China sonda compras de milho nos EUA e mercado em Chicago sobe mais de 1% nesta 3ª

Publicado em 03/03/2020 17:15

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Os preços do milho subiram de foram expressiva na Bolsa de Chicago nesta terça-feira (3) diante de notícias de que a China estaria sondando o mercado norte-americano para novas compras. Aproveitando a vigência da fase um do acordo comercial e a possibilidade de pedir cotas isentas de tarifas para importação do cereal dos EUA, os compradores cotaram o milho e ajudaram no movimento positivo, como explicou o diretor da ARC Mercosul, Matheus Pereira, em entrevista ao Notícias Agrícolas. 

Assim, os principais contratos terminaram o dia com ganhos entre 2,75 e 6,25 pontos, levando o março a US$ 3,81, o maio a US$ 3,80 e o setembro a US$ 3,79 por bushel. "Ainda não foram adicionados grandes volumes efetivamente comprados pela China nos EUA, mas a especulação ajudou", diz Pereira. 

O cereal norte-americano é bastante atrativo para os importadores mundiais neste momento, ainda segundo o diretor da ARC, já que conta com preços mais atrativos e os EUA, com maior disponibilidade de produto para ser embarcado neste momento. No Brasil, os estoques ainda são bastante ajustados e a demanda interna, muito forte. 

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Além dos seus próprios fundamentos, o mercado do milho em Chicago, tal qual as demais commodities agrícolas, passam por uma recuperação necessária depois das baixas intensas dos últimos dias, motivadas pela notícias que chegam relacionadas ao controle do coronavírus. 

Como mostra um gráfico da ARC Mercosul, a taxa de recuperação das pessoas infectadas passa de 50%, crescendo substancialmente em relação à semana anterior. Da mesma forma, a taxa de mortalidade segue baixa, sendo pouco maior do que 3%. 

Monitor de infecção coronavírus

Tais informações foram, inclusive, muito bem recebidas pelos mercados financeiros globais no início da semana, promovendo uma recuperação inclusive, entre outras commodities - como o petróleo, por exemplo - e não só as agrícolas. 

No entanto, na tarde desta terça-feira, o presidente do Federal Reserve (o banco central norte-americano), Jerome Powell, depois de anunciar um surpreendente corte de 0,5% nos juros norte-americanos, afirmou que a medida poderia ser insuficiente para conter os severos impactos econômicos causados pela epidemia do COVID-19. Na sequência de sua declaração, os principais índices acionários norte-americano despencavam, perdendo mais de 3%. 

"Bancos centrais não curam os problemas causados por um problema como o coronavírus, apenas amenizam os impactos econômicos que uma crise sanitária como essa traz. Só um tratamento efetivo ou vacinas de prevenção poderiam acalmar os mercados", diz Matheus Pereira. 

PREÇOS NO BRASIL

No mercado nacional, os preços do milho permanecem sustentados e mais uma vez subiram na B3 nesta terça-feira. Além dos estoques apertados e de uma demanda interna aquecida, o dólar alto - batendo em R$ 4,51 - também contribui para preços mais altos no quadro nacional. 

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Para Marcos Araújo, analista de mercado da Agrinvest Commodities, o volume menor exportado de milho pelo Brasil em fevereiro não acusa que o pior momento do abastecimento já tenha passado, uma vez que os estoques seguem apertados até a chegada da oferta da safrinha, no final de maio, início de junho. 

"E temos previsões de mais chuvas no Centro-Oeste, que pode atrasar o plantio, e outras mais longas mostrando que há possibilidade de geadas para Paraná e Mato Grosso do Sul", diz. Ou seja, a segunda safra ainda não está 100% garantida e também inspira as especulações. 

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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