Região do Alto Jacuí/RS já tem perda de 90% no milho e terá que replantar os 10% da soja já semeada

Muitos municípios da região da Bacia do Alto Jacuí no Rio Grande do Sul estão há mais de 60 dias sem chuvas e os reflexos já aparecem nas lavouras tanto de milho quanto de soja desta safra de verão 2021/22.

Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Não-Me-Toque/RS, Maiquel Junges, o município já tem perdas consolidadas de 70% na produção esperada, mas muitas áreas da região já perderam até 90% do esperado.

“A situação está bem grave. Muitos agricultores precisam fazer silagem desse milho para ter trato para seus animais, mas vai ser uma silagem de péssima qualidade que não tem a proteína ideal. Com isso, o agricultor precisa comprar ração para manter o volume de leite e isso vem aumentando o custo de produção na bacia leiteira”, conta o presidente.

Do lado da soja, apenas 10% da área prevista foi semeada até o momento, mas essas lavouras vão ter que ser replantadas devido a má germinação das plantas. Junges destaca que o bom período de plantio já se encerrou para a soja e o término da janela de Zoneamento Agrícola se aproxima em 31 de dezembro. Sendo assim, entidades da região buscam junto ao governo federal estender os prazos de Zarc nesta safra.

Outra preocupação que começa a bater na porta dos produtores gaúchos é a dívida estendida da safra 2019. A liderança relata que, após as grandes perdas de safra em 2019, o governo concedeu a prorrogação dos compromissos de custeio para 2022, que se aproxima e, novamente, com o agricultor sem boa perspectiva de renda mediante à essas perdas nas lavouras. 

Confira a íntegra da entrevista com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Não-Me-Toque/RS no vídeo.