Mercado Financeiro: Bolsas voltam a acumular perdas na semana

Publicado em 16/12/2011 18:27
agencia Enfoque

 
 

Com o cenário de incerteza instalado na economia mundial, os mercados acionários do Brasil e dos Estados Unidos encerraram a semana acumulando perdas. A descrença dos investidores de uma saída para a crise europeia foi o principal fator para a manutenção da onda de pessimismo.

Nos EUA, os dados da economia local até mostram sinais de recuperação, mas próprio Federal Reserve admite que apesar da economia estar em crescimento, o ritmo ainda é muito lento, o que atrapalha na geração de emprego.

No Brasil, os investidores acompanham atentamente os acontecimentos externos, mas também mostram preocupação, uma vez que a economia nacional apresentou estagnação no terceiro trimestre e os dados para o final do ano parecem não animar o mercado.

 
   
 Cenário Externo 
 

Os primeiros dados da economia americana foram apresentados somente na terça-feira. Na ocasião, o Departamento de Comércio informou que as vendas no varejo do país registraram alta de 0,2% em novembro, sendo que em outubro os ganhos foram de 0,6%.

Os estoques de negócios apresentaram em outubro alta de 0,8%, de acordo com dados do Departamento de Comércio do país. O mercado esperava uma elevação um pouco menor, de 0,6%. De acordo com os dados, as vendas subiram 0,7%. Com isso, a relação estoque/venda se manteve em 1,27. Os estoques do varejo permaneceram inalterados.

Na parte da tarde, em meio as preocupações com o cenário de fraco crescimento da economia global, o Federal Reserve decidiu manter as taxas de juros do país inalteradas entre 0% e 0,25% ao ano.

O Fed também não fez alterações à sua atuação na compra de venda de títulos e reiterou a intenção de manter os juros baixos até meados de 2013.
O banco central americano destacou que a economia do país segue em expansão moderada, mesmo em um cenário de desaceleração global.

O preço dos produtos importados pelos EUA registrou alta de 0,7% em novembro, a primeira alta em quatro meses, informou o Departamento de Trabalho do país. Apesar da variação positiva, o resultado veio abaixo do esperado, de +1,2%. Em outubro, o dado foi revisado para queda de 0,5%, contra estimativa anterior de -0,6%.

Na quinta-feira, destaque para os novos pedidos de auxílio-desemprego, que recuaram em 19 mil na semana passada, para total de 366 mil, informou o Departamento de Trabalho do país. O resultado anterior foi revisado para 385 mil, de uma leitura inicial de 381. O resultado representa o menor nível de solicitações desde maio de 2008, e veio muito abaixo do esperado, de 390 mil.

Já o Índice de Preços ao Produtor norte-americano registrou alta de 0,3% em novembro, informou o Departamento de Trabalho do país. O resultado veio acima do esperado, de 0,2%.

Em outubro, houve queda de 0,3% do indicador. Já o Núcleo do PPI, que exclui do cálculo os preços de energia e alimentos, subiu apenas 0,1%, abaixo dos 0,2% de alta esperados.

O índice que mede a atividade manufatureira na região de Nova York apresentou em dezembro alta para 9,5, ante resultado anterior de 0,6 pontos. O mercado estimava alta para 3,0 pontos. A pesquisa, chamada de Empire State Manufacturing, é realizada pelo Federal Reserve do distrito. O índice dos novos pedidos avançou de -2,1 pontos para 5,1 pontos, enquanto o de emprego subiu para 2,3 pontos, após registrar -3,7 pontos em novembro.

Os investidores estrangeiros realizaram em outubro compra líquida de US$ 2,6 bilhões em títulos imobiliários de longo prazo dos Estados Unidos. O valor é o menor desde junho. Os dados foram divulgados a pouco pela Secretária do Tesouro. Em setembro, o resultado havia sido de US$ 65,6 bilhões.

No geral, os estrangeiros compraram US$ 4,8 bilhões líquidos em ativos de longo prazo em outubro, ficando abaixo dos US$ 68,3 bilhões de setembro. No que diz respeito aos títulos do Tesouro, as compras foram de US$ 7,5 bilhões, contra US$ 84,4 bilhões no mês anterior.

De acordo com os dados, as vendas de títulos do Tesouro diretamente à China foram de US$ 14,2 bilhões em outubro. A China muitas vezes adquire títulos do Tesouro por meio de empresas em outros países. O Reino Unido vendeu um total de US$ 13,2 bilhões em títulos do Tesouro em outubro. O Japão comprou US$ 22,2 bilhões.

Ainda na quinta-feira, o Fed de Filadélfia informou que o índice da manufatura subiu para 10,3 pontos em dezembro, após registrar 3,6 pontos em novembro. O resultado acima do que o esperado pelo mercado, de 5 pontos.

Os preços ao consumidor americano se mantiveram estáveis em novembro na comparação com outubro. O resultado foi conseqüência da queda dos preços de energia. Os dados foram divulgados pelo Departamento de Trabalho.

O núcleo do indicador, que exclui os gastos com energia a alimentação, apresentou alta de 0,2%. O mercado apostava em alta de 0,1% tanto para o indicador cheio quanto para o núcleo.

Com isso, o Dow Jones acumulou no queda de 2,7% em cinco dias aos 11.860,9 pontos, enquanto o S&P 500 perde 2,9% aos 1.219,26 pontos.


DÓLAR:

 

Com as incertezas nas bolsas internacionais, o dólar comercial seguiu com forte procura durante a semana. Com isso, o Banco Central se viu obrigado a voltar a agir e realizou na quinta-feira leilão conjugado da moeda americana, o que contribuiu para amenizar a pressão.

Com isso, em cinco dias, o dólar comercial acumulou ganhos de 2,7% e encerrou negociado a R$ 1,8550.


CENÁRIO INTERNO

O Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1) do mês de novembro apresentou variação de 0,50%. Com este resultado, o indicador acumula alta de 4,94%, no ano e, 5,84%, nos últimos 12 meses.

Analistas do mercado financeiro reduziram pela segunda semana seguida a estimativa de inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2012. Desta vez, a projeção passou de 5,49% para 5,42%.

Para 2011, a estimativa foi mantida no teto da meta de inflação para este ano - 6,5%. O centro da meta de inflação é 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Essas projeções estão no boletim Focus, publicação semanal do Banco Central (BC).

O comércio varejista não apresentou variação em outubro na comparação com o mês anterior, na série com ajuste sazonal, tanto para o volume de vendas quanto para a receita nominal (0%). Isso interrompe uma seqüência de 20 meses de resultados positivos da série da receita nominal. Nas demais comparações, obtidas das séries sem ajuste sazonal, o varejo registrou, em termos de volume de vendas, acréscimos de 4,3% sobre outubro de 2010, de 6,7% no acumulado dos dez primeiros meses do ano e de 7,3% no acumulado em 12 meses. Para os mesmos indicadores, a receita nominal variou 8,8%, 11,8% e de 12,4%, respectivamente.

O Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) variou 0,19%, em dezembro. A taxa apurada em novembro foi de 0,44%. No acumulado de 2011, entre janeiro e dezembro, o IGP-10 variou 5,33%. O IGP-10 é calculado com base nos preços coletados entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência.

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) aumentou e ficou em 0,72% na segunda prévia de dezembro. Na apuração da semana anterior, de 7 de dezembro, a taxa havia sido 0,63%. O resultado deste levantamento, de 15 de dezembro, é o maior desde a primeira semana de setembro, quando o indicador registrou alta de 0,74%.



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