Na FOLHA: Chineses compram trading de grãos sul-americanos
A China fez uma aposta significativa na América do Sul para atender ao seu crescente apetite por grãos estrangeiros, ao fechar acordo para adquirir participação acionária controladora na trading agrícola holandesa Nidera.
A Nidera produz e vende bens agrícolas, com operações no Brasil, na Argentina e em 16 países.
O acordo daria à Cofco, trading estatal