DNIT bloqueia a BR-163 desde o MT até Miritituba (PA). Soja fica sem a saída Norte

Publicado em 03/03/2019 09:15
A orientação aos caminhoneiros que ainda não estão na região é para que respeitem o bloqueio e iniciem o deslocamento de Mato Grosso ao Pará somente a partir da próxima terça-feira, 5 de março,

Voltou a chover na divisa entre o norte do Mato Grosso e o Estado do Pará, e o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutra de Transportes) resolveu bloquear de vez a BR-163 no trecho do município de Moraes Almeida/PA onde mais de 3 mil caminhões se encontram parados no atoleiro formado nas rampas de morros daquela região.

O DNIT prevê a reabertura somente a partir de terça-feira.

O bloqueio  não ocorre  somente em um trecho específico, mas  o que dá mais problemas é  a Serra da Anita, a 47km  de Novo Progresso (PA). "Mas na estrada de chão, qualquer lugar com leve declive se torna um problema", informa o vice-prefeito de Novo Progresso, Gelson Dill.
 
No sábado, com o tempo firme, os caminhões vazios de retorno do porto de Miritituba (PA) conseguiram passar pelo atoleiro. Policiais de PRF vindos de motos desde Sinop (MT) e também de Belém (PA), conseguiram organizar o techo que estava tomado por filas triplas. A PFR também conseguiu acalmar os ânimos dos caminhoneiros, que estavam sem alimentos.
 
Porém, com a volta das chuvas, voltou também a preocupação com a segurança dos habitantes de Novo Progresso. Esse atoleiro onde estão 3 mil caminhoneiros no meio da selva é considerado uma das maiores paralisações de veiculos da história.
 
Desde o trecho asfaltado até o bloqueio são 60 quilometros de caminhões dispostos em filas contínuas, sem poderem manobrar para fazer o retorno.
 
Equipes do DNIT, do Exército e da Polícia Rodoviária também estão retendo caminhões carregados no posto de controle em Serra da Anita, na direção do porto de Mirituba. 
 

Comunicado do DNIT:  

Devido às intensas chuvas na região Norte e à realização de serviços de manutenção para garantir a trafegabilidade do trecho não pavimentado da rodovia BR-163/PA, o trânsito de carretas e caminhões na rodovia federal está sendo bloqueado nas cidades de Santa Helena/MT e  Guarantã do Norte/MT por equipes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), a pedido do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).  

Equipes do DNIT, Exército Brasileiro e PRF também estão retendo os caminhões carregados no Posto de Controle de Trânsito (PCtran) da Serra da Anita, sentido norte, rumo aos portos de Miritituba/PA.

O objetivo é garantir o escoamento da produção de soja e evitar o acúmulo dos veículos em Moraes Almeida/PA, onde a subida das serras está com a pista escorregadia, dificultando a passagem de caminhões carregados. 

A retenção de veículos é necessária devido à dificuldade de tração dos caminhões carregados em trechos em aclives, sob chuva. Mesmo com orientação dos agentes locais, alguns motoristas têm formado filas duplas e triplas ao longo do trajeto. 

Após conclusão dos trabalhos emergenciais, o fluxo de caminhões será liberado gradativamente pelas equipes do DNIT, Exército e PRF, destravando o trânsito no local.

A orientação aos caminhoneiros que ainda não estão na região é para que respeitem o bloqueio e iniciem o deslocamento de Mato Grosso ao Pará somente a partir da próxima terça-feira, 5 de março, para evitar maior degradação da via.

Em função da necessidade de manutenção na via, fica estabelecido que os caminhões não poderão ultrapassar o checkpoint 1, no horário compreendido entre as 22h e 06h. Esse bloqueio ocorrerá no sentido norte do PCTran 1, em Santa Julia, próximo a Novo Progresso/PA. A medida leva em conta questões de segurança e conservação da rodovia.

Pesagem -

Outra medida para garantir o fluxo de veículos na BR-163/PA no período de escoamento da safra de grãos será a fiscalização através de um posto de pesagem instalado em Guarantã do Norte/MT, que será iniciada no mês de março. O objetivo desta ação é evitar a subida para os portos de caminhões com excesso de carga, que acabam degradando a rodovia. As carretas com peso acima do recomendado não poderão continuar a viagem a partir do posto de pesagem entre a divisa do Mato Grosso e Pará.

(ASCOM DNT/MT).

Estrada já está fechada em Guarantã do Norte e Sta. Helena

A fronteira de Mato Grosso com o Pará, nos trechos que dão acesso à BR 163, paralisada há cinco dias pelas chuvas e congestionamentos, amanheceu fechada para o tráfego de carretas neste domingo (3). O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Denit) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) já efetuam os bloqueios em Santa Helena e Guarantã, e os agentes do mercado exportador e logístico estão sendo avisados.

