Dólar sobe frente ao real após decisões de juros no Brasil e nos EUA
![]()
Por Fernando Cardoso
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar subia frente ao real nesta quinta-feira, ampliando os ganhos da véspera e na contramão dos emergentes, enquanto investidores continuam repercutindo as decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos.
Às 9h57, o dólar à vista subia 0,3%, a 5,6729 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,41%, a 5,697.5 reais na venda.
Na véspera, o dólar fechou em alta de 0,64%, a 5,6558 reais.
Na sessão desta quinta-feira, agentes financeiros seguem avaliando decisões de bancos centrais na quarta-feira, em busca de sinais sobre a trajetória futura dos juros e o impacto sobre os ativos brasileiros.
O Banco Central decidiu manter a taxa Selic em 10,50% ao ano, em decisão unânime de sua diretoria, e pediu cautela "ainda maior" na política monetária, avaliando também que a percepção dos agentes econômicos sobre o cenário fiscal tem impactado preços de ativos e expectativas de mercado.
A decisão pela manutenção era esperada por economistas, que seguem incertos, por outro lado, sobre o que o Comitê de Política Monetária (Copom) fará com a taxa básica de juros nos próximos meses, o que contribuía para pressionar o dólar.
"O BC tem agido com bastante cautela principalmente por conta da alta volatilidade causada por medo do mercado de uma posição leniente com a inflação", disse Matheus Massote, especialista em câmbio da One Investimentos.
No exterior, o Federal Reserve também manteve sua taxa de juros inalterada, mas abriu a porta para reduzir os custos dos empréstimos já na próxima reunião de política monetária, em setembro, conforme a inflação continua a se alinhar com a meta de 2% do banco central dos EUA.
"Lá fora o resultado (também) veio dentro do esperado, a parte mais relevante foi o discurso do (chair Jerome) Powell trazendo ancoragem de expectativas com um corte para setembro, que já havia sido precificado anteriormente mas já haviam analistas jogando o corte pra novembro", completou Massote.
Quanto mais o Fed cortar os juros, pior para o dólar, que se torna comparativamente menos atrativo quando os rendimentos dos Treasuries caem.
Com isso, o dólar tinha tendência de baixa contra a maior parte das moedas emergentes, recuando ante o peso mexicano, o peso chileno e o rand sul-africano.
O índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,26%, a 104,320.
Ainda na quarta-feira, a disputa entre investidores pela formação da Ptax de fim de mês deu impulso às cotações no Brasil.
Taxa de câmbio calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista, a Ptax serve de referência para a liquidação de contratos futuros.
0 comentário
Dólar oscila perto da estabilidade após abertura no Brasil
Mercado vê Selic a 12,25% em 2026, mostra Focus
Minério de ferro amplia ganhos com oferta restrita da BHP e produção mais firme de ferro-gusa
Confiança do consumidor do Brasil atinge em dezembro nível mais alto em um ano, mostra FGV
China mantém taxas de juros de referência para empréstimos pelo sétimo mês consecutivo
Consumidores do Reino Unido sentem impacto dos aumentos de impostos com desaceleração da economia