BC vê incerteza maior sobre meta fiscal e defende busca firme pelo objetivo, mostra ata
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Por Bernardo Caram
BRASÍLIA (Reuters) -O Banco Central avalia que cresceu a incerteza sobre a capacidade do governo em cumprir as metas fiscais estabelecidas e defende que os objetivos para as contas públicas sejam buscados com firmeza, de acordo com a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) publicada nesta terça-feira, em meio a debate no governo e no Congresso sobre um eventual afrouxamento do alvo para 2024.
"O Comitê vinha avaliando que a incerteza fiscal se detinha sobre a execução das metas que haviam sido apresentadas, mas nota que, no período mais recente, cresceu a incerteza em torno da própria meta estabelecida para o resultado fiscal, o que levou a um aumento do prêmio de risco", apontou o documento.
"Tendo em conta a importância da execução das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária, o Comitê reafirma a importância da firme persecução dessas metas", acrescentou.
As avaliações do BC vieram após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva dizer no fim de outubro que a meta fiscal de 2024 não precisa ser zero e que o objetivo dificilmente será alcançado. Em seguida, na véspera da reunião do Copom da semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não respondeu se a meta de déficit zero para 2024 será mantida.
O BC decidiu na semana passada fazer um terceiro corte de 0,50 ponto percentual na taxa Selic, a 12,25% ao ano, e afirmou que sua diretoria antevê reduções equivalentes nas próximas reuniões, apesar de mencionar um ambiente internacional adverso.
Na ata, o BC repetiu o comunicado da semana passada ao afirmar que o cenário internacional está adverso. O documento ponderou que apesar da gravidade dos acontecimentos, como o conflito no Oriente Médio e o movimento substancial nos preços de ativos internacionais, a taxa de câmbio e o preço do petróleo tiveram variações até o momento moderadas.
Para o Copom, ainda há um caminho longo a percorrer para a ancoragem das expectativas e o retorno da inflação à meta, o que exige serenidade e moderação na condução da política monetária.
"O Comitê percebe a necessidade de se manter uma política monetária ainda contracionista pelo horizonte relevante para que se consolide a convergência da inflação", disse.
(Edição de Camila Moreira)
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