Robusta na Colômbia? País vizinho começa avaliar possibilidade e estima 80 mil hectares favoráveis para cultivo
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Com as mudanças climáticas trazendo alterações nas origens produtoras de café mundo afora, todos os países começam a investir em mudanças e muita tecnologia com o objetivo de se manter na atividade com produtividade e rentabilidade. Na Colômbia, depois dos problemas com excesso de chuva durante o período de La Niña, o setor cafeeiro começa a avaliar a possibilidade de produção de robusta no país vizinho. Há alguns meses a imprensa local vem relatando o interesse dos colombianos nessa variedade.
De acordo com dados da Associação Nacional dos Exportadores de Café Colombianos (Asoexpor) divulgados pelo portal Portafolio, a Colômbia já tem potencial para a produção de robusta em 80 mil hectares, com produtividade estimada em 40 sacas por hectare. Em valores, a produção teria potencial para 3,2 milhões de sacas, com valor de US$ 475 milhões.
A publicação destaca que Gustavo Gómez, presidente da entidade, afirmou que o robusta pode ser uma excelente opção para fortalecer a economia cafeeira do país e sem impactar a relevância que o café arábica tem para os produtores e mercado internacional. Acrescenta ainda que a Colômbia está de olho na demanda internacional que vem crescendo de forma acentuada nos últimos anos.
“O que estamos vendo é que os torrefadores estão comprando café robusta em maior proporção e o importante é poder participar desse crescimento do mercado, para poder trazer prosperidade às áreas cafeeiras não tradicionais e dar renda adicional aos produtores”, disse ele ao Portafolio.
Federação Nacional dos Cafeicultores
A Federação Nacional dos Cafeicultores (FNC) reconhece as oportunidades com o robusta e defende que novas oportunidades sejam exploradas, mas afirma que é preciso considerar de forma responsável a realidade dos cafeicultores da Colômbia. “As vantagens que o cultivo pode oferecer no contexto global são apreciáveis, mas também é preciso dizer que nos impõe enormes desafios”, disse Germán Bahamón, gerente geral da FNC.
O gerante destacou ainda a competividade deste mercado, atualmente liderada pelo Brasil, que inclusive produz mais que o dobro do estimado de 40 sacas por hectares na Colômbia. Destacou ainda a importância da produção em larga escala com suporte na tecnologia, além de falar sobre a necessidade de investimento em infraestrutura nas regiões mais baixas. “Isso não significa que possamos negar essa possibilidade, desde que seja feita de forma responsável e não sujeita a pressões comerciais”, disse.
O portal trouxe ainda a análise Guillermo Trujillo, analista de mercado na Colômbia, que ressaltou a importância de separar as duas produções em duas categorias diferentes de economia para o país.
“O cultivo do robusta não deve ser visto como um substituto do cultivo do arábica suave; São duas coisas completamente diferentes. É uma alternativa econômica para o país, mas não deve ser vista como concorrência, pois não ajuda em nada a cafeicultura tradicional ”, finalizou.
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