Dólar cai após Flávio Bolsonaro sinalizar que pode desistir de candidatura à Presidência

Publicado em 08/12/2025 10:17 e atualizado em 08/12/2025 11:32

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Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO, 8 Dez (Reuters) - Após disparar mais de 2% na sessão anterior, o dólar cai ante o real nesta segunda-feira, com o mercado ajustando preços após o senador Flávio Bolsonaro (PL) sinalizar no fim de semana que poderá desistir da candidatura à Presidência em 2026.

Às 10h08, o dólar à vista cedia 0,27%, aos R$5,4197 na venda.

Na B3, o contrato de dólar futuro para janeiro -- atualmente o mais líquido no Brasil -- caía 0,37%, aos R$5,4475.

Na sexta-feira, o dólar à vista fechou em alta de 2,34%, aos R$5,4346, após a notícia de que o ex-presidente Jair Bolsonaro escolheu seu filho Flávio para ser candidato à Presidência.

O avanço foi consequência da avaliação de que, se Flávio for de fato candidato, o favorito do mercado -- o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) -- estará fora da disputa. Além disso, um cenário sem a candidatura de Tarcísio é visto como favorável à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

No domingo, porém, Flávio Bolsonaro disse que há uma possibilidade de não ir até o fim na disputa eleitoral, mas que sua desistência teria um preço, a ser anunciado nesta segunda-feira. Especula-se que o preço poderia estar relacionado ao interesse da família de buscar a aprovação da anistia para os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

Com a sinalização de que Flávio Bolsonaro poderá não ser candidato, deixando o caminho aberto para Tarcísio, o dólar oscila em baixa ante o real nesta segunda-feira, ainda que o movimento esteja longe de compensar o forte avanço da sexta-feira.

No exterior, as atenções estão voltadas para a decisão do Federal Reserve sobre juros, na próxima quarta-feira. A expectativa é de que o Fed corte a taxa, hoje na faixa de 3,75% a 4,00%, em 25 pontos-base.

Também na quarta-feira o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil deliberará sobre a Selic, hoje em 15% ao ano. Neste caso, as apostas são quase unânimes na manutenção da taxa básica.

O diferencial de juros entre Brasil e EUA tem sido apontado como um dos principais fatores para o dólar ter se mantido em níveis mais baixos nas últimas semanas, entre R$5,30 e R$5,40. Na última sexta-feira, a notícia sobre a indicação de Flávio Bolsonaro impulsionou as cotações para além desta faixa.

No boletim Focus divulgado nesta manhã, a projeção mediana dos economistas para o dólar no fim de 2025 seguiu em R$5,40 e no fim de 2026 permaneceu em R$5,50. Os economistas projetam uma Selic de 15% no encerramento deste ano e de 12,25% no final do próximo ano.

Às 11h30, o Banco Central realiza leilão de 50.000 contratos de swap cambial para rolagem do vencimento de 2 de janeiro.

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Fonte:
Reuters

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