Preço do leite ao produtor supera recorde real do Cepea, mas mercado deve começar a ter movimento de queda

Publicado em 01/10/2020 16:08
Juliana Santos - Analista de Mercado de Leite do Cepea
Segundo analista da instituição, em setembro foi observada redução de 5,5% no preço do leite spot, o que é um indicativo do que se pode esperar para o setor

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Entrevista com Juliana Santos - Analista de Mercado de Leite do Cepea sobre o Mercado do Leite

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O preço pago pelo leite ao produtor no mês de setembro, referente ao produto captado no mês de agosto, atingiu o valor de R$ 2,13 por litro na média Brasil, renovação do recorde real da série histórica do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). O recorde anterior havia sido no pagamento em agosto, relativo ao leite captado em julho, quando o valor foi de R$ 1,94/L. 

Apesar do alto preço, a analista da instituição, Juliana Santos, explica que a expectativa para o preço que será pago em outubro sobre o leite captado em setembro deve ser de estabilidade ou até quedas.

"Na primeira quinzena de setembro o preço do leite spot se manteve estável, mas no final da segunda quinzena, o recuo foi de 5,5%, o que já mostra como o mercado deve caminhar daqui para frente", disse.

Outra questão citada pela analista é a queda no preço do leite UHT em 3,3% em setembro, quando comparado a agosto, e de 1,5% no queijo mussarela. De acordo com ela, isso mostra uma menor procura pelo produto, fator possivelmente atrelado à redução do auxílio emergencial do Governo Federal, e também a uma pressão de baixa feita pelo setor varejista, alegando que os valores ao consumidor tenham chegado ao teto aceitável. 

Com a perspectiva de preços pagos ao produtor em queda e manutenção dos valores de indumos como milho e farelo de soja, é possível que o poder de compra do produtor de leite caia ainda mais. "Em agosto do ano passado, para comprar uma saca de 60kg de milho, o produtor gastava o equivalente a 27 litros de leite, e em agosto desse ano, subiu para 29 litros", disse.

Para o próximo mês, Juliana explica que será necesário analisar como deve ficar o clima para as pastagens, o que pode aumentar ou reduzir a oferta, e também às importações de leite em pó.

"A captação em agosto no comparativo com julho aumentou 4%, mas não foi o suficiente para atender à demanda doméstica, e os laticínios aumentaram em 63% a importação de leite em pó para poder dar conta", disse. 

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Por:
Letícia Guimarães
Fonte:
Notícias Agrícolas

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