Alívio na oferta global de cacau sugere superávit robusto na safra 2025/26

Publicado em 04/07/2025 12:47
StoneX estima saldo positivo mundial em 239 mil toneladas, cenário mas segundo ainda depende do clima no semestre de 2025

Enquanto o saldo global de cacau segue próximo à possibilidade de déficit no ciclo 2024/25, reforçando o cenário de desvantagens vivenciado pelo mercado desde o final de 2023, o ciclo 25/26, por sua vez, pode trazer um superávit mais robusto – de 239 mil toneladas, segundo divulgado a StoneX na quinta-feira (03), durante o webinar “Radar Cacau”.

O foco recai principalmente sobre o clima, tendo em vista que a fase mais importante de desenvolvimento dos frutos ocorre entre março e junho, com a colheita principal se intensificando a partir de outubro.

“A aposta em um cenário mais equilibrado para os estoques globais ainda depende do clima na segunda metade de 2025, assim como a persistência dos desafios relacionados a doenças, o que tende a manter os preços elevados frente à média histórica”, pondera o analista de Inteligência de Mercado do grupo, Rafael Borges.

Até o final de junho, o acompanhamento climático tem apontado para chuvas razoavelmente dentro da média nos principais produtores, Costa do Marfim e Gana (~60% da oferta global), e desenvolvidos em países como Equador, Peru e Indonésia (~18% da oferta).

O principal produto regional, contudo, segue sob forte risco estrutural na produção, sendo o principal deles a doença viral CSSVD. Diferentemente de eventos pontuais de clima, o CSSVD (vírus da vagem inchada) traz efeitos acumulados sobre a safra, demanda respostas agressivas de combate e segue em expansão, apesar dos esforços.

Ainda para a temporada 2025/26, destaca-se que os investimentos no setor, fomentados pelo maior nível de preços, ocorrem mais rápido no Brasil frente aos produtores do Oeste Africano. Os produtores brasileiros também são beneficiados pelo maior acesso ao crédito, fator que tende a ser limitante em alguns dos principais produtores africanos.

A primeira estimativa da StoneX para a safra brasileira 2025/26 de cacau aponta 215 mil toneladas, avanço de 10,2% em relação ao ciclo anterior.

2024/25: superávit apertado como consequência de desafios climáticos e baixo investimento no setor

A safra 2024/25 se encaminha para o encerramento sob um superávit mais apertado que o antecipado, estimado em 65 mil toneladas. O impacto do clima mais seco, principalmente na Costa do Marfim, trouxe desafios à recuperação produtiva após a quebra de 2023/24, a maior em 50 anos.

Os desafios enfrentados pelos maiores produtores evidenciaram não apenas uma quebra de safra, mas o culminar de décadas de baixo investimento no setor, assim como problemas específicos relacionados a doenças, limitando as perspectivas inicialmente otimistas de recuperação.

O papel da rastreabilidade no pilar sustentável

A busca do mercado por soluções mais transparentes e rastreáveis ao longo de toda a cadeia produtiva do cacau traz oportunidades significativas e eficiência aos negócios. "Há alguns anos, essas iniciativas eram especificações de porta para dentro da indústria. Hoje, espera-se uma rastreabilidade completa, do campo até o consumidor final", explicou a analista de ESG da StoneX, Graziella Salvoni, durante evento realizado.

De acordo com Graziella, a demanda por práticas sustentáveis deixou de ser uma vantagem competitiva e passou a ser pré-requisito em mercados exigentes, como o europeu, por exemplo. Com a entrada do Regulamento da União Europeia para Produtos Livres de Desmatamento (EUDR), commodities como cacau deverão ser comprovadas, obrigatoriamente, que não estão associadas ao desmatamento, por meio de rastreabilidade e verificação de conformidade legal e ambiental.

Ainda segundo o analista, o Brasil tem potencial para se tornar um fornecedor relevante de cacau sustentável, aproveitando o momento de transição para padrões globais mais exigentes.

Superando as incertezas com planejamento e estratégia

O papel de consultoria em gerenciamento de riscos da StoneX é protegido por produtores, variedade e demais agentes da cadeia contra as incertezas e a volatilidade de preços, que podem comprometer as margens. "Queremos que nossos clientes estejam bem posicionados diante das oscilações do mercado. E isso só é possível com informação de qualidade, proximidade e um trabalho contínuo de análise e acompanhamento", ressaltou o consultor sênior da StoneX Brasil, Ricardo Nogueira, durante o webinar “Radar Cacau”.

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Fonte:
StoneX

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