BC do Japão estava dividido sobre como tarifas dos EUA afetam aumentos de juros, mostra ata de março
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TÓQUIO (Reuters) - Os membros do Banco do Japão estavam divididos em março quanto ao momento em que o banco central japonês deveria elevar novamente a taxa de juros, uma vez que as incertezas decorrentes das políticas tarifárias dos Estados Unidos aumentaram, segundo a ata de sua penúltima reunião, divulgada nesta quinta-feira.
"Os riscos de queda decorrentes das políticas dos EUA aumentaram rapidamente e, dependendo da evolução futura de sua política tarifária, é bem possível que esses riscos tenham até mesmo um impacto negativo significativo sobre a economia real do Japão", disse um membro, de acordo com a ata.
O membro disse que o Banco do Japão, portanto, "precisará ser particularmente cauteloso ao considerar o momento do próximo aumento da taxa".
Outro membro disse que, mesmo com o aumento da incerteza, o Banco do Japão nem sempre é obrigado a conduzir a política monetária de forma excessivamente cautelosa. O banco central japonês "pode enfrentar uma situação em que deva agir de forma decisiva", disse o membro.
Outro membro disse que o Banco do Japão deveria levar em conta as expectativas de inflação das empresas e das famílias, os riscos de alta nos preços e o progresso nos aumentos salariais ao tomar decisões de juros na próxima reunião.
Na reunião de 18 e 19 de março, o Banco do Japão manteve a taxa de juros estável em 0,5%.
O presidente do banco central, Kazuo Ueda, alertou sobre o aumento da incerteza econômica global em um briefing após a reunião, apontando para o risco de que o aumento dos custos dos alimentos e o crescimento mais forte do que o esperado dos salários possam elevar a inflação subjacente no Japão.
Na semana passada, o Banco do Japão decidiu novamente manter os juros estáveis.
Ueda disse que o prazo para a convergência da inflação subjacente para a meta de 2% do banco central foi "um pouco adiado" - essencialmente sinalizando uma pausa nos aumentos de juros para que haja mais clareza sobre as consequências das tarifas mais altas.
(Por Makiko Yamazaki)
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