UE adia propostas para setor automotivo; planos para tarifas de carbono também devem ser adiados

Por Philip Blenkinsop e Kate Abnett

BRUXELAS, 8 Dez - A União Europeia adiou por uma semana o lançamento de propostas para o setor automotivo que podem enfraquecer a proibição de novos carros emissores de CO2 para 2035, confirmou a Comissão Europeia na segunda-feira.

Anteriormente, um esboço da agenda da Comissão visto pela Reuters mostrou que o bloco adiaria a publicação de seu pacote automotivo, juntamente com os planos de ampliar sua tarifa de fronteira de carbono, pioneira no mundo, para incluir máquinas de lavar e outros produtos manufaturados.

Ambos estavam previstos para quarta-feira, mas agora estão marcados para 16 de dezembro.

Um porta-voz da Comissão confirmou a nova data para as propostas automotivas, mas se recusou a confirmar os prazos para as outras políticas.

As negociações continuam enquanto os departamentos da UE lutam por um lugar na agenda para divulgar as propostas até o final do ano.

A política de emissões de carros para 2035 está sendo observada de perto por montadoras e governos, incluindo a Alemanha e a Itália, que querem que a UE permita a continuidade das vendas de híbridos plug-in e carros com motor a combustão que funcionem com os chamados combustíveis neutros em termos de CO2, como os produzidos a partir de plantações ou resíduos.

Em sua forma atual, a medida proibiria efetivamente a venda de novos carros com motor a combustão.

As montadoras europeias afirmam que precisam de flexibilidade na política automotiva de 2035 para lidar com as vendas mais lentas do que o esperado de veículos elétricos e a concorrência acirrada da China.

No entanto, o enfraquecimento da política poderia prejudicar as metas climáticas da UE, uma vez que isso significaria mais carros com emissão de CO2 nas estradas europeias até 2050, quando a UE se comprometeu a atingir emissões líquidas zero em toda a sua economia.

Algumas autoridades da UE sugeriram que as propostas sobre automóveis poderiam ser adiadas ainda mais, para 2026.