Soja: Assim como no BR, EUA devem vivenciar disputa acirrada entre exportações e demanda interna

Publicado em 16/11/2020 17:11 e atualizado em 16/11/2020 17:58
Marcos Araújo - Analista da Agrinvest
Entrevista com Marcos Araújo - Analista da Agrinvest sobre o Fechamento de Mercado da Soja

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Entrevista com Marcos Araújo - Analista da Agrinvest sobre o Fechamento de Mercado da Soja

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Com as notícias positivas ainda sobrepondo as pontuais situações negativas do mercado da soja, os futuros da oleaginosa terminaram o dia com novas altas na Bolsa de Chicago nesta segunda-feira (16). As posições mais negociadas subiram entre 5,50 e 6,50 pontos, com o janeiro/21 sendo cotado a US$ 11,53 e o março/21, US$ 11,54 por bushel. 

Como explica o analista de mercado Marcos Araújo, da Agrinvest Commodities, a demanda muito intensa pela commodity continua no centro das atenções dos traders, em todas as esferas. Na China, o número de matrizes de suínos chega a 40 milhões de cabeças, contra 30 milhões do mesmo período de 2019, o que se traduz em mais milho e soja para ser processado em ração e alimentar os animais. 

"O controle sanitário da Peste Suína Africana faz com que a China retome seu plantel de suínas e, como maior produtor de suínos, isso é importante para a continuidade da demanda por commodities agrícolas. E no curto prazo, o grande fornecedor são os Estados Unidos", diz Araújo. 

Do mesmo modo, números da NOPA (Associação Nacional dos Processadores de Oleaginosas dos EUA) mostraram um esmagamento recorde no país em outubro - 5,04 milhões de toneladas - acima das expectativas do mercado. 

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"O esmagamento acumulado próximo a 60 milhões de toneladas acaba gerando uma disputa muito grande entre mercados interno e externo, consequentemente, uma pressão sobre os estoques americanos, o que repercute positivamente nos preços em Chicago", explica o analista. 

Araújo complementa dizendo ainda que o ritmo de exportações de soja norte-americanas está bastante acelerado nesta temporada, bem como os embarques do país, traduzindo essa necessidade maior da nação asiática e a falta de oferta no Brasil neste momento, além das preocupações com o atraso na chegada da nova oferta sul-americana em função das adversidades climáticas. 

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"Algumas estimativas falam que de março para frente a China vai precisar cobrir pelo menos 40% da sua demanda, então ela vai continuar ativa no mercado. E claro que esse clima adverso na América do Sul faz com que a China tenha que comprar uma soja para segunda quinzena de janeiro, primeira de fevereiro, nos EUA, já que será uma briga muito grande entre o mercado local e o externo por essa primeira soja", acredita Marcos Araújo. 

MERCADO BRASILEIRO

No Brasil, o mercado da soja está bem menos agitado. Com o clima ainda muito irregular, assim como as lavouras, o produtor segue evitando novas vendas. Dessa forma, os preços permanecem muito sustentados e registrando níveis recordes. Boa parte desta sustentação vem dos patamares elevados na Bolsa de Chicago, bem como dos fundamentos de oferta e demanda.

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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