PR confirma vocação para a laranja
De acordo com o relatório da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), o Paraná tem capacidade instalada para industrializar 14 milhões de caixas de laranja (58 mil toneladas de suco). Os pomares não param de crescer desde a década de 80, quando a produção comercial foi regulamentada. O Departamento de Economia Rural (Deral) da Seab calcula que eles ocupam atualmente 24 mil hectares, envolvendo 530 produtores em cerca de 85 municípios. Mais de 70% das plantações estão na região Noroeste do estado.
O Paraná detém 3% dos pomares do país, mas surpreende em rendimento. São Paulo, um gigante no cultivo e na industrialização de citros, chegou a 609 mil hectares de laranja dez anos atrás e agora colhe 535 mil hectares (-12%), devido à concentração das plantações nas mãos das indústrias e da eliminação das lavouras menos produtivas. Já o Paraná avançou em 30% na última década, alcançando 489 mil toneladas no ano passado. O estado é o sexto em área, mas está ao lado de São Paulo em produtividade no país, alcançando perto de 25 toneladas por hectare colhido. A produção nacional deste ano alcança 15,382 milhões de toneladas, a segunda maior da história, com crescimento de 10% sobre a média de 14 milhões de toneladas esperadas de cada safra.
Preços em baixa
O o setor produtivo paranaense tem sua renda determinada pelas outras regiões produtivas. Com a oferta em alta em São Paulo, o preço da caixa de laranja caiu de R$ 11 para R$ 9 no último ano – há dois anos o preço era de R$ 7. Houve também redução do consumo em mercados importantes como os Estados Unidos.
A queda nos preços consumiu a renda extra que viria da produção recorde, afirma o produtor e industrial José Gilberto Pratinha, de Paranavaí. “A cotação paga apenas o custo de produção.”
Quem consegue comercializar a fruta no mercado in natura recebe um pouco mais. Na venda para o consumidor a caixa varia entre R$ 14 e R$ 15. Mas em torno de 90% da produção estadual têm como destino as três indústrias de suco do estado.
A expectativa é de recuperação dos ganhos na próxima safra. Isso porque, a previsão é de queda na safra brasileira do ano vem, o que ampliaria os preços. Já o Paraná deve seguir na contratendência e pode registrar novo aumento na produção, conforme o setor. “Temos pomares mais novos”, explica Pratinha.
Outro fator positivo para os produtores de laranja é a valorização do dólar frente ao real. “Mais de 90% da produção de suco de São Paulo são exportados”, afirma o presidente da Associação Brasileira de Citricultores (Associtrus), Flávio de Carvalho Pinto Viegas. O setor espera ultrapassar a marca de US$ 2 bilhões com as vendas externas, como em 2007.0 comentário
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