China tem que comprar de 6 a 8 mi/t de soja para atender demanda projetada até janeiro, mas pode surpreender ao recompor estoque
Podcast
Entrevista com Eduardo Vanin - Analista de Mercado da Agrinvest sobre o Fechamento de Mercado da Soja
Download
O mercado internacional da soja testou os dois lados da tabela no pregão desta terça-feira (22), mas encerrou o dia com pequenas baixas entre as posições mais negociadas. As perdas ficaram entre 1,50 e 3 pontos, com o janeiro sendo cotado a US$ 10,24 e o maio a US$ 10,15 por bushel.
Como explica o analista de mercado Eduardo Vanin, da Agrinvest Commodities, este é um momento sazonal de pressão sobre os preços com o início da colheita nos EUA. De acordo com o último reporte semanal de acompanhamento de safras do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), são 8% da área já colhida no país.
"E há também o Canadá colhendo soja e canola, a China vai começar a colher, é um momento de entrada de safra. E junto ainda temos o feriado (nacional de uma semana) da China, que pode reduzir um pouco a demanda", explica Vanin. No entanto, o analista reafirma "a demanda ainda é forte".
O USDA anunciou novas vendas nesta terça-feira (22) que se aproximam de 1 milhão de toneladas entre soja e milho. Do total, foram 140 mil toneladas de milho para a China e 320 mil para destinos não revelados, e 266 mil toneladas de soja para a China e 264 mil para destinos não revelados. Todo o volume refere-se à safra 2020/21.
Para entender o movimento dos preços daqui em diante o o importante será observar o ritmo das compras da China. A nação asiática ainda precisa de 6 a 8 milhões de toneladas de soja para estar abastecida adequadamente e consegue concluir estas compras nas próximas semanas até meados de outubro para embarque até janeiro.
Há, porém, duas análises para a sequência desse cenário: a China seguir comprando expressivamente a partir de fevereiro ainda nos EUA para recompor suas reservas - " não sabemos o tamanho dessas reservas", diz Vanin - ou as compras perderem um pouco de ritmo e o mercado reagir a este quadro. Ou seja, o comportamento comprador da China continuará sendo o principal direcionador das cotações.
Com mais compras da nação asiática nos EUA, o USDA teria ainda que revisar para cima as estimativas de exportações americanas, para baixo os estoques e o movimento seria reverso para o Brasil, com alguma pressão, principalmente sobre os prêmios, ainda segundo explica o analista da Agrinvest.
Ao lado da demanda e das safras, o mercado acompanha ainda o posicionamento dos fundos de investimento, que vêm carregando sua maior posição comprada desde 2012, quando os EUA sofreram uma seca bastante severa e perderam boa parte de sua produção de milho e soja. E seus próximos movimentos também serão, além das questões macroeconômicas e cambiais, pelo comportamento da demanda chinesa, ainda segundo Eduardo Vanin.
0 comentário
Argentina: Processamento de soja caiu em novembro e o mercado começa a sentir a escassez do produto
Soja fecha de lado em Chicago e sobe onde ainda há negócios no Brasil frente ao dólar alto
Soja segue ainda lateralizada na CBOT nesta tarde de 3ª, com suporte do farelo
Soja opera com estabilidade em Chicago nesta 3ª feira, acompanhando fundamentos
Soja fecha o dia com leves altas em Chicago acompanhando forte avanço do óleo
Guerra Comercial 2.0: Trégua entre EUA e China e impactos no mercado de soja; confira análises da Hedgepoint Global Markes