Soja: Apesar da correção forte desta 4ª, cenário fundamental mantém mercado sustentado em Chicago
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Entrevista com Camilo Motter - Granoeste Corretora de Cereais sobre o Fechamento de Mercado da Soja
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Uma combinação de fatores, entre fundamentais e técnicos, pesou severamente sobre o mercado da soja na Bolsa de Chicago nesta quarta-feira (19), levando os preços a concluirem o dia com perdas de mais de 30 pontos nos principais vencimentos. O julho ficou em US$ 15,36 e o novembro com US$ 13,69 por bushel.
Como explicou o economista e analista da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter, o mercado encontrou espaço para uma correção forte como esta depois de registrar suas máximas em nove anos na CBOT.
Parte da pressão veio das melhores condições de clima nos EUA, o que não só permite um avanço em ritmo recorde do plantio da safra 2021/22, bem como favorece o desenvolvimento das lavouras. As chuvas já começam a chegar em regiões importantes que vinham sofrendo com a seca e a semeadura em estados importantes como Iowa, Illinois e Minnesota, passam de 80% com área plantada, bem acima da média dos últimos anos.
Além do clima melhor no Corn Belt, a pressão das demais commodities - em especial o petróleo e o óleo de soja - ajudaram a pesar sobre os futuros da oleaginosa.
De outro lado, o mercado continua encontrando suporte no quadro fundamental. Como lembra Motter, mesmo com uma safra regular vinda dos EUA na temporada 2021/22, os estoques finais seguirão muito ajustados. Assim, mesmo que o mercado agora passe por um momento de certa 'calmaria', ainda tem todo o clima nos EUA para viver e, na sequência, voltar seus olhos para a nova temporada na América do Sul.
MERCADO NACIONAL
No Brasil, permacem pontuais e restritos os novos negócios, com os produtores tendo registrado já um elevado percentual de comprometimento da soja 2020/21 e esperando oportunidades melhores para a safra 2021/22.
"Os preços seguem em patamares muito remuneradores, muito bons. Claro que o produtor, em razão de ter vendido muito antecipadamente, está vendendo de forma comedida no decorrer, espaçando melhor durante o ano, o que acho uma medida extremamente correta, pode aproveitar eventuais rallies climáticos e especular um pouco com esse excedente da produção. Mas não dá para 'jogar no lixo' os patamares que estamos vivendo. Não estão no topo, mas estão altamente remuneradores", explica Camilo Motter.
O analista lembra que quando as cotações da soja na CBOT atingiram suas máximas, o mercado contava com uma taxa de câmbio bem mais baixas e prêmios muito negativos. "Então, acredito que seguimos nos melhores patamares da história", diz.
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