Brasil tem quase 6 milhões de cavalos e mais de 200 mil criadores: paixão move setor que desafia custos altos
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O cavalo é parte essencial da identidade rural do Brasil e também representa uma importante força econômica no campo. Segundo a Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM), divulgada pelo IBGE, o país possui cerca de 5,8 milhões de equinos. Os estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Pará lideram o ranking nacional, cada um com rebanhos superiores a 500 mil animais.
Entre as raças mais populares no Brasil está a Quarto de Milha, que é a mais registrada no país. De acordo com dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e da Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha (ABQM), existem mais de 648 mil animais oficialmente cadastrados dessa linhagem.
Outras raças de destaque incluem o cavalo Crioulo, com aproximadamente 460 mil exemplares, e o Mangalarga Marchador, com cerca de 370 mil, segundo o Mapa. A ABQM também contabiliza mais de 209 mil criadores e proprietários da raça Quarto de Milha espalhados por todo o Brasil.
Criação exige investimento constante e cuidados especializados
Apesar dos números expressivos, a criação de cavalos exige um nível elevado de dedicação e investimento. Manter um haras demanda estrutura, mão de obra especializada e alimentação de alta qualidade, o que impacta diretamente nos custos de produção.
O jornalista Hermano Henning, criador e entusiasta do setor, mantém um haras localizado a aproximadamente 100 quilômetros da cidade de São Paulo. Ele cria puro-sangue inglês voltado para as corridas em Jockey Clubs e destaca os principais desafios da atividade.
Segundo Henning, o custo com alimentação é um dos principais entraves. “Enquanto você dorme, o cavalo come. O preço da ração está muito alto e é difícil ter retorno na venda de um potro”, afirma. A frase sintetiza bem a realidade enfrentada por milhares de criadores no país.
Hermano Henning é um dos nomes mais respeitados do jornalismo brasileiro, mas também é reconhecido no universo equestre. Desde a infância, desenvolveu uma ligação profunda com os cavalos. Seu primeiro contato com o animal aconteceu ainda criança, quando ganhou uma égua chamada Boneca, presente do pai.
Atualmente, Henning divide sua paixão com o público no quadro “Hora dos Haras”, exibido todas às terças-feiras no programa Pecuária & Mercado, na TV Notícias Agrícolas. Ele acredita que a motivação para criar cavalos não está no lucro, mas no vínculo emocional com os animais.
“O criador de cavalo é movido pela emoção. Não é uma atividade lucrativa, especialmente no cenário atual. A relação com o cavalo é ditada pelo coração. Ver um potro nascer, crescer... é uma emoção única”, afirma.
Criação de cavalos movimenta turismo, esporte e cultura
A conexão afetiva descrita por Hermano explica por que milhares de brasileiros continuam investindo na equinocultura. A criação de cavalos alimenta outros setores, como esportes equestres, turismo rural e manifestações culturais em diferentes regiões do país.
Associações do setor reforçam que o futuro da equinocultura brasileira depende de políticas de incentivo, capacitação técnica e disseminação de boas práticas de manejo e genética. A profissionalização é vista como essencial para garantir a sustentabilidade dessa cadeia produtiva.
Ciência, nutrição e o papel da informação correta
Durante a 9ª edição da FENABON, o professor Alexandre Gobesso, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP e consultor da BN Horse, abordou os riscos da alimentação inadequada. Ele destacou que muitos problemas de saúde em cavalos surgem da má interpretação de informações disseminadas, especialmente em redes sociais.
“O cavalo não é frágil. O que o faz sofrer é a interferência humana naquilo que deveria ser natural. Precisamos reaprender como alimentar esses animais”, alerta o especialista.
Gobesso também enfatiza a importância de adaptar as dietas aos alimentos disponíveis no Brasil e buscar orientação profissional qualificada. A nutrição adequada é um dos pilares da saúde e da performance dos equinos.
Brasil tem o maior rebanho de equinos em clima tropical
Com aproximadamente 5,9 milhões de cabeças, o Brasil abriga o maior rebanho de cavalos em clima tropical do mundo. A equinocultura nacional movimenta uma cadeia econômica que vai desde a produção de insumos e rações até eventos esportivos e comércio de genética.
No qaudro “Hora dos Haras”, no programa Pecuária & Mercado, Henning conta que começou criando cavalos da raça Quarto de Milha, símbolo dos cowboys do cinema, e atualmente trabalha também com puro-sangue inglês. Ele participa de corridas em São Paulo e no Rio de Janeiro. “Comecei com o Quarto de Milha, que é um cavalo que eu amo. Ele representa tudo aquilo que me encantava nos filmes de faroeste”, relata.
O quadro se tornou um espaço de referência para criadores, técnicos e apaixonados por cavalos, oferecendo informação, análise e reportagens sobre o universo equestre no Brasil.
Com mais de 200 mil criadores e quase 6 milhões de cavalos, o Brasil é um dos líderes mundiais na criação de equinos. A equinocultura brasileira é movida por uma combinação de emoção, tradição e conhecimento técnico.
Mesmo enfrentando altos custos e desafios logísticos, milhares de brasileiros mantêm viva a paixão pela criação de cavalos. O futuro do setor depende da valorização da ciência, da capacitação dos profissionais e do reconhecimento de que o cavalo, mais do que um investimento, é um verdadeiro companheiro de jornada no campo.
Hora dos Haras: espaço dedicado à equinocultura na TV e na web
O quadro “Hora dos Haras” vai ao ar ao vivo todas às terças-feiras, a partir das 11h30, no programa Pecuária & Mercado, da TV Notícias Agrícolas. O conteúdo também está disponível em múltiplas plataformas:
- Aplicativo oficial (Google Play e Amazon Appstore)
- Samsung TV Plus, direto na Smart TV
- Canal 200 da Nova Parabólica (BRTVMAX)
- YouTube, com transmissão 24 horas e vídeos sob demanda
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