Kremlin diz que perspectiva para acordo de grãos no Mar Negro "não é tão boa"
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Por Guy Faulconbridge
MOSCOU (Reuters) - O Kremlin disse nesta quarta-feira que as perspectivas para o acordo histórico de grãos do Mar Negro negociado pela ONU não eram boas, já que as promessas de remover obstáculos às exportações russas de produtos agrícolas e fertilizantes não foram cumpridas.
O acordo de grãos é uma tentativa de aliviar uma crise alimentar que antecedeu a invasão russa da Ucrânia, mas foi agravada pela guerra mais mortal na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
O acordo, que expira no próximo mês em sua forma atual, foi assinado pela primeira vez por Rússia, Ucrânia, Turquia e Nações Unidas em julho do ano passado e prorrogado duas vezes.
No papel, ele permite a exportação de alimentos e fertilizantes, incluindo amônia, de três portos ucranianos no Mar Negro. Mas Moscou diz que as exportações russas de alimentos e fertilizantes estão comprometidas por obstáculos --como impedimentos a seguro e pagamentos-- que devem ser removidos.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que o acordo atual não está funcionando para a Rússia, apesar de alguns esforços das Nações Unidas para implementar as partes do acordo relacionadas aos interesses de Moscou.
"Nenhum acordo pode se apoiar em uma perna: deve se sustentar em duas pernas", disse Peskov a repórteres. "A esse respeito, é claro, a julgar pela situação atual, as perspectivas (para sua extensão) não são tão boas."
A Rússia e a Ucrânia são dois dos mais importantes produtores de commodities agrícolas do mundo e os principais players nos mercados de trigo, cevada, milho, colza, óleo de colza, semente de girassol e óleo de girassol. A Rússia também é dominante no mercado de fertilizantes.
Mais de 27 milhões de toneladas de grãos e outros alimentos foram exportados da Ucrânia a bordo de 881 navios desde que a Iniciativa de Grãos do Mar Negro começou em agosto, mostram dados oficiais.
No mês passado, a Rússia disse que estenderia o acordo por mais 60 dias, embora as Nações Unidas, a Ucrânia e a Turquia tenham pressionado por uma renovação de 120 dias. Moscou diz que o acordo expira em 18 de maio.
"Exatamente metade deste acordo não funcionou e não está funcionando até agora", disse Peskov.
"Sabemos que os representantes da ONU estão fazendo alguns esforços, mas não estão conseguindo e ainda assim a segunda metade do acordo não funciona", disse Peskov.
A Rússia disse repetidamente que qualquer nova extensão do acordo exigirá que uma série de suas demandas sejam atendidas pelo Ocidente, incluindo a reconexão do Banco Agrícola Russo (Rosselkhozbank) ao sistema de pagamento SWIFT.
Outras demandas incluem a retomada do fornecimento de máquinas e peças agrícolas, o fim das restrições a seguros e resseguros, o acesso a portos, a retomada do duto de amônia Togliatti-Odesa e o desbloqueio de ativos e contas de empresas russas envolvidas em alimentos e exportação de fertilizantes.
(Por Guy Faulconbridge)
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