“Era preciso fazer essa operação, para dar vazão aos poucos dos caminhões que estão parados e que estão sendo liberados em comboios de 100”, informou Edeon Vaz Pereira, presidente do Movimento Pró-Logística (MPL), que participou da reunião com as autoridades.

Segundo disse há pouco ao Notícias Agrícolas, as tradings também estão avisadas para travarem as cargas antes da divisa do MT. Até porque, como também falou Agamenon da  Silva Menezes, presidente do Sindicato Rural de Novo Progresso, a cidade paraense porta de entrada para o trecho mais crítico da BR 163, “o município está entupido de carretas e não há estrutura para dar atendimento”.

Seriam mais de 300 carretas com soja estacionadas ao largo da cidade.

A situação, de acordo com o presidente do MPL, deve estar normalizada até terça-feira, diante do ritmo das ações que o Denit e a PRF estão desenvolvendo, auxiliando os caminhoneiros a subirem os trechos de serra. As chuvas deram uma trégua.

“Um solzinho aqui já basta”, diz com otimismo Silva Menezes, lembrando o que o Notícias Agrícolas já havia noticiado: a argila daquela área não favorece atolamentos e sim deixa o solo liso, fazendo os veículos patinarem.

Assim, com esse tipo de solo, a secagem é mais rápida.

Brigas

O presidente do Sindicato Rural de Nova Progresso acentua ainda que a cidade está mobilizada para levar ajuda aos caminhoneiros. “Há relatos de brigas entre eles e até esfaqueamentos”, disse, justamente por aquilo que está sendo criticado por quem conhece a região.

Ao andarem em filas duplas, sem respeitarem a ordem de trafegarem em fila indiana, a situação se agravou, bloqueando os resgates e socorros e estendendo por  mais tempo a liberação da estrada.

Relato de Benjamin Lucian, produtor rural que mora à margem do trecho crítico

Video gravado na cidade de Novo Progresso, sul do Pará

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Fonte:
Notícias Agrícolas/DNIT

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1 comentário

  • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

    Espero que a ação do DNIT tenha o objetivo de resolver de uma vez por todas o problema da BR 163. Cabe agora aos produtores rurais acompanhar as ações das entidades e instituições com objetivo de cobrar essa solução. Os produtores rurais, os maiores interessados e os mais prejudicados devem estar atentos, e estão, como demonstra o grande interesse por matérias relacionadas a esses problemas. Mais uma vez o site Noticias Agrícolas presta um grande serviço aos produtores, ao expor as fragilidades dos sistema de transporte de grãos. Um acompanhamento efetivo das ações governamentais daqui em diante é de grande valia.

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Sr. Rodrigo, não sei se os técnicos do DNIT estão aptos para projetar uma estrada que vai suportar um transito dessa magnitude em tempos de precipitação de 2.300 mm de chuva. ... Sim, o volume de chuvas na região Norte é desse volume para cima. Agora imagine, composições de 100 T, ou mais, circulando no piso. ... Nas regiões onde há um volume de silos maior, as tradings alugam e depositam ali parte dos grãos comprados, ou contratados a termo. ... Quando, os fretes baixam, eles começam a retirada e, mandam para suas industrias ou portos de exportação. ... Lembro-me que até há pouco tempo, muitos veiculos de informação mediam "super safra" na fila de caminhões no Porto de Paranaguá, que às vezes ia de Paranaguá até próximo de Curitiba. ... Ou seja, são essas noticias que nos levam a discutir o "efeito" e não a "causa". ... ... ... A logística é uma coisa para pessoas preparadas. Veja o caso do transporte urbano nos grandes centros. Desde quando vemos essas cenas que se repetem. Agora se mudar o horário de turnos das fabricas numa mesma região, o fluxo de pessoas para chegar ao trabalho vai ser diluído ao longo do tempo, entre um horário e outro. ... ... Isso vale para tudo pois, não precisamos de grandes investimentos em super estruturas de transporte... ... É só mudar o costume da "horário da entrada no serviço". ... ... Os bancos adotaram um horário diferente do comércio, na época se falava que seria um caos. Hoje, o "costume" da população convive harmonicamente com as agências bancárias funcionando das 10 às 15 horas. Embora, haja diminuído bastante o serviço de atendimento ao público pois, novas ferramentas foram incorporadas ao sistema, com a internet. ... ... Enfim, palpites são muitos mas, enquanto vivermos num país onde o governo é o maior construtor. As necessidades de obras de infraestrutura sempre estarão aquém da necessidade e, nós continuaremos pagando em dobro pois, pagamos as obras & pagamos com o sofrimento pois, aquela obra não resolveu o "POBREMA" !!!

