Açúcar fecha com forte recuperação nesta 3ª feira (23) apesar de projeção de superávit global

Publicado em 23/09/2025 16:40
Alta do petróleo deu suporte para ganhos do adoçante no mercado internacional

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Os futuros do açúcar encerraram o pregão desta terça-feira (23) com fortes ganhos nas bolsas internacionais. As cotações se recuperaram após quedas recentes e avançaram acima de 2% em Nova Iorque e Londres, acompanhando a valorização do petróleo. Segundo análise do Barchart, a alta de cerca de 2% nos preços do petróleo bruto foi o principal fator de suporte ao mercado.

Em Nova Iorque, o outubro/25 avançou 41 pontos, cotado a 15,66 cents/lbp (+2,69%). O março/26 subiu 24 pontos, para 16,15 cents/lbp (+1,51%). O maio/26 ganhou 17 pontos, encerrando em 15,72 cents/lbp (+1,09%), enquanto o julho/26 fechou a 15,58 cents/lbp, em alta de 14 pontos (+0,91%).

Na Bolsa de Londres, o dezembro/25 disparou US$ 11,80, cotado a US$ 462,80 por tonelada (+2,62%). O março/26 avançou US$ 9,40, negociado a US$ 454,00 por tonelada (+2,11%). O maio/26 subiu US$ 6,70, para US$ 451,30 por tonelada (+1,51%), e o agosto/26 encerrou a US$ 449,10 por tonelada, com alta de US$ 4,40 (+0,99%).

A valorização do petróleo foi motivada por preocupações com o fornecimento russo, após a Otan prometer uma resposta “robusta” a incursões em seu espaço aéreo. O movimento ocorreu apesar de relatórios econômicos apontarem atividade manufatureira mais fraca do que o esperado na Zona do Euro e nos Estados Unidos, o que em tese limitaria a demanda por energia.

Preços mais altos do petróleo tendem a favorecer a remuneração do etanol, levando usinas a direcionar mais cana para biocombustível em detrimento do açúcar, o que pode reduzir a oferta global do adoçante. No Brasil, o mix mais açucareiro tem sido fundamental para a produção do Centro-Sul nesta safra.

Apesar da recuperação diária, fundamentos continuam sinalizando pressão sobre os preços. A StoneX revisou nesta terça-feira suas projeções para o mercado global de açúcar e passou a estimar um superávit de 2,8 milhões de toneladas (valor bruto) na temporada 2025/26 (outubro-setembro).

De acordo com Marcelo Di Bonifácio Filho, analista de Inteligência de Mercado da consultoria, mesmo após um ciclo 2024/25 deficitário, fatores como estoques elevados e ritmo lento de importações globais têm pesado sobre as cotações.
“Os aspectos de trade flow, portanto, vem sendo muito mais impactantes ao mercado neste momento e podem ser balizadores para a trajetória dos futuros daqui para frente”, explica.

Nos últimos meses, compradores internacionais vêm mantendo importações em ritmo contido, aproveitando preços mais baixos e evitando movimentos que poderiam gerar gatilhos de alta. Esse comportamento decorre do excedente produtivo de 2023/24, aliado às exportações recordes do Brasil em 2024, que contribuíram para a formação de estoques elevados nos principais mercados consumidores.

Do lado da oferta, a atual safra do Centro-Sul brasileiro mantém moagem historicamente volumosa. Entre abril e agosto, o setor registrou maximização inédita do mix açucareiro, com o indicador acumulado acima de 52%.
“Esse aumento na produção de açúcar reforça a tendência de preços mais baixos no médio prazo, especialmente considerando a expectativa de um ciclo positivo a nível global para 2025/26”, observa o analista.

 

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Fonte:
Notícias Agrícolas

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