Milho deve manter preços altos no Brasil mesmo após a entrada da safrinha, diz analista da Germinar

2020 promete ser mais um ano bastante positivo para os preços do milho no Brasil. Segundo o analista de mercado da Germinar Corretora, Roberto Carlos Rafael, o alto volume de exportação do milho (que deve fechar o ano agrícola em 31 de janeiro com 42,5 milhões de toneladas) levou à redução dos estoques brasileiros e deve manter o mercado aquecido neste ano.
Rafael acredita em estoques de passagem de 11 milhões de toneladas, o que nas contas do analista, são suficientes para, no máximo, 60 dias de consumo no Brasil. “Agora retomamos o ano (após o período de festas) com viés de alta porque os estoques de passagem são baixos e vamos ter colheitas muito isoladas, com a safra verão começando a chegar mesmo na segunda quinzena de março”, aponta.
Na visão do analista, os preços do milho já vêm em patamares de boa rentabilidade ao produtor há algum tempo e devem se manter altos, pelo menos, até a entrada da safrinha no mês de junho. “O mercado deve seguir firme até mesmo no período pós safrinha porque as expectativas de estoque de passagem para o ano que vem também é baixo”, afirma Rafael.
Diante deste cenário positivo, a recomendação de Roberto Carlos Rafael é que o produtor, mesmo indeciso quanto ao cultivo do milho segunda safra devido ao encurtamento da melhor janela de cultivo (após o atraso da soja), aposte no plantio do cereal.
“Eu não tenho terra para plantar, mas se eu tivesse e tivesse floreira no meu apartamento, eu plantaria até na floreira do meu apartamento. A oportunidade é muito boa, os preços estão muito bons”, diz o analista.
Confira a entrevista completa com o analista de mercado da Germinar Corretora no vídeo.
2 comentários
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anderson boff missal - PR
Concordo com os comentários.. os analistas erram muito. Exemplo, quando colhemos safrinha atual a previsão de todos era do Brasil ter estoques de passagem com folga nem um previu exportações altas e escassez de milho. No Brasil é assim, ou tem milho suficiente e o produtor não ganha dinheiro ou falta milho pra dai produtor ganhar... resumindo tem que tenta produzir pra demanda apenas pra ser viavel
Engano seu Anderson, alguns consultores apontavam para a escassez pela exportação estimada acima de 35,0 MMT, desde o ínício da campanha. O fato é que querem cobrar por um serviço que não contrataram.
A alta do dólar também foi um fator para o aumento na exportação de milho, ... a questão da produção também é relevante... a maioria dos agricultores, se pudesse, plantava em toda a área.
elcio sakai vianópolis - GO
Muito boa a entrevista, porém devemos lembrar que é um analista de mercado e não produtor rural. Devemos ter preços remuneradores em relação ao milho, já que boa parte do milho de Mato Grosso deve ser escoado pelo arco norte, dificultando assim a exportação para os estados vizinhos. Com relação ao plantio de milho fora da janela ideal, cada um que assuma se vale o risco ou não. Soluções milagrosas no meio rural, na prática não existem.
Concordo com o colega Elcio. Analistas tendem a errar muito, devido à falta de vivencia com os fatores limitantes. Temos que analisa custos. Creio que quem já tem contratos firmados de sementes e fertilizantes e demais insumos, comprometendo no máximo 40 sacas/ha, compensa arriscar alguma coisa fora da janela ideal. Caso contrario acenda uma vela para seu santo favorito. Ouvidos moucos para analistas de mercado.