Soja volta a subir forte no mercado brasileiro com disparada do dólar e Chicago positivo

A segunda-feira (8) foi de boas e generalizadas altas para o mercado físico da soja no Brasil. Entre portos e praças de comercialização no interior do país, os ganhos passaram de 1%, refletindo, mais uma vez, a combinação de avanço dos preços da oleaginosa na Bolsa de Chicago e também de ganhos para o dólar frente ao real neste início de semana.
No interior, as altas chegaram a se aproximar de 2%, como foi o caso de Tangará da Serra, em Mato Grosso, onde o preço da saca de soja encerrou o dia com referência em R$ 155,00, ou Rio do Sul, em Santa Catarina, onde o indicativo disparou 3,13% para R$ 165,00.
Já nos portos de exportação, altas de mais de 1%, com o spot com referência em R$ 176,00 em Paranaguá e R$ 177,00 em Rio Grande, e para abril, R$ 177,00 e R$ 176,00 por saca, respectivamente. Em Santos, a posição junho fecha o dia com R$ 180,00 por saca.
O mercado nacional segue registrando negócios ainda esporádicos, com os produtores e vendedores focados em garantir a entrega dos contratos já firmados em meio a um momento de incerteza sobre o tamanho da safra brasileira.
As chuvas continuam provocando perdas de qualidade nas lavouras brasileiras em pontos importantes de produção do centro-norte do Brasil, e as previsões seguem indicando mais chuvas para os próximos dias.
DÓLAR
A volatilidade que já vinha sendo registrada no mercado cambial ganhou ainda mais força nesta segunda-feira depois da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, de anular todas as condenações do ex-presidente Lula, tornando-o elegível para 2022. Assim, a moeda americana fechou com R$ 5,77, subindo 1,66, registrando maior patamar desde maio do ano passado.
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BOLSA DE CHICAGO
O mercado da soja seguiu subindo na Bolsa de Chicago nesta segunda-feira (8), porém, amenizando seus ganhos. Depois de subir quase 20 pontos no começo do dia, nas primeiras posições, os futuros da oleaginosa encerraram o dia com pequenas altas de 3,50 a 4,50 pontos nos contratos mais negociados.
Assim, o março encerrou com US$ 14,37, o maio com US$ 14,33 e o julho com US$ 14,18 por bushel.
Uma das maiores preocupações do mercado se dá com o tempo seco na Argentina, que castiga regiões chave na produção da oleaginosa. De acordo com informações do Commodity Weather Group, o déficit hídrico no país poderá levar a uma "severa perda de produtividade" de aproximadamente 30% do cinturão da soja nos próximos 10 dias.
O clima no Brasil também continua a ser acompanhado. A colheita segue muito atrasada, as lavouras de soja perdendo qualidade no campo e, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), uma trégua das chuvas no centro norte do país só daqui uma semana.
Ao lado de tudo isso, os traders ainda se preparam para o novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que chega nesta terça-feira, 9 de março. As expectativas sinalizam novas correções nos estoques finais americanos de soja.
Mais do que isso, as expectativas dão conta ainda de uma correção nas safras de soja do Brasil e da Argentina e nos estoques finais globais da oleaginosa.
EXPECTATIVAS PARA O USDA
Para os estoques finais de soja dos EUA, as expectativas do mercado variam entre 2,99 e 3,4 milhões de toneladas, com média de 3,18 milhões. Há um mês, os estoques da oleaginosa foram estimados em 3,27 milhões de toneladas e, há um ano, 14,29 milhões.
A safra de soja do Brasil carrega projeções do mercado que variam entre 132 e 134 milhões de toneladas, com média de 133,2 milhões. Há um mês, o número do USDA veio em 133 milhões de toneladas.
Os estoques finais globais de soja são esperados entre 81,3 e 84,5 milhões de toneladas, com média de 82,7 milhões.
+ USDA: Expectativas sinalizam para nova correção nos estoques finais de soja e milho dos EUA
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