Com retorno das chuvas no Sul do país, após 20 dias de estiagem, ferrugem deve voltar com força total às lavouras
Na safra 2015/16 o sul do país recebeu grandes volumes de chuva no inicio do ciclo, condições extremamente favoráveis para o desenvolvimento de doenças - principalmente a ferrugem asiática.
E mesmo com um período longo de estiagem, as chuvas retornaram e os produtores precisam ficar atentos ao crescimento populacional do fungo. Segundo o professor da Universidade de Passo Fundo, Carlos Forcellini, mesmo no período sem chuvas a doença pode se propagar.
"O período seco não significa necessariamente que as doenças vão parar, muda de fato alguma coisa no processo, mas a doença continua evoluindo e o mais importante é que os produtores não se desmobilizem com relação aos planejamentos de aplicação"
Os esporos são produzidos com a umidade relativa do ar alta (acima de 6% a 8%) e disseminados pelo vento, mas no caso das lavouras do sul embora a estiagem tenha durado cerca de 20 dias, na primeira semana sem chuva as condições para o desenvolvimento da doença permaneceram praticamente idênticas ao período chuvoso. Posteriormente, as condições foram se alterando, mas nessa situação já que os fungos não têm o ambiente ideal para produzir os esporos, eles tendem a crescer internamente no tecido das plantas, independendo da presença de água.
"A conseqüência disso tudo é que quando as chuvas voltam, como já aconteceu, o fungo volta a produzir esporos, só que ele começa a fazer esse processo não só naqueles lugares onde originalmente estava presente, mas a partir de todos os outros que ele adquiriu através do crescimento interno", explica Forcellini.
Neste sentido, os fungicidas protetores se apresentam como uma alternativa para evitar a propagação da população do fungo. Segundo o professor, em 2014 ocorreu um cenário climático parecido com o que acontece no sul do país. Após um período de estiagem a proliferação da doença voltou com mais força, por isso a importância de utilizar produtos protetivos para evitar o aumento da doença.
Os fungicidas protetores, como são comumente chamados, envolvem a camada folhear das plantas, inibindo a ação do fungo. Além disso, possuem a ação multissítio que diminui a chance de desenvolvimento da resistência - um grande problema enfrentado atualmente com os fungicidas sistêmicos.
A principal diferenciação entre os fungicidas sistêmicos e os protetores, é a ação multissítio. Ao contrário dos produtos comumente utilizados pelos agricultores, os protetores atuam em diversos mecanismos do fungo, dificultando assim a possibilidade de mutação e desenvolvimento de resistência.
"Outro ponto positivo a destacar nos protetores, é que nos períodos secos são desfavoráveis a aplicação porque normalmente não oferecem a umidade ideal, mas os protetores são atenuadores a fitotoxicidade que ocorre com produtos mais concentrados", ressalta Forcellini.
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