Paraguai tem carregamentos de soja parados há 40 dias com problemas de escoamento; negócios estão travados

Publicado em 21/05/2020 10:14 e atualizado em 21/05/2020 16:07
Esther Storch - Diretora Sócia da DASAGRO - Corretora & Consultora de Agronegócios
Produtor vem recebendo cerca de US$ 275/tonelada, preços não cobrem os custos e despesas logísticas, com tantos problemas, vêm aumentando e agrava ainda mais o quadro. Milho e trigo também têm preços baixos.

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Entrevista com Esther Storch - Diretora Sócia da DASAGRO - Corretora & Consultora de Agronegócios sobre os Preços da Soja

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O Paraguai sofre com severos problemas logísticos nesta temporada, que comprometem e atrasam o escoamento da soja e travam ainda mais negócios que já vinham lentos em função dos preços muitos baixos. Como explica Esther Storch, diretora sócia da DasAgro Corretora e Consultora de Agronegócios, em entrevista ao Notícias Agrícolas, há carregamentos parados há mais de 40 dias por conta do baixo nível das águas do rio Paraná.

A seca levou os níveis a seus menores volumes em 50 anos e travou todo o sistema logístico do país, onde mais de 90% da safra é escoada por hidrovias. As barcaças estão sendo carregadas até somente 65% de sua capacidade e têm que se mover em um ritmo mais lento do que o normal. 

O cenário encarece ainda mais as despesas com transportes em um ano de safra recorde de soja no Paraguai. Segundo Esther, entre safra e safrinha, os sojicultores paraguaios deverão colher cerca de 10,8 milhões de toneladas. Normalmente, até abril, o Paraguai já teria escoado cerca de 50% de suas exportações projetadas, e este ano o volume chega a apenas 35%. 

Assim, se ajustam cada vez mais as margens do produtor. Com o comércio local todo sendo feito em dólares, a média do preço pago ao sojicultor tem estado na casa dos US$ 275,00 por tonelada, o que nem ao menos cobre seus custos de produção. 

A agroindústria também sofre e já perdeu cerca de um mês de processamento em função destes problemas e também de um atraso que foi registrado no início da colheita. 

"Por mais que tenhamos muita soja, não teremos tempo para consumir ou exportar o que se precisa aqui no Paraguai", relata Esther. E a situação acarreta ainda problemas de armazenagem e preocupação com a chegada da nova safra de milho, praticamente a 30 dias da colheita.

Dessa forma, a diretora da DasAgro reforça que "o problema de logística não se resolverá com água no rio, isso vai durar até o final do ano e podemos ter um estoque de soja muito elevado, e isso prejudica muito internamente", conclui. 

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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