Alta de 20% em preços de aço por usinas vai vingar com importação mais difícil, diz Inda
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SÃO PAULO (Reuters) - Os esperados reajustes nos preços de aços planos no país em abril deverão ser implementados na totalidade, o que está criando um movimento de antecipação de compras neste mês, segundo dados informados nesta terça-feira pela entidade que representa distribuidores, o Inda.
Usiminas, CSN, Gerdau e ArcelorMittal informaram clientes nos últimos dias sobre reajustes nos preços de aço em abril em duas etapas, compondo um aumento médio de 20%. A alta dos preços ocorre em meio a uma situação que torna importações mais difíceis e um mercado externo capaz de absorver a produção local, disse o presidente do Inda, Carlos Loureiro, a jornalistas.
"O aumento de abril veio para ficar nos próximos meses", disse Loureiro. "A Usiminas anunciou alta de 15% a partir de 1º de abril e pelo menos mais 5% no decorrer do mês. CSN anunciou 12,5% e 7,5% a partir do dia 15. A Gerdau está fazendo mais de 10% em abril e a Arcelor está acompanhando estes números", disse o Loureiro.
A perspectiva do Inda é que os distribuidores de aço plano do país elevem suas compras em março ante fevereiro em 10%, mas a variação pode ser até maior dependendo da intensidade do movimento de antecipação, disse Loureiro. Para as vendas, a projeção da entidade é de alta de 15% na mesma comparação.
Em fevereiro, as vendas dos distribuidores de aços planos ficaram praticamente estáveis ante janeiro, mas caíram 3,7% ante o mesmo mês de 2021, para 300,7 mil toneladas. As compras recuaram 2,8% e 8,7% nas mesmas comparações, para 293,8 mil toneladas, segundo os dados do Inda.
Com isso, o setor terminou fevereiro com estoques de 811,3 mil toneladas, equivalente a 2,7 meses de vendas.
"Embora o mercado interno não esteja brilhando, as usinas não têm a menor dificuldade para exportar...Não está havendo necessidade de disputa por mercado interno porque se não consegue colocar a produção no mercado interno, se consegue via exportação", disse Loureiro.
Ele citou que a exclusão dos mercados internacionais da Rússia e da Ucrânia, grandes produtores de aço, tem contribuído para o ambiente de facilidade nas vendas externas.
No primeiro bimestre, enquanto as importações de aço caíram 10,2% sobre o mesmo período de 2021, para 593 mil toneladas, as exportações dispararam 68,2%, para 2,2 milhões de toneladas, segundo dados do Aço Brasil, entidade que reúne as siderúrgicas.
Questionado sobre as negociações de preços de aço entre as siderúrgicas e montadoras de veículos que possuem contratos a partir de abril, Loureiro afirmou que "no mínimo" o reajuste será de 70%.
Em meio ao ambiente de dificuldade de importações e aumentos nos preços do aço, a margem dos distribuidores locais tende a subir nos próximos meses, disse o presidente do Inda. Segundo ele, normalmente a margem do setor é de 15% a 18%.
"Quando tem pequenos aumentos de 4%, 5%, 6% isso demora um pouco mais para ser repassado aos clientes. Mas quando é maior, de 20%, todo mundo tem que repassar na hora e isso faz com que se aumente um pouco a margem", explicou. "As margens de março e abril serão boas."
(Por Alberto Alerigi Jr.; Edição André Romani)
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