SLC pode replicar modelo de parceria com BTG se for bem-sucedido, diz CEO

Publicado em 07/11/2025 11:54 e atualizado em 07/11/2025 14:36

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SÃO PAULO (Reuters) - A SLC Agrícola, uma das maiores produtoras de grãos e oleaginosas do Brasil, poderá repetir um modelo de parceria anunciado na véspera com fundos do BTG Pactual se a estratégia que reduz a necessidade de emissões de dívidas for bem-sucedida, disse o CEO da companhia, Aurélio Pavinato, nesta sexta-feira.

Mas o executivo ponderou que a eventual replicação do modelo não seria automática, dependendo de vários fatores. Ele também não entrou em detalhes sobre os parceiros.

"Novos 'deals', a expansão desse 'deal' dependem do cenário e das oportunidades", afirmou Pavinato, durante teleconferência de resultados com analistas.

Ele disse que o acordo com o BTG Pactual atende as expectativas de momento da empresa e dos investidores.

Os acordos com fundos do BTG Pactual envolverão aportes de cerca de R$1 bilhão, dando fôlego para a companhia realizar investimentos, especialmente em irrigação.

Já SLC subscreverá capital nas sociedades criadas com os fundos com a contribuição de ativos, incluindo a Fazenda Piratini (na Bahia).

O modelo de parceria com o BTG foi fechado em momento em que as taxas de juros estão elevadas e a SLC está com a alavancagem acima do nível adequado após aquisições importantes.

"Não dá pra dizer que é replicável (o modelo) automaticamente, tem que ter o encaixe de valor da terra para poder multiplicar esse 'deal'...", disse ele.

Mas, acrescentou o CEO, "obviamente que tendo sucesso, abre possibilidade de expansão desse modelo".

IRRIGAÇÃO

Os recursos obtidos vão ajudar a companhia a investir em projetos de irrigação, que têm um custo estimado em torno de R$25 mil por hectare, disse Pavinato.

A companhia projeta elevar a área plantada irrigada em 232% nos próximos anos, para 53,18 mil hectares, segundo dado apresentado pela empresa.

A geração de receita com projetos de irrigação é bem maior do que aquelas lavouras em sequeiro, compensando os investimentos e evitando riscos de quebra de safra pela seca, explicou Pavinato.

SAFRA ATUAL

Pavinato disse que o Mato Grosso teve um início do plantio favorável em 2025/26, mas faltaram chuvas para algumas fazendas em outubro.

Entretanto, ele considerou que o "conjunto da obra" de Mato Grosso "está Ok", e ressaltou que a safra de soja do Estado pode atingir nível parecido com o ano passado, se chuvas favorecerem as lavouras em novembro e dezembro.

A companhia busca antecipar o plantio de soja para fazer uma segunda safra de algodão, já a partir de janeiro, visando obter uma janela climática favorável para a pluma.

A SLC deverá ampliar a área plantada de algodão em 11% na comparação anual para quase 200 mil hectares na temporada 2025/26, sendo que quase 97 mil hectares são de segunda safra.

Apesar disso, o CEO da SLC disse que o preço do algodão hoje não motiva aumento de área plantada de algodão no Brasil, "especialmente dos entrantes".

Na teleconferência, ele afirmou que a SLC deverá "retirar o pé" em termos de novos projetos de algodão, enquanto o CFO Ivo Brum disse que a combinação de juros altos e preço baixo do algodão retira incentivo para produzir a pluma.

Além do Centro-Oeste, a companhia opera no Nordeste.

(Por Roberto Samora)

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Fonte:
Reuters

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