DIRETO DE GENEBRA - Compradores de soja estão bem estocados. Alta deve ser aproveitada, junto com opções de compra
A cidade de Genebra, na Suíça, é a capital mundial da comercialização de grãos no mercado físico, concentrando as principais corretoras e traders do mundo. Nesta cidade, está localizado o economista brasileiro Miguel Biegai, que trabalha na OTCex Corretora. Nesta segunda-feira (21), Biegai conversou com o Notícias Agrícolas para explicar e destacar a importância desse mercado.
De acordo com Biegai, a cidade é estratégica por ser possível conversar com Ásia e Américas dentro de um mesmo dia. Por isso, ela acabou concentrando muitas empresas grandes da área de comercialização de commodities. Genebra lida com o mercado de balcão, logo, a negociação de prêmios nos portos é definida, em boa parte, na cidade.
Mercado da soja
Hoje, o mercado da soja iniciou o dia em alta em Chicago. Biegai lembra que há uma forte resistência do contrato julho/17 na casa dos US$9,70/bushel e que o mercado precisa de um fator novo e forte para romper essa linha, ocasionada por uma resistência gráfica que está escorada no lado fundamental. Os compradores na Ásia estão relativamente tranquilos e acomodados porque houve uma safra recorde nos Estados Unidos e na América do Sul. Além disso, a nova safra norte-americana também tem um bom início. Com isso, o momento seria ideal para que os vendedores realizassem alguns negócios.
De acordo com as informações do economista, o mercado está bem abastecido no curto prazo e não há uma vontade grande de formar mais estoque. No entanto, a demanda se encontra forte - se houvesse problema de demanda, os preços estariam mais baixos.
Na visão de Biegai, o mercado não deve ficar abaixo dos US$9/bushel pois, neste caso, os produtores do mundo não realizam vendas. Ele também acredita que os preços baixos dos últimos anos foram responsáveis por incentivar o consumo a crescer nos últimos anos, logo, "o mundo não tem mais direito a erro em termos de produção. As safras tem que ser continuamente cheias para não haver 'estouro' de preços", aponta.
Operações de call
Ele destaca para a funcionalidade das operações de call, facilitando o lucro dos produtores. Ele exemplifica isso da seguinte maneira: se o produtor possui 500 toneladas de soja paradas no silo, o recomendado é vender o físico e comprar o equivalente a 500 toneladas em call na bolsa. Se o preço subir, os produtores participam da alta como se ainda tivessem essas 500 toneladas.
Essa lógica de proteção no mercado vale para qualquer commodity. Quando você ganha o dinheiro de uma call, esse valor deve ser declarado no Imposto de Renda, mas pode ser abatido de operações que obtiveram prejuízo.
Soja no mundo
A demanda por soja convencional, de acordo com o economista, está cada vez menor. Os compradores estão cada vez mais aderindo à soja transgênica, que é mais barata. Há um prêmio elevado por soja convencional, mas é um mercado que está diminuindo, ano após ano, o seu nicho.
O petróleo, por sua vez, como "rei das commodities", afeta todas as outras em um aspecto macro. No entanto, um problema no plantio americano pode ser mais importante para a formação dos preços da soja do que uma queda eventual do petróleo.
Loivano Freitag Palmeira das Missões - RS
Difícil entender... nessa época ano passado só se falava em falta de soja e nem um analista falava em sobra de estoques ... mas do nada acabamos tendo compradores lotados de produtos... agora a conversa é vendam nas oportunidades... está parecendo que querem arrancar o pouco produto restante para satisfazer ainda mais os atravessadores... Quando vamos saber a verdade?
Caro Loivano..conheço sua cidade..trabalhei uns 8 anos na Seara..em Itapiranga...voces tem que aprender a ouvir a verdade e não aquilo que gostariam de ouvir...veja um exemplo..a tendencia é cair ainda mais..ou continuar de lado mas tem muito analista enrolão...na segunda subiu porque o plantio no EUA estava atrasado..hoje caiu porque estava adiantado...bem mentiram ontem e hoje de novo...
FAKE NEWS!
Concordo que devemos nos ater na verdade, mas onde ela está?
Sr. Loivano, aí está o problema, pois toda verdade é relativa...
A verdade é a busca do absoluto, do definitivo. Nos preços a verdade é que ninguém sabe o que pode acontecer. Pode ir para 20 ou cair para 5. Se aposto na baixa e sobe, perco. Se aposto na alta e cai, perco.
No prazo mais longo a soja está em tendencia de baixa, no curto prazo, últimos 30 dias está consolidada com suporte nos 9,36, deu uma estilingada até 9,29 e voltou rapidamente, significando que abaixo disso os compradores surgem. A resistencia que tem que ser ultrapassada para atingir 10,08 é os 9,8.
Caro Loivano...as safras tem sido grandes,,,perpectivas de aumento de area nos USA...previsão de clima normal..demanda normal os PREÇOS salvo fato novo e andar de lado e em queda...
Dalzir Vitoria Uberlândia - MG
Caros produtores..para saber o que o entrevistado coloca não precisa nem trabalhar nem morar na suiça...pode trabalhar ou morar em Bara do Guarita..ou Palmitinho no Rio Grande do Sul..é só prestar atenção aos numeros do mercado..mundo estocado..safras records..previsoes de safras normais..e demanda normal...alguem ja viu preço subir...alias eu ja vi...so nas licitaçoes do governo no Brasil...
a unica coisa que sobe nesta m de pais é o diesel e os insumos, o governo comunista colocado em 2002 só quer ferrar a produção, não tem propina. dai... diesel 4%
(maquinario e frete) sobe sempre o dobro da gasolina/alcool) 2% para ir para a praia. ou passear. aumentou na sexta feira. 22/04 novamente
Excelente entrevista com um verdadeiro trader de mercado, e que está lá no olho do furacão. Genebra é mesmo o centro mundial do mercado de commodities agricolas. Ótima "aquisição" do notícias agrícolas, rsrs
Rafael Ferreira Cascavel - PR
Entrevista muito esclarecedora..., sugiro ao Notícias Agrícolas fazer entrevistas periódicas com o Miguel Biegai, uma pessoa que entende muito do assunto...
Rafael, ele estará conosco todas às segundas às 11h e sextas-feiras às 15h30 (horários de Brasília). Não deixe de nos acompanhar e de participar!
Entrevista excelente!
Comentar o óbvio é aparecer, breaking point é a logistica do Brasil... é e será!...