Soja: Qualquer sinal de oferta ainda menor na América do Sul pode fazer mercado disparar

Publicado em 03/12/2020 17:35 e atualizado em 03/12/2020 19:07
Ginaldo de Sousa - Diretor Geral do Grupo Labhoro
Chicago fecha a 5ª feira com fortes altas respondendo à oferta ajustada, menos chuvas previstas para RS e, principalmente Argentina e demanda ainda bastante intensa. Dólar em queda e fundos ainda comprando também contribuíram.

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Entrevista com Ginaldo de Sousa - Diretor Geral do Grupo Labhoro sobre o Fechamento de Mercado da Soja

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Os futuros da soja se recuperaram e fecharam o pregão desta quinta-feira (3) com altas de 14,75 a 16 pontos nos principais vencimentos negociados na Bolsa de Chicago. Como explica Ginaldo de Sousa, diretor geral do Grupo Labhoro, o mercado mais uma vez refletiu as questões climáticas na América do Sul, além da força da demanda. 

Os mapas atualizados sinalizam uma redução das chuvas para o Rio Grande do Sul e, principalmente para a Argentina nos próximos 10 dias, tanto no modelo europeu, como americano, "e isso é um fator fundamental muito importante", diz Sousa. "Começamos a ver uma mudança para o Rio Grande do Sul que, neste momento, está bem umidade, mais tranquilo. Mas os mapas indicam alguma mudança". 

O cenário de clima sul-americano, portanto, segue determinante para o andamento da commodity em Chicago, uma vez que o mercado não tem espaço, ainda como explica o analista, para uma quebra da safra 2020/21. Os Estados Unidos têm estoques já muito ajustados de soja e mais de 80% do total projetado para ser exportado comprometido com mais nove meses de ano comercial pela frente. 

"Acho que ainda não vimos o fundo do poço e nem o mercado fazendo as máximas. Aquele nível de US$ 12,00 que o mercado tentou romper por cinco vezes ainda vai dar trabalho. Se o clima ajudar, os fundos vão continuar comprando e ninguém terá coragem de enfrentar os fundos com o clima adverso. Então, acho que a tendência de alta está mantida", diz o diretor da Labhoro. 

Toda essa preocupação com a oferta se dá diante de uma demanda muito forte que segue presente no mercado, como sempre, liderada pela China. "A China vai voltar a comprar do Brasil e esse ano já supera as 100 milhões de toneladas. A recomposição da suinocultura foi muito mais rápido do que se imaginava", afirma o analista. "A estrutura da China voltou com força total".

Em sua análise, Sousa cita ainda o apoio às altas da soja em Chicago vindo também do dólar em queda não só frente ao real, mas também externamente. A moeda americana fechou com perda de 1,94% e valendo R$ 5,14.

MERCADO BRASILEIRO

No Brasil, novos grandes negócios não deverão mais ser registrados em 2020. "O produtor não vai mais vender soja esse ano", explica o diretor da Labhoro. Os sojicultores voltarão ao mercado, segundo ele, no início de 2021, quando os preços serão melhores, com as indústrias nacionais de volta às compras, bem como os importadores. 

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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