Taxação do agro no PR: Faep afirma, em nota, que setor não foi ouvido em PL apresentado por Ratinho Jr.
![]()
A FAEP (Federação de Agricultura do Estado do Paraná) emitiu uma nota de repúdio, nesta terça-feira (22), sobre o projeto de lei do governo reeleito, Ratinho Jr. (PSD), que taxa o agronegócio do estado. A exemplo do que vem acontecendo em Goiás, Ratinho Jr. afirmou, na mensagem enviada à Assembleia Legislativa paranaense que a arrecadação se dará para o financiamento do "planejamento, estudos, execução, acompanhamento e avaliação de obras e serviços de infraestrutura logística em todo o território paranaense para dar maior competitividade aos estabelecimentos produtores, indispensável diante o avanço da integração dos mercados e, consequentemente, do acirramento concorrencial".
Na sequência, a nota da Faep informava que o setor não foi ouvido em nenhum momento, o que gerou ainda mais surpresa e indignação. Afinal, o custo total do projeto ficaria entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões.
"A FAEP se posiciona contrária ao Projeto de Lei que acaba taxando os produtores rurais do Paraná. A realidade no campo exige respeito e cautela, não pensando em mais custos e sim procurando estímulos para a produção e apoio aos produtores rurais", traz a nota da instituição.
Mais do que isso, a federação pede que os produtores busquem seus parlamentares na Assembleia Legislativa antes da votação do projeto, para que o mesmo não avance ou seja aprovado na casa, também como tem acontecido em Goiás.
No estado goiano, a tributação foi aprovada - com o nome de Funderinfra (Fundo Estadual de Infraestrutura) - no primeiro turno da votação na Assembleia Legislativa (Alego) com o placar de 22 votos a favor e 16 contra. A votação pôde acontecer apenas presencialmente e a segunda etapa do pleito acontece nesta terça-feira (22).
Leia mais:
+ Assembleia Legislativa de Goiás aprova taxação sobre o agro em 1ª votação; setor tenta reverter
+ "Estamos começando uma argentinização", diz consultor sobre aprovação da taxação em Goiás
Em entrevista ao Notícias Agrícolas durante evento nesta terça, o vice-presidente da Aprosoja Paraná, João Cunha, também afirmou que as entidades do setor não foram, ao menos, consultadas e que elas deveriam ter sido chamadas para a discussão. Além disso, disse ainda que a medida pode ser uma porta de entrada para que mais setores da economia do estado sejam taxados também.
Veja a nota da Faep na íntegra, assinada por seu presidente Ágide Meneguette:
"A FAEP se posiciona contrária ao Projeto de Lei que acaba taxando os produtores rurais do Paraná.
A realidade no campo exige respeito e cautela, não pensando em mais custos e sim procurando estímulos para a produção e apoio aos produtores rurais.
Em nenhum momento o setor foi ouvido, gerando ainda mais surpresas. Estudo preliminar aponta que o custo total ficaria entre 1.5 e 2 bilhões de reais.
Pedimos que, nesse momento, os produtores rurais procurem os deputados estaduais e reforcem o pedido para que tal projeto de Lei não seja aprovado.
Próximos passos, se precisar, informaremos.
Ágide Meneguette, 22/11/22
Presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR"
![]()
A Aprosoja Paraná também emitiu uma nota sobre o projeto de lei e o chamou de "traição". Veja a íntegra:
Aprosoja Paraná considera taxação do agro traição
A proposta de taxação do agro paranaense para criar o Fundo de Desenvolvimento da Infraestrutura Logística do Estado (FDI/PR), se aprovada pela Assembleia Legislativa do Paraná, será considerada uma traição por parte de parte da classe política ao setor produtivo rural.
O agronegócio paranaense, incluindo entidades como a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Paraná (Aprosoja Paraná), apoiaram em massa a reeleição do governador Ratinho Júnior e da maioria dos deputados estaduais nas eleições de 2022, em razão do compromisso desses candidatos com o desenvolvimento e com o crescimento do Estado.
Alertamos que criar impostos ou elevar taxas já existentes sobre setores vitais para a economia estadual vai inibir investimentos, reduzir a atividade produtiva e criar um efeito indesejado também sobre a indústria, comércio e serviços.
Também haverá impactos diretos na população e diminuição da rentabilidade do produtor, o que pode provocar retração da atividade e possível corte de postos de trabalho. Com custos mais altos para produzir, os preços dos alimentos serão mais caros, principalmente para as famílias em situação de vulnerabilidade social.
A Aprosoja Paraná e seus milhares de associados e familiares consideram a proposta uma temeridade e pedem que os Deputados Estaduais não levem este projeto de lei adiante. Para o bem da população Paranaense.
Aprosoja Paraná
O PROJETO
O projeto de Ratinho Jr. propõe a criação do FDI/PR (Fundo de Desenvolvimento da Infraestrutura Logística do Estado), com recursos vindos da taxçaão de produtos agropecuários, em especial a comercialização de soja, milho, trigo, boi, suínos, frangos, açúcar, mandioca, toras e cana-de-açúcar.
O texto do projeto de lei traz uma taxa específica para cada produto, baseada na Unidade Padrão Fiscal do Paraná (UFP/PR), hoje sendo R$ 127,06. Assim, os tributos podem variar de R$ 0,90 e R$ 41,49 por tonelada dos produtos agrícolas e de R$ 0,11 a R$ 53,59 por animal.
3 comentários
COOPERATIVISMO EM NOTÍCIA - edição 13/12/2025
Minerva Foods avança em duas frentes estratégicas e alcança categoria de liderança do Carbon Disclosure Project (CDP)
Pesquisador do Instituto Biológico participa da descoberta de novo gênero de nematoide no Brasil
Secretaria de Agricultura de SP atua junto do produtor para garantir proteção e segurança jurídica no manejo do fogo
Manejo do Fogo: Mudanças na legislação podem expor produtores a serem responsabilizados por "omissão" em casos de incêndios
Primeira Turma do STF forma maioria por perda imediata do mandato de Zambelli
Namir Bertuol Londrina - PR
Uma vergonha Nada muda. Nao é a toa que esse é um pais sem futuro.
VINICIUS MORENO Umuarama - PR
Antes pedágio justo, do que impostos cascata sobre produtos alimentícios e etc!
Geovani Salvetti Ubiratã - PR
Depois que se reelegeu tá mostrando quem é,o pedágio vem ai
Traídor, os agricultores devem se unir nesse momento...