis à proteína, retardando a evolução da resistência", explicao dr. Waquil.

Atualmente a recomendação é de 20% de refúgio para soja, milho e algodão, com uma distância máxima de 800 metros e, a utilização de cultivares convencionais com ciclo parecido das transgênicas, para evitar dificuldades e diferenças de manejo nas lavouras.

Ainda assim, o pesquisador Waquil ressalta a importancia de adoção de outras medidas conjuntas para garantir a maior eficácia das tecnologias transgênicas. "As boas práticas agronômicas aplicadas às plantas geneticamente modificadas preconizam as seguintes práticas:  dessecação antecipada caso o produtor tenha muita massa verde na sua área;  tratamento de sementes; rotação de cultura e o controle das plantas daninhas e da "tiguera" - principalmente se a lavoura anterior possuía a mesma tecnologia", acrescenta.

Segundo ele, até o momento a tecnologia Bt apresentou perda de eficiência a apenas uma proteína, mas essas medidas preventivas são fundamentais para que, em futuro próximo, a resistência não se aplique à outras proteínas, inviabilizando a tecnologia do BT nas lavouras do País.

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Tags:
Por:
Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte:
Notícias Agrícolas

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