O verdadeiro rico do futuro será o produtor de soja do Centro-Oeste. Muito ajuda quem não atrapalha...

Publicado em 06/02/2014 09:48 e atualizado em 06/02/2014 10:53
por Valério Marega Jr.

O verdadeiro rico do futuro será o produtor de soja do Centro-Oeste.

Muito ajuda quem não atrapalha.

 
FO Brasil hoje disputa com os EUA o posto de primeiro produtor e exportador de soja e milho do mundo, primeiro exportador de café, suco de laranja, açúcar e carne bovina. Somos o 3o maior produtor mundial de celulose usada em papel, móveis, tintas, informática, medicamentos, enfim não somos um Zé Ruela como alguns pensam por ai não, também não somos latifundiários direitistas como alguns pensam.
 
O setor agro representa hoje 22% do PIB brasileiro tudo isso mantendo 69,4% da sua vegetação nativa contra 0,30% na Europa. Somos referência em produtividade e qualidade. Ainda temos 100 milhões de hectares DISPONÍVEIS para explorar sem tocar um centímetro na amazônia.
 
Muita gente que conheço acredita que alimento nasce dentro do supermercado e nem faz a mínima idéia de como o leite chegou na gôndola.
 
Na Av. Faria Lima aqui de São Paulo, o mercado financeiro torce o nariz para o agronegócio, pois não consegue extrair rendimentos suficientes para o risco a ser assumido, assim é a teoria deles. Na minha concepção, as tradings, as multinacionais que tem gente no campo olhando o campo "no palmo" ou seja TRABALHANDO DE VERDADE, fornecem financiamento aos produtores em troca da soja, do milho.
 
Eles já fazem isso há anos e controlam muito bem a cadeia. Os casos de stress que temos como exemplo aqui em São Paulo, são casos que foram rejeitados lá no interior, na origem, e como os Faria Lima boys, companheiros meus não conseguem dominar o assunto, rejeitam simplesmente citando exemplos de Agrenco, Frigorífico Independência, etc, etc. Enfim, enquanto isso acontecer o "YIELD" estará nas mãos de quem conhece do assunto, domina a cadeia e realmente está disposto a correr o risco.
 
Um brasileiro consome 2,0 kg de alimentos por dia em média e um chinês 2,1 kg. Já um cidadão americano consome 2,9 kg. Hoje, quarta feira dia 05 de fevereiro de 2014 o mundo consumiu 4 milhões de toneladas de comida.
 
1 em cada 4 grãos consumidos no mundo é brasileiro. Em 2000 o Brasil ocupava o 6o lugar no ranking dos exportadores agrícolas, hoje somos o 3o maior exportador do mundo.
 
Em 2050 teremos uma população de 9,3 bilhões de pessoas, precisaremos de 50% a mais de alimentos isso significa muito mais gente para alimentar com uma quantidade limitada de terra para plantar. Mas isso não é tudo, além de ter muito mais gente a população será mais urbana, mais idosa com mais renda e maior capacidade de consumo o que demandará mais alimentos e também mais energia, combustível, vestuário e muito mais e o Brasil será o responsável para atender 40% dessa demanda.
 
Tudo isso para voltar ao título desse texto. Farei uma conta de padaria para mostrar que o fazendeiro de soja será o cara mais rico do Brasil até 2050.
 
O adubo, famoso NPK importamos de países como Canadá, Índia, China por um frete marítimo de US$ 30,00 dólares por tonelada, coloca-se no caminhão até Sorrisso(MT) por mais US$ 100,00/t, planta-se a soja, volta para o porto de Paranaguá(PR) por mais US$ 100,00/t e exporta-se por mais US$ 30,00/t para a China, etc.
 
Imaginem se o Brasil tivesse o porto que atracasse os famosos navios CHINAMAX com capacidade de 400 mil toneladas ao invés dos velhos PANAMAX com 200 mil. O Frete cairia de US$ 30,00 para US$ 15,00.  Se tivéssemos uma ferrovia com competidores de verdade, não essa farsa chamada ALL e FCA que cobram 80% do custo do frete rodoviário, comparando nos EUA o custo é de 35% do frete rodoviário, teríamos uma geração de riqueza BRUTAL somente melhorando a logística, não precisa de ajuda de ninguém, só o governo usar o GPS e gastar nos nossos portos, pois acredito que erraram na localização de Mariel em Cuba, só posso acreditar que seja isso, do resto é idiotice pensar que é estratégico, blá, blá, blá. Não existe justificativa para essa tragédia grega.
 
