Trump não "está interessado" em reabrir acordo EUA-China após relato de descontentamento de Pequim

Por Andrea Shalal e Ryan Woo
PEQUIM/WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta segunda-feira se opor a renegociar a Fase 1 de um acordo comercial com a China depois que um jornal estatal chinês relatou que conselheiros governamentais em Pequim estavam insistindo em novas conversas e possivelmente invalidando o acordo.
Trump, que tem considerado abandonar o pacto assinado em janeiro, disse em uma coletiva de imprensa na Casa Branca que queria ver se Pequim cumpriria o acordo de aumentar massivamente as compras de bens norte-americanos.
"Não, de forma alguma, nem um pouco", disse Trump na Casa Branca quando questionado se aceitava a ideia de voltar a discutir a Fase 1. "Não estou interessado. Assinamos um acordo. Também ouvi isso --eles gostariam de reabrir as negociações comerciais para chegarem a um acordo melhor para eles."
O jornal Global Times informou nesta segunda-feira que assessores próximos às negociações sugeriram que as autoridades chinesas retomem a possibilidade de invalidar o pacto comercial e negociar um novo para pender a balança mais para o lado chinês.
O Global Times é publicado pelo People´s Daily, o jornal oficial do Partido Comunista da China.
NOVAS COMPRAS DE SOJA
Horas após a publicação da notícia, importadores chineses compraram, nesta segunda-feira, pelo menos quatro cargas, ou cerca de 240.000 toneladas, de soja norte-americana para embarque a partir de julho, e vendas adicionais eram possíveis, disseram dois operadores familiarizados com os negócios.
Eram as aquisições mais recentes de uma série feita pela China, que autoridades dos EUA dizem ter também começado a implementar outras partes do acordo comercial relacionadas à proteção à propriedade intelectual
O escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR, na sigla em inglês) não respondeu a repetidas consultas sobre o artigo do Global Times.
Sob a Fase 1 do acordo, assinada em janeiro, Pequim prometeu comprar pelo menos 200 bilhões de dólares em bens e serviços norte-americanos adicionais por dois anos, enquanto Washington concordou em reverter tarifas, em etapas, sobre produtos chineses.
Trump, que tem culpado o tratamento precoce da China ao novo surto de coronavírus na cidade de Wuhan, no centro da China, por milhares de mortes nos Estados Unidos e por milhões de empregos perdidos, disse na semana passada que estava "muito dividido" com a possibilidade de encerrar a Fase 1 do acordo comercial. Esses comentários ocorreram poucas horas depois que as principais autoridades comerciais de ambos os países comprometeram-se a avançar com a implementação do acordo.
As crescentes tensões entre Washington e Pequim em torno do surto do coronavírus têm colocado o acordo comercial --e negociações propostas para a Fase 2 de um acordo-- em dúvida.
O governo Trump afirmou que havia evidências de que o novo coronavírus veio de um laboratório de Wuhan, em uma alegação que a China rejeitou.
Nesta segunda, uma nova fonte de tensão se abriu, com relatos de que o governo Trump está planejando emitir um aviso de que hackers de computadores ligados ao governo chinês estão tentando roubar informações de pesquisadores norte-americanos
As autoridades de inteligência e policiais dos EUA não responderam a perguntas sobre denúncias de hackers.
(Reportagem adicional de David Brunnstrom)
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