Protecionismo explicaria embargo dos EUA à carne, mas governo e setor produtivo não podem ignorar falhas na fiscalização
Desde que os Estados Unidos suspenderam temporariamente a compra de carne in natura brasileira, muito se questionou em como reverter à situação.
Para Rubens Antônio Barbosa, presidente da Rubens Barbosa & Associados e ex-embaixador do Brasil nos EUA, a importância do mercado norte-americano para a imagem do Brasil é inquestionável, por isso, é necessário a adoção de medidas rápidas e efetivas que assegurem o sistema de fiscalização do país.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informou que uma missão técnica irá aos Estados Unidos no início de julho entregar um relatório sobre a situação e, posteriormente o Ministro Blairo Maggi irá ao país tratar do assunto pessoalmente.
"Se não forem tomadas medidas concretas os EUA não reabrirão o mercado, e outros países podem seguir a decisão norte-americana", lembra Barbosa ressaltando que esse desdobramento traria sérias conseqüências a cadeia pecuária nacional.
O Brasil, como um dos maiores exportadores de carnes do mundo, encontra-se em posição de fragilidade - perante aos compradores - quanto aos serviços de fiscalização sanitária. "Não podemos ignorar que os problemas existem, espero que o Mapa esteja tomando providência para assegurar que esses problemas não voltem acontecer", diz Barbosa.
"Por outro lado, não descarto a possibilidade de ter pressão por parte dos pecuaristas dos EUA nessa decisão de suspensão, já que durante toda a negociação tentaram impedir a abertura de mercado para o Brasil", acrescenta o ex-embaixador.
Mas, Barbosa ressalta que embora o viés protecionista precise ser considerado, é impossível mensurar até que ponto esse fator pesou na decisão. De qualquer modo, "não adianta entrar com elementos políticos, é preciso mostrar medidas concretas para solução do problema", conclui.
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