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Ah! Essa BR-163 vai de Santarém-PA a Tenente Portela-RS. ... Circulei nela em épocas que da divisa do MS até Rondonópolis-MT a estrada tinha tantos buracos que o DNER passou a motoniveladora no leito da estrada, retirando o asfalto e deixando só na terra. ... São 120 Km de chão e, na época, Rondonópolis já era uma cidade de respeito.

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    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      Sr. Rensi, como é que podemos esperar um Brasil novo se estimamos que a nova direção do DNIT sob o novo governo será igual às outras? Nossa tal constituição cidadã é de 1988, e foi sobre ela que foi nossa sociedade foi regida e regulamentada, bem como toda a burocracia foi erguida. Portanto, quando digo que o DNIT deve resolver de uma vez por todas, não estou dizendo como eles devem resolver, mas que devem resolver, isso espero do novo governo. Ademais, a logística não é um problema que deve ser resolvido pelo governo, cada um transporte suas mercadorias do modo que ahcar melhor, estou falando da construção da estrada, que poderia ser deixada na mão da iniciativa privada segundo aquilo que penso, e que por outro lado tenho convicção de não ser possível nas atuais condições pelo número de conflitos sociais que foram criados pelos socialistas que preferem a concessão à privatização. O que digo é que o problema é fazer o asfalto, se caminhoneiros vão, junto com os produtores, colocar 200 toneladas de carga em cada caminhão é problema deles quando a estrada estiver toda esburacada. Por isso sou favorável às concessões, já que a privatização não é possível devido a conflitos sociais e políticos, pavimenta bem e enche de pedágio e pardais, passou do limite mete multa, tá com excesso de carga, segura na BR. Querem estrada boa, paguem. A concessão é um aluguel pago ao estado através da tributação, mas o imposto pago é pago apenas por quem usa a estrada, não por todos. Quando vou para o sul, gosto de ir por SP por que as rodovias são melhores, gasto 200 reais a mais com os pedágios, mesmo assim tenho a opção de não pagar e ir por um caminho mais curto e sem pedágios. Já o IPVA é uma coisa bem diferente, e a bancada da direita quer eliminar esse imposto, é um imposto progressivo, paga na aquisição do veiculo e depois continua pagando anualmente o mesmo imposto sobre o veiculo usado. È picaretagem para poder sustentar os picaretas do serviço público. Então essa torcida para que o governo Bolsonaro seja igual ao do vagabundo picareta Lula é apenas falta de confiança que os brasileiros tem em relação uns aos outros. É preciso nivelar tudo por baixo para poder justificar todo e qualquer crime e com a pretensão de afirmar que uns são melhores que outros apenas por possuírem certos sentimentos. Então vale o velho ditado, um puxando prá frente e vinte para trás, e isso precisa ser mudado, e não vai ser mudado apenas pela "vontade" de um único homem. O lema do Bolsonaro é..."Deus acima de todos".... mas Aquele que é verdadeiro, não um demiurgo criado pelos homens. Sobre causas e efeitos Sr. Rensi, nós podemos raciocinar de duas formas, pelo efeito chegar a causa e pela causa chegar aos efeitos, e na minha forma de ver as duas são válidas.

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    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      Sr. Rensi, eu você e o Sr. Meloni temos muitos pensamentos convergentes, então gostaria que meditassem no Evangelho de Paulo em Romanos: "Porque, se Abraão foi justificado em virtude de sua observância, tem de que se gloriar; mas não diante de Deus. 3. Ora, que diz a Escritura? Abraão creu em Deus e isso lhe foi imputado em conta de justiça (Gn 15,6). 4. Ora, o salário não é gratificação, mas uma dívida ao trabalhador. 5. Mas aquele que sem obra alguma crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada em conta de justiça."

      Romanos, 4 - Bíblia Católica Online

      O que disse o presidente Bolsonaro em sua campanha? "Ser honesto é obrigação". A maioria do povo brasileiro é honesto e trabalhador, e temos que admitir que há 30% da população que aprova a desonestidade e o roubo em nome de diversas coisas que ao fim significam apenas a preservação da própria pele.

      Leia mais em: https://www.bibliacatolica.com.br/biblia-ave-maria/romanos/4/

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    • celso jose ferreira marcelandia - MT

      Faz mais de 12 anos que esperamos a conclusao deste asfalto na BR-163.... isto é uma vergonha!!! enquanto isso, o governo do PT foi financiar porto em Cuba e fazer outras obras em países "amigos" para as empreiteiras "muy amigas" faturarem mais... nós ficamos sofrendo aqui ... Lula, esperro que voce nunca saia da cadeia... e leve a Ddilma com voce.

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