Ibovespa flerta com 164 mil pontos após PIB reforçar aposta de queda da Selic em janeiro

Publicado em 04/12/2025 12:15 e atualizado em 04/12/2025 13:26

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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO, 4 Dez (Reuters) - O Ibovespa renovava máximas históricas nesta quinta-feira, ultrapassando os 164 mil pontos no melhor momento, com dados mostrando desaceleração da atividade econômica no Brasil alimentando expectativas sobre queda da Selic no começo de 2026.

Por volta de 11h50, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, avançava 1,15%, a 163.621,64 pontos, tendo registrado 164.057,62 pontos na máxima até o momento, recorde intradia. Na mínima, marcou 161.759,12 pontos.

O volume financeiro no pregão somava R$6,97 bilhões.

De acordo com o IBGE, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 0,1% entre julho e setembro na comparação com os três meses imediatamente anteriores, o resultado mais fraco desde a retração de 0,1% vista nos três últimos meses de 2024.

No primeiro e segundo trimestres, a economia cresceu 1,5% e 0,3%, respectivamente, em dados revisados pelo IBGE de 1,3% e 0,4% informados antes. Economistas previam alta de 0,2% para o terceiro trimestre, conforme pesquisa da Reuters.

"A desaceleração da atividade é evidente", afirmaram economistas do Bradesco, acrescentando que a demanda privada, principal canal de atuação da política monetária, ficou praticamente estável nos dois últimos trimestres.

Após os dados do PIB, o mercado passou a precificar uma possibilidade de 84% de o Banco Central reduzir a taxa Selic em 0,25 ponto percentual na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em janeiro. Antes, esse percentual era de 78%.

A pesquisa Focus, feita pelo BC com o mercado, vem mostrado há 14 semanas previsão de Selic a 14,75% em janeiro, considerando a mediana das expectativas compiladas. Atualmente a Selic está em 15% ao ano.

O fôlego do Ibovespa tem tido suporte ainda em apostas de continuidade dos cortes dos juros nos EUA, bem como realocação global de ativos -- que se reflete em um saldo de capital externo positivo em cerca de R$27,7 bilhões na bolsa no ano.

A performance positiva na B3 também tem como pano de fundo a antecipação de anúncios sobre pagamento de dividendos pelas empresas para aproveitar a isenção da tributação sobre os mesmos a partir de 2026, conforme a reforma do Imposto de Renda.

DESTAQUES

- MAGAZINE LUIZA ON avançava 4,89%, endossada pelo alívio nas taxas dos DIs na esteira dos dados do PIB, o que também sustentava outros papéis sensíveis a juros, entre eles LOCALIZA ON, que se valorizava 3,47%, e NATURA ON, que subia 3,22%.

- REDE D'OR ON valorizava-se 3,6%, referendada por relatório de analistas do Safra, que elevaram a recomendação da ação para "outperform", enxergando um cenário favorável para a companhia, com a divisão de hospitais em trajetória de reaceleração. O preço-alvo passou para R$57 ante R$44.

- ITAÚ UNIBANCO PN era negociada em alta de 1,49%, em pregão positivo para o setor, com BRADESCO PN avançando 1,11%, SANTANDER BRASIL UNIT em alta de 1,05%, BANCO DO BRASIL ON ganhando 0,98% e BTG PACTUAL UNIT subindo 1,48%.

- PETROBRAS PN mostrava elevação de 1,02%, descolada da fraqueza do petróleo no exterior. A estatal e a Shell arremataram juntas, sem concorrência, duas das três áreas ofertadas em leilão inédito de participações da União em blocos em produção no pré-sal.

- VALE ON subia 0,69%, na quinta alta seguida, com analistas reforçando recomendação de compra para a ação nos últimos dias. O Citi escreveu que conversas com investidores sugerem que a ação atualmente é vista como um "cupom de minério de ferro", com o mercado esperando fortes retornos aos acionistas.

- AMBEV ON recuava 1,41%, entre as poucas quedas da sessão. No começo da semana, dados do IBGE mostraram queda de 1,3% na produção de bebidas alcoólicas em outubro ante o mesmo mês de 2024. Para o analista Rodrigo Alcantara, do UBS BB, o dado apoia uma visão cautelosa para Ambev.

(Por Paula Arend Laier)

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Fonte:
Reuters

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