Por isso amigos de gel no cabelo, companheiros de mercado, banqueiros suíços, private bankers e portfólio managers que gostam de almoçar no Gero e Rodeio ( eu também me incluo nisso mas não uso gel ) a partir de hoje comecem a emitir seus bilhetes aéreos para Sorriso-MT, Lucas do Rio Verde-MT, Sapezal-MT, Nova Mutum-MT, Balsas-MA, Luis Eduardo Magalhães-BA, pois ali é que vai surgir o verdadeiro rico que possui terras que produz para um mercado QUE NÃO VAI ENCOLHER NUNCA e que apesar do nosso governo achar que somos latifundiários, meros especuladores de terra ( sim me incluo nisso pois sou filho de um pequeno fazendeiro também ) somos os mais eficientes do mundo e sustentamos esses excessos todos de desmando de um governo fraco, omisso e fascista que não sabe manipular um GPS.
A batalha das commodities agrícolas se intensifica e Bart IJntema, do Rabobank, sugere sete ações para os produtores rurais melhorarem sua posição na cadeia de fornecimento de alimentos. Para ele, só os verdadeiros empreendedores rurais colherão os benefícios
*Bart IJntema
A Organização para a Alimentação e Agricultura das Nações Unidas (FAO) estima que apenas 10 a 15% do crescimento da oferta poderá vir da expansão das terras aráveis. O ganho de produtividade, que precisava ser de pelo menos 1,75% ao ano para alimentar a população de 9 bilhões de pessoas que devem habitar o planeta em 2050, caiu para 1,4% ao ano. Por outro lado, atualmente se desperdiça ao longo de todos os elos da cadeia de fornecimento o suficiente para alimentar 2 bilhões de pessoas. Portanto, a solução para alimentar o mundo de forma sustentável está na inovação e na colaboração por toda a cadeia.
Sem ganhos de produtividade suficientes e sem novas terras disponíveis para a produção, a oferta não acompanhou a aceleração da demanda, reduzindo os estoques globais. Entramos em uma era de escassez com preços mais altos e mais voláteis, e a batalha por commoditiesagrícolas só vai se intensificar.
Face à demanda mais elevada por alimentos em todo o mundo, os produtores rurais parecem estar sentados em uma mina de ouro. Infelizmente, o oposto é verdadeiro. Os agricultores em geral não têm visto os seus retornos crescerem em linha com a alta de preços.
Uma razão para isso é o drástico aumento dos custos. Em sua posição tomadora de preços, eles tendem a ficar espremidos entre os fornecedores de insumos altamente concentrados e os intermediários. Os produtores rurais têm que agir agora. Mas quais são as suas opções para captar uma parte maior da fatia, entre as estratégias de redução de custos e formação de parcerias?
1. Empreendedorismo rural
O desafio não se refere “apenas” à desigualdade da margem de lucro em toda a cadeia de fornecimento. Em um nível mais abrangente, é sobre as cadeias de fornecedores que estão cada vez mais difíceis de gerir. Isto se deve à crescente imprevisibilidade dos preços, além de questões de segurança e de disponibilidade de suprimentos. O ambiente de negociação incerto, frágil e desigual deixa a situação ainda mais complexa. Em seu relatório, “Winning Through the Supply Chain”, o Rabobank argumenta que a maneira de resolver isso é pelo maior compartilhamento dos riscos e das recompensas.
Segundo o autor do relatório, Justin Sherrard: “Muitas cadeias de fornecedores podem ser descritas como um cabo de guerra entre um extremo e o outro. A resposta é procurar criar cadeias de fornecedores dedicadas, baseadas nos princípios de usar menos, fazer mais para maximizar o valor em cada etapa, administrar o fluxo de recursos e trabalhar em união –ou seja, cooperação, e não isolamento”. Neste contexto, os agricultores têm a oportunidade de demonstrar empreendedorismo rural, estabelecendo um diálogo com os parceiros da cadeia, concentrando-se nas relações ao invés de nos preços, focando em contratos de fornecimento plurianuais que lhes permitam agregar mais valor ou melhorar sua eficiência. Isso pode ajudar os agricultores a conquistar uma margem maior.
2. Os relacionamentos são fundamentais
O diálogo entre os parceiros da cadeia já está sendo posto em prática. Por exemplo, o produtor agrícola australiano Lachlan Seears que, com suas viagens pela fundação Nuffield, passou a compreender melhor a cadeia de fornecedores das várias commodities agrícolas que ele produz. Lachlan acha que “se você for capaz de entender melhor a sua cadeia, desde a produção até o processamento e todo o caminho até o consumo, você terá uma maior noção e compreensão do que é necessário e quais são os custos envolvidos para os parceiros da cadeia”. Como resultado, Lachlan “passou a desenvolver um melhor relacionamento com os processadores e comerciantes que estão mais adiante na cadeia de fornecimento”.
Para conectar-se com o extremo da cadeia, ou seja, o consumidor final, Lachlan criou uma página no Facebook para sua empresa: Boonderoo Pastoral Company. “Criei esta página para promover e mostrar aos processadores e comerciantes algumas das melhores práticas que nós adotamos na produção de nossas commodities e para ajudar a fechar a lacuna que está ficando cada vez mais ampla entre o agricultor no campo e o consumidor final na cidade. As crianças hoje não estão cientes nem entendem como é produzida a comida que consomem. Eu acho que, como produtores rurais, temos que ser proativos e mostrar ao consumidor final o que fazemos”, explica.
3. Maximizar a liberdade
Ganhar eficiência de custos, concentrando-se no aumento da escala e na produção de bens agrícolas a granel. Esta estratégia é especialmente relevante para as grandes empresas agrícolas na Austrália e no Brasil, por exemplo.
4. Consolidar e concentrar
Consolidar não é necessariamente o mesmo que concentrar, mas, de qualquer forma, produtores grandes ou não que unem suas forças por meio de cooperativas, por exemplo, conseguem aumentar seu poder de compra bem como de negociação. Eles têm mais recursos para investir no aumento da produtividade e da rentabilidade.
5. Inovar
Procure sempre melhorar. Faça análises regulares do seu negócio e de seus processos, busque se comunicar com seus colegas e aprenda com as suas melhores práticas, trabalhe com os outros agentes na cadeia, mantenha-se informado dos últimos desenvolvimentos agrícolas de forma a inovar e a aumentar a produtividade.
6. Conecte-se
Nas últimas décadas, os consumidores finais perderam a noção da beleza da agricultura e das origens dos produtos que estão em suas mesas todos os dias. Procure maneiras de se reconectar com eles. Compartilhe sua história, mostre o seu artesanato, demonstre a sua paixão. O consumidor final certamente será receptivo, e, além disso, você vai ajudar a elevar o perfil do setor agrícola.
7. Negocie diretamente
Um número crescente de empresas de alimentos, varejistas de alimentos e empresas de serviços alimentícios está procurando encurtar as cadeias de fornecedores e lidar diretamente com os produtores, para ajudar a garantir a qualidade, a segurança e a sustentabilidade e para construir uma história de autenticidade. Os agricultores podem se beneficiar desta tendência e garantir uma melhoria dos contratos de fornecimento, tais como prazos mais longos ou melhores condições de pagamento, que podem servir de base para melhorar a eficiência e a inovação dos produtos.
*Bart IJntema é VP F&A Sênior de Desenvolvimento do Rabobank Internacional