Carlos Cogo projeta preços médios para soja na safra 20/21 até 12% maiores no Sul e 15,5% superiores no Cerrado
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Entrevista com Carlos Cogo - Sócio-Diretor da Consultoria Cogo Inteligência em Agronegócio sobre o Fechamento de Mercado da Soja
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Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam o pregão com boas altas na sessão desta sexta-feira (23), que começou com ganhos bastante tímidos no início das negociações. Os primeiros contratos terminaram o dia acima dos US$ 10,80 por bushel e, segundo analisa Carlos Cogo, Sócio-Diretor da Cogo Inteligência em Agronegócio, caminha rapidamente para alcançar os US$ 11,00 por bushel nestes contratos mais próximos.
Ainda de acordo com o especialista, os principais fatores que motivam o avanço das cotações da soja na CBOT são as vendas fortes dos EUA para a China; o prêmio de risco climático para a safra da América do Sul - principalmente com o atraso do plantio no Brasil, país que vem ampliando a cada dia sua importância no mercado global de soja -; a instalação do La Niña agora com intensidade de moderada a forte; a quase inexistência de soja a ser originada no Brasil; a falta de oferta argentina por problemas de câmbio e os últimos números do USDA que sinalizaram estoques e produção menor e exportações maiores nos EUA.
No mercado nacional, os reflexos do cenário internacional é claro e imediato, com patamares de preços recordes e o que poderia tirar parte dessa força dos indicativos internos seria uma baixa do dólar ou uma normalização do clima no Brasil. No entanto, Cogo afirma também que já se espera um efeito bastante prejudicial do La Niña no sul do país e partes da Argentina e Paraguai.
"A América do Sul hoje pesa 56% na oferta total, então, uma perda na América do Sul, de qualquer tamanho que for, ela é importante", diz.
E como explica Carlos Cogo, já é possível afirmar que o preço médio da soja 2020/21 é de, aproximadamente, US$ 22,94, ponderando a venda já feita com o que ainda será feito, um ganho de "11,6% no Sul e 15,6%, em dólar, no Cerrado, fazendo uma média entre Mato Grosso, Goiás, e Matopiba". Para o Cerrado, especificamente, são US$ 20,90 para o próximo ano, "é maior a diferença para o Cerrado porque as vendas antecipadas são maiores em termos percentuais do que no Sul e no Sudeste", completa.
Outro fator que dá suporte à soja em grão é o excelente momento dos preços dos derivados, principalmente o de óleo. "O mercado de farelo no Brasil está aocmpanhando o que está acontecendo no mercado internacional. E o mercado brasileiro se descolou completamente do preço internacional e está praticando um preço muito acima", afirma Cogo.
Há uma demanda muito intensa pelo biodiesel e mais o fato de não ser permitido a utilização de soja importada para a produção de biodiesel. "A grande demanda por óleo no Brasil não é para consumo humano, é para o biodiesel, e o problema é que preciso originar produto no mercado interno", completa.
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