Resumindo:
 
Da China para o Brasil ( adubo NPK )  de US$ 30,00 para US$ 15,00
Do porto para Sorriso ( caminhão )  de US$ 100,00 para US$ 35,00
 
Considerando que estamos fazendo conta de padaria, o custo de logística para uma tonelada de soja que hoje ronda US$ 260,00 ( all in considerando vinda do adubo, produção da soja e exportação do grão ) se tivéssemos um governo que GASTASSE MELHOR os tributos angariados com a construção de FERROVIAS, PORTOS no BRASIL não em Cuba como nossos representantes fizeram recentemente ( o GPS deles estava descalibrado ) a geração de riqueza para o Brasil seria de US$ 160,00 por tonelada, considerando que exportamos ano passado 42 milhões de toneladas, teríamos uma geração de riqueza de US$ 6,7 bilhões por ano. Vamos ainda dar um desconto para isso, suponhamos que seja US$ 2,0 bilhões por ano, até 2050 para atendermos a demanda, a riqueza a ser gerada para os brasileiros seria de singelos e bonitos US$ 72 bilhões. Dá pra você dormir com essa ??
 

Por isso amigos de gel no cabelo, companheiros de mercado, banqueiros suíços, private bankers e portfólio managers que gostam de almoçar no Gero e Rodeio ( eu também me incluo nisso mas não uso gel ) a partir de hoje comecem a emitir seus bilhetes aéreos para Sorriso-MT, Lucas do Rio Verde-MT, Sapezal-MT, Nova Mutum-MT, Balsas-MA, Luis Eduardo Magalhães-BA, pois ali é que vai surgir o verdadeiro rico que possui terras que produz para um mercado QUE NÃO VAI ENCOLHER NUNCA e que apesar do nosso governo achar que somos latifundiários, meros especuladores de terra ( sim me incluo nisso pois sou filho de um pequeno fazendeiro também ) somos os mais eficientes do mundo e sustentamos esses excessos todos de desmando de um governo fraco, omisso e fascista que não sabe manipular um GPS.

Os produtores rurais têm de agir agora

A batalha das commodities agrícolas se intensifica e Bart IJntema, do Rabobank, sugere sete ações para os produtores rurais melhorarem sua posição na cadeia de fornecimento de alimentos. Para ele, só os verdadeiros empreendedores rurais colherão os benefícios

*Bart IJntema

A Organização para a Alimentação e Agricultura das Nações Unidas (FAO) estima que apenas 10 a 15% do crescimento da oferta poderá vir da expansão das terras aráveis. O ganho de produtividade, que precisava ser de pelo menos 1,75% ao ano para alimentar a população de 9 bilhões de pessoas que devem habitar o planeta em 2050, caiu para 1,4% ao ano. Por outro lado, atualmente se desperdiça ao longo de todos os elos da cadeia de fornecimento o suficiente para alimentar 2 bilhões de pessoas. Portanto, a solução para alimentar o mundo de forma sustentável está na inovação e na colaboração por toda a cadeia.

Sem ganhos de produtividade suficientes e sem novas terras disponíveis para a produção, a oferta não acompanhou a aceleração da demanda, reduzindo os estoques globais. Entramos em uma era de escassez com preços mais altos e mais voláteis, e a batalha por commoditiesagrícolas só vai se intensificar.

Face à demanda mais elevada por alimentos em todo o mundo, os produtores rurais parecem estar sentados em uma mina de ouro. Infelizmente, o oposto é verdadeiro. Os agricultores em geral não têm visto os seus retornos crescerem em linha com a alta de preços.

Uma razão para isso é o drástico aumento dos custos. Em sua posição tomadora de preços, eles tendem a ficar espremidos entre os fornecedores de insumos altamente concentrados e os intermediários. Os produtores rurais têm que agir agora. Mas quais são as suas opções para captar uma parte maior da fatia, entre as estratégias de redução de custos e formação de parcerias?

1. Empreendedorismo rural

O desafio não se refere “apenas” à desigualdade da margem de lucro em toda a cadeia de fornecimento. Em um nível mais abrangente, é sobre as cadeias de fornecedores que estão cada vez mais difíceis de gerir. Isto se deve à crescente imprevisibilidade dos preços, além de questões de segurança e de disponibilidade de suprimentos. O ambiente de negociação incerto, frágil e desigual deixa a situação ainda mais complexa. Em seu relatório, “Winning Through the Supply Chain”, o Rabobank argumenta que a maneira de resolver isso é pelo maior compartilhamento dos riscos e das recompensas.

Segundo o autor do relatório, Justin Sherrard: “Muitas cadeias de fornecedores podem ser descritas como um cabo de guerra entre um extremo e o outro. A resposta é procurar criar cadeias de fornecedores dedicadas, baseadas nos princípios de usar menos, fazer mais para maximizar o valor em cada etapa, administrar o fluxo de recursos e trabalhar em união –ou seja, cooperação, e não isolamento”. Neste contexto, os agricultores têm a oportunidade de demonstrar empreendedorismo rural, estabelecendo um diálogo com os parceiros da cadeia, concentrando-se nas relações ao invés de nos preços, focando em contratos de fornecimento plurianuais que lhes permitam agregar mais valor ou melhorar sua eficiência. Isso pode ajudar os agricultores a conquistar uma margem maior.

2. Os relacionamentos são fundamentais

O diálogo entre os parceiros da cadeia já está sendo posto em prática. Por exemplo, o produtor agrícola australiano Lachlan Seears que, com suas viagens pela fundação Nuffield, passou a compreender melhor a cadeia de fornecedores das várias commodities agrícolas que ele produz. Lachlan acha que “se você for capaz de entender melhor a sua cadeia, desde a produção até o processamento e todo o caminho até o consumo, você terá uma maior noção e compreensão do que é necessário e quais são os custos envolvidos para os parceiros da cadeia”. Como resultado, Lachlan “passou a desenvolver um melhor relacionamento com os processadores e comerciantes que estão mais adiante na cadeia de fornecimento”.

Para conectar-se com o extremo da cadeia, ou seja, o consumidor final, Lachlan criou uma página no Facebook para sua empresa: Boonderoo Pastoral Company. “Criei esta página para promover e mostrar aos processadores e comerciantes algumas das melhores práticas que nós adotamos na produção de nossas commodities e para ajudar a fechar a lacuna que está ficando cada vez mais ampla entre o agricultor no campo e o consumidor final na cidade. As crianças hoje não estão cientes nem entendem como é produzida a comida que consomem. Eu acho que, como produtores rurais, temos que ser proativos e mostrar ao consumidor final o que fazemos”, explica.

3. Maximizar a liberdade

Ganhar eficiência de custos, concentrando-se no aumento da escala e na produção de bens agrícolas a granel. Esta estratégia é especialmente relevante para as grandes empresas agrícolas na Austrália e no Brasil, por exemplo.

4. Consolidar e concentrar

Consolidar não é necessariamente o mesmo que concentrar, mas, de qualquer forma, produtores grandes ou não que unem suas forças por meio de cooperativas, por exemplo, conseguem aumentar seu poder de compra bem como de negociação. Eles têm mais recursos para investir no aumento da produtividade e da rentabilidade.

5. Inovar

Procure sempre melhorar. Faça análises regulares do seu negócio e de seus processos, busque se comunicar com seus colegas e aprenda com as suas melhores práticas, trabalhe com os outros agentes na cadeia, mantenha-se informado dos últimos desenvolvimentos agrícolas de forma a inovar e a aumentar a produtividade.

6. Conecte-se

Nas últimas décadas, os consumidores finais perderam a noção da beleza da agricultura e das origens dos produtos que estão em suas mesas todos os dias. Procure maneiras de se reconectar com eles. Compartilhe sua história, mostre o seu artesanato, demonstre a sua paixão. O consumidor final certamente será receptivo, e, além disso, você vai ajudar a elevar o perfil do setor agrícola.

7. Negocie diretamente

Um número crescente de empresas de alimentos, varejistas de alimentos e empresas de serviços alimentícios está procurando encurtar as cadeias de fornecedores e lidar diretamente com os produtores, para ajudar a garantir a qualidade, a segurança e a sustentabilidade e para construir uma história de autenticidade. Os agricultores podem se beneficiar desta tendência e garantir uma melhoria dos contratos de fornecimento, tais como prazos mais longos ou melhores condições de pagamento, que podem servir de base para melhorar a eficiência e a inovação dos produtos.

*Bart IJntema é VP F&A Sênior de Desenvolvimento do Rabobank Internacional 

 
 
 
 
 
 
 
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