Açúcar fecha semana com ganhos após oscilações e cenário equilibrado entre Brasil e mercado global
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Após fechar esta sexta-feira (27) com ganhos, os preços do açúcar terminaram a quarta e última semana de junho em alta, com ganhos na Bolsa de Nova Iorque e Londres, refletindo ajustes após volatilidade e um mercado que equilibra o impacto das condições climáticas no Brasil e a forte oferta internacional.
Na Bolsa de Nova Iorque, o contrato julho/25 avançou 0,16 cents (1,02%), encerrando a 15,81 cents/lbp. O outubro/25 subiu 0,29 cents (1,76%), para 16,71 cents/lbp. O março/26 teve alta de 0,26 cents (1,52%), negociado a 17,37 cents/lbp. O maio/26 valorizou 0,23 cents (1,37%), fechando a 17,00 cents/lbp.
Os contratos futuros tiveram desempenho positivo nesta semana, com exceção do julho/25, que recuou 1,80%. Os contratos outubro/25, março/26 e maio/26, por sua vez, avançaram, com altas de 0,85%, 1,11% e 1,43%, respectivamente.
Em Londres, os contratos do açúcar branco também apresentaram ganhos expressivos. O agosto/25 subiu 680 pontos (1,43%), para US$ 484,70 por tonelada. O outubro/25 avançou 700 pontos (1,50%), cotado em US$ 474,10/tonelada. O dezembro/25 teve alta de 680 pontos (1,48%), a US$ 466,90/tonelada. O março/26 fechou em US$ 470,00 por tonelada, com ganho de 580 pontos (1,25%).
Os principais contratos do açúcar branco também fecharam a semana em alta. O agosto/25 valorizou 2,02%, seguido pelo outubro/25 com alta de 1,50%. O dezembro/25 avançou 1,24%, e o março/26 teve ganho de 1,40%.
Segundo Mauricio Muruci, analista de mercado da Safras & Mercado, a semana foi de ajustes, que devem manter o contrato outubro/25 em torno dos 16,50 cents/lbp. “Isto indica que há em curso o início da formação de um canal lateral ao redor deste ponto de referência ao longo de toda a primeira metade de julho e, provavelmente, ao longo da segunda quinzena do mês também”, explicou.
Muruci destacou que os fundamentos do mercado estão muito equilibrados no médio prazo, garantindo a estabilidade dos preços em torno desse nível. “Por um lado temos a sustentação dos preços diante da quebra de 9% a 10% projetada sobre a safra corrente 2025/26 do Centro-Sul do Brasil”, disse, lembrando que essa quebra pode chegar a 12% devido às fortes geadas que atingiram áreas produtoras ao norte de São Paulo.
Além disso, ele ressaltou que a elevação da mistura de anidro na gasolina de 27% para 30% deve reduzir a disponibilidade de cana para a produção de açúcar. “A elevação da mistura de anidro na gasolina de 27% para 30%, em última instância, reduzirá a disponibilidade de cana para a produção de açúcar em uma safra com forte nível de quebra em termos de qualidade e quantidade de cana”, afirmou.
Por outro lado, o cenário internacional limita os ganhos dos preços. Segundo Muruci, a Índia tem perspectivas de produção local de 35 milhões de toneladas, motivadas pelo aumento da área plantada e chuvas regulares. A China e a Tailândia também devem registrar elevações significativas na produção, com 11,2 e 10,5 milhões de toneladas, respectivamente.
Ele acrescentou ainda que “o USDA estima para a safra internacional futura 2025/26 um dos maiores níveis de superávit em 10 anos, pouco acima dos 11 milhões de toneladas de açúcar”, o que reforça a limitação da alta dos preços em Nova York, mesmo com os problemas enfrentados pelo Centro-Sul do Brasil.
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