Com previsão de chuvas no BR, café fecha semana com queda em NY
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O mercado futuro do café arábica encerrou a semana com forte desvalorização para os principais contratos na Bolsa de Nova York (ICE Future US). A previsão de novas chuvas no parque cafeeiro voltou a pressionar as cotações, apesar do cenário de oferta do Brasil ainda ser muito incerto no ciclo 22.
Dezembro/21 teve queda de 585 pontos, valendo 203,40 cents/lbp, março/22 teve queda de 590 pontos, valendo 206,25 cents/lbp, maio/22 registrou baixa de 590 pontos, negociado por 207,25 cents/lbp e o julho/22 encerrou valendo 207,80 cents/lbp, com baixa de 585 pontos.
As previsões mais recentes do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) indicam que o final de semana será marcado por chuvas intensas nas áreas de produção do Brasil, levantando até preocupação quanto à intensidade das precipitações em alguns pontos.
"O arábica está sob pressão com as previsões de chuvas nos próximos cinco dias nas regiões cafeeiras do Brasil, o que deve aumentar os níveis de umidade do solo e aliviar as condições de seca", destacou a análise do site internacional Barchart.
A semana no mercado do grão também foi marcada pelos dados de exportação do Brasil. Os números divulgados pelo Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé) apresentaram uma queda de 26,5% no mês de setembro, quando comparado com o mesmo período no ano passado.
Já quando o assunto é receita cambial, o relatório aponta avanço de 0,05%, refletindo a valorização do café no mercado externo.
“Nós ainda estamos no contexto da grave crise internacional do transporte marítimo, falta de espaço nos navios, todo esse contexto permanece”, afirmou Marcos Matos, diretor executivo do Cecafé, em entrevista ao Notícias Agrícolas.
Além dos gargalos logísticos, a preocupação com a oferta global de café segue no setor. No Brasil, analistas são firmes e mantêm a projeção de preços altos para o grão no longo prazo, resposta do mercado à seca prolongada e as três geadas registradas nas principais regiões produtoras do país.
Outro fator potencial de alta para os preços é o surgimento de um padrão climático La Niña no Pacífico equatorial. O Centro de Previsão do Clima dos EUA disse na quinta-feira que o fenômeno parece ter surgido e que provavelmente durará pelo menos fevereiro, o que pode levar a secas prolongadas na América do Sul.
Na Bolsa de Londres, o café tipo conilon encerra a semana com desvalorização acima de US$ 20 por tonelada. Novembro/21 teve queda de US$ 25 por tonelada, valendo US$ 2110, janeiro/22 teve queda de US$ 24 por tonelada, cotado a US$ 2121, março/22 recuou US$ 16 por tonelada, valendo US$ 2084 e maio/22 teve baixa de US$ 19 por tonelada, valendo US$ 2057. Apesar do recuo neste pregão, no acumulado semanal, o contrato referência (novembro/21) encerrou com avanço de 0,52% em Londres.
"A falta de contêineres para embarcar o café do Vietnã prejudicará as exportações em um futuro próximo e os preços aumentam. Além disso, um aumento recorde de infecções por Covid no Vietnã levou o primeiro-ministro do Vietnã a aumentar as restrições à pandemia", destacou a análise do site internacional Barchart. As exportações de café do Vietnã em setembro caíram 10,2%, reflexo dos gargalos logísticos e, principalmente, do alto custo de frete marítimo.
Mercado interno
Acompanhando o cenário externo, os preços também recuaram na maioria das praças do mercado físico nesta reta final da semana, impactando de alguma forma as negociações por parte dos produtores.
O tipo 6 bebida dura bica corrida teve a maior baixa no dia em Guaxupé/MG (Cooxupé) (R$ 1230,00 a saca) e Campos Gerais/MG (Coopercam) (R$ 1230,00), ambos com queda de 3,91%. No entanto, também houve salto na Média Rio Grande do Sul.
O tipo cereja descascado caiu 3,73% no dia em Campos Gerais/MG (Coopercam) e está valendo R$ 1290,00 a saca.
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