Preços do açúcar fecham em alta após consultoria projetar queda de produção no Brasil
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Os preços do açúcar fecharam em alta nesta terça-feira (23) nas bolsas de Nova Iorque e Londres e ampliaram os ganhos da sessão anterior, impulsionados por novas projeções da Safras & Mercado que apontam para um cenário mais restritivo de oferta brasileira na safra 2026/27, especialmente no volume destinado às exportações.
De acordo com relatório da consultoria, os mapas de anomalia de precipitação indicam um padrão de chuvas abaixo da média histórica sobre os canaviais do Centro-Sul do Brasil em janeiro de 2026, com déficit estimado entre 50 mm e 150 mm. Esse cenário tende a comprometer a continuidade do desenvolvimento da cana-de-açúcar para a próxima safra.
O documento também destaca que fevereiro e março de 2026 devem registrar novo déficit hídrico, entre 100 mm e 150 mm, conforme previsões associadas à continuidade do fenômeno La Niña no início do próximo ano, segundo projeções da NOAA. Com isso, a Safras & Mercado avalia que a safra de cana no Centro-Sul deve apresentar apenas crescimento marginal, próximo da estabilidade, em função das chuvas fracas durante o período de entressafra.
Apesar disso, a consultoria projeta um forte incremento na produção de etanol, tanto anidro quanto hidratado, a partir de cana e de milho. O movimento seria sustentado pela expectativa de maior demanda em 2026, com a elevação da mistura obrigatória para E30 e pela manutenção de uma arbitragem amplamente favorável ao etanol hidratado frente ao açúcar bruto negociado em Nova Iorque.
Com esse cenário, o açúcar tende a perder espaço no mix das usinas brasileiras em 2026, diferentemente do observado na safra 2025/26, quando o direcionamento foi mais açucareiro. Segundo a Safras & Mercado, os preços internacionais mais baixos do adoçante, influenciados pela ampliação da oferta em países como China, Índia e Tailândia, além da manutenção de um superávit global estimado em 11 milhões de toneladas para 2025/26, conforme dados do USDA de dezembro de 2025, devem reforçar essa mudança de estratégia. No relatório, a consultoria afirma que o açúcar deverá ser menos priorizado pelas usinas em 2026, marcando um forte revés em relação ao comportamento observado no ciclo atual.
No mercado futuro, os contratos reagiram positivamente às projeções. Na Bolsa de Nova Iorque, o março/26 avançou 0,21 cent (+1,40%) e encerrou o pregão a 15,20 cents/lbp. O maio/26 teve ganho de 0,23 cent (+1,58%), negociado a 14,82 cents/lbp. O julho/26 subiu 0,19 cent (+1,30%) e fechou a 14,77 cents/lbp, enquanto o outubro/26 acrescentou 0,15 cent (+1,01%), cotado a 15,02 cents/lbp.
Em Londres, o movimento também foi de alta. O março/26 avançou US$ 5,60 (+1,31%) e terminou o dia a US$ 431,90 por tonelada. O maio/26 ganhou US$ 5,60 (+1,32%), para US$ 429,20 por tonelada. O agosto/26 subiu US$ 4,80 (+1,14%), fechando a US$ 425,40 por tonelada, enquanto o outubro/26 teve elevação de US$ 3,70 (+0,88%), encerrando a US$ 423,80 por tonelada.
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