Semana já tem China buscando soja do Brasil para embarque março/21, afirma Pátria Negócios

O mercado brasileiro da soja começa a semana com boas notícias no front da demanda. De acordo com a Pátria Agronegócios, a China voltou a buscar a oleaginosa nacional. "O mercado em Chicago registra algumas queda com a confirmação de que importadores chineses estão de volta à procura pela soja brasileira. As compras são para embarques a partir de 2021", explica Matheus Pereira, diretor da consultoria.
O Brasil já não tem mais produto da safra 2019/20 para atender o mercado e, além de ter a próxima temporada já bastante comprometida, a chegada da nova oferta deverá se atrasar por conta da irregularidade climática que acometeu as regiões produtoras do país, principalmente no início do plantio.
E neste momento, este ainda é um ponto central de especulação para o andamento das cotações da commodity na Bolsa de Chicago. As condições climáticas começam a melhorar e, ainda de acordo com informações apuradas pela Pátria, o cenário começa a melhorar na maior parte das áreas sojicultoras, com um novo corredor de umidade estabelecido e levando chuvas mais fortes - com volumes de 40 a 120 mm - a estados como São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Tocantins, norte de Mato Grosso do Sul e o Oeste da Bahia. E essas chuvas deverão durar até 15 de dezembro
O ponto de atenção, entretanto, ainda se dá sobre o sul do Brasil, onde uma massa de ar quente segue limitando as precipitações na região. Condições semelhantes são observadas para o Noroeste da Argentina, Paraguai e para o Piauí.
"Apesar de mais 7 a 10 dias de problemas climáticos dispersos por todo continente sul-americano, as previsões para a segunda metade de dezembro são benéficas, com rodadas consecutivas de precipitações generalizadas para 95% das regiões produtoras de soja e milho verão", explica Pereira.
CONCLUSÃO DA SAFRA 2019/20
Números da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) divulgados nesta segunda-feira (7) mostraram que as exportações brasileiras de soja foram de apenas 120,4 mil toneladas nos primeiros quatro dias úteis de dezembro. No acumulado do ano, o Brasil chega a 89 milhões de toneladas exportadas, superando todas as projeções iniciais. Em 2019, neste mesmo período, eram pouco mais de 72 milhões.
"No ano passado, o mês de dezembro teve o embarque total de 3,27 milhões de toneladas. Neste ano, este deverá ser um dos meses mais fracos da historia, porque já batemos todos os recordes possíveis em 2020 e não sobrou soja para este final de temporada", explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting.
A analista internacional de commodities Karen Braun também destaca a falta de soja no Brasil neste fim de 2020, conclusão da temporada comercial do país em sua conta no Twitter.
"Checando o tráfego de soja, ou a falta dele. Parece que o Brasil está mesmo ficando sem grãos. Há alguns anos que o movimento nesta rota não parece tão leve", diz a especialista referindo-se à imagem abaixo, da empresa Refinitiv Eikon, dos poucos navios carregando soja neste momento.

Assim, a tendência é de que os próximos meses sejam de mais carregamentos de soja norte-americana chegue a China para, na sequência, dar novamente mais espaço à oleaginosa brasileira, que já volta a atrair os importadores. Para os meses mais a frente o produto do Brasil, ainda como explicam analistas e consultores, já se mostra mais barata do que a dos EUA.
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