Soja fecha com mais de 30 pts de alta em Chicago e preços sobem até 5% nos portos do BR

O mercado da soja fechou mais um pregão com forte alta na Bolsa de Chicago nesta terça-feira (5). No entanto, após ganhos de mais de 50 pontos ao longo da sessão, as cotações foram amenizando o avanço e terminaram o dia com ganhos de 29,50 a 34 pontos nas posições mais negociadas, levando o janeiro a US$ 13,50 e o março a US$ 13,47 por bushel. Nas máximas do dia, ambos os contratos alcançaram US$ 13,73.
No Brasil, os preços também subiram e registraram fortes valorizações na maior parte das regiões produtoras e nos portos. No interior, foram registradas altas de até 3,57%, levando a saca a R$ 145,00 em São Gabriel do Oeste e Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.
Já nos portos, o produto disponível em Paranaguá fechou o dia com R$ 161,00 e alta de 1,90%, enquanto a referência fevereiro/21 foi a R$ 162,00, subindo 2,53%. Em Rio Grande, altas de 1,59% e 3,33%, para indicativos fechando em R$ 160,00 e R$ 155,00 por saca. No terminal de Santos/SP, a alta foi de expressivos 5,10% para R$ 165,00 na referência junho/2021.
Além das altas de Chicago, o dólar alto - apesar do fechamento negativo de hoje - também segue contribuindo com a formação dos preços no Brasil, bem como os prêmios positivos para a soja brasileira.
Ainda assim, os negócios são limitados e pontuais no mercado nacional. "Este mês de janeiro deverá ser ainda truncado de negócios, ninguém vai querer vender quase nada", acredita o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.
Mais do que isso, como explica o diretor da Pátria Agronegócios, Matheus Pereira, "o mercado está muito promissor no médio e longo prazos", o que deverá estimular uma retomada das vendas mais intensas mais a frente.
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BOLSA DE CHICAGO
O mercado segue refletindo seus fundamentos e também a movimentação do dólar no exterior.
A moeda americana recua expressivamente frente a seus pares, principalmente frente à divisa chinesa. "A China trabalha com seu menor patamar cambial frente ao dólar desde 2014 e isso dá maior apetite à soja importada, garantindo o rally em Chicago", explicam os analistas da Agrinvest Commodities.
Quanto ao clima na América do Sul, os principais destaques se dão para a Argentina. A maior parte da região produtora continua sofrendo com o tempo seco e também com temperaturas muito elevadas, cenário que continuam prejudicando o desenvolvimento das lavouras de soja e milho no país.
Na análise da Agrinvest, a produção sul-americana pode registrar uma perda de até 14 milhões de toneladas nesta temporada, pressionando ainda mais os estoques já muito apertados dos Estados Unidos. Segue chegando a um nível ainda mais crítico, portanto, a relação entre oferta e demanda no quadro mundial da oleaginosa.
Os estoques norte-americanos, afinal, já estão muito baixos, com apenas pouco mais de 4 milhões de toneladas, e acabam ficando ainda mais pressionados frente a uma safra sul-americana menor e uma demanda que ainda é bastante latente e com força de crescimento.
Ao lado dos fundamentos, ainda como explica Brandalizze, o ambiente financeiro favorável às commodities nesta terça-feira também contribui para a continuidade da escalada dos preços da soja em Chicago.
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