Mudanças na política cambial da Argentina deixam mais perto retorno aos mercados de dívida, dizem analistas
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Por Marc Jones
LONDRES, 16 Dez (Reuters) - As mudanças no mercado de câmbio anunciadas pela Argentina, com o objetivo de reconstruir as reservas cambiais, abrem caminho para que o país faça seu tão esperado retorno aos mercados internacionais de dívida no início do próximo ano, preveem banqueiros de investimento de Wall Street.
A reformulação radical da economia argentina feita pelo presidente Javier Milei deu mais um grande passo na segunda-feira, quando o banco central anunciou que começará a vincular a banda de negociação do peso à inflação a partir do início do próximo ano.
Um dos principais objetivos é acumular reservas em moeda estrangeira - algo que os investidores há muito esperam ver. Analistas veem isso como importante para recuperar o acesso aos mercados de capitais que a Argentina perdeu durante seu nono calote soberano em 2020.
"Isso deve contribuir para uma segunda revisão do FMI sem problemas", disse Simon Waever, analista do Morgan Stanley, em uma nota de pesquisa, referindo-se ao Fundo Monetário Internacional.
"Isso também aumenta a probabilidade de acesso ao mercado externo, talvez até antes do segundo trimestre de 2026."
A Argentina emitiu pela última vez um novo título no mercado internacional em 2018, sob o comando do então presidente Mauricio Macri. Um retorno bem-sucedido no próximo ano marcaria um importante voto de confiança para a iniciativa de reforma de Milei e restauraria sua posição nos mercados internacionais.
Os analistas do JPMorgan também ficaram animados com as medidas de segunda-feira, dizendo que elas mostraram que o país continua a se mover na direção certa.
O banco central da Argentina disse que seu novo regime visa à compra de até US$10 bilhões, com um potencial acúmulo geral de reservas de US$17 bilhões, dependendo dos fluxos do balanço de pagamentos.
(Reportagem de Marc Jones; reportagem adicional de Rodrigo Campos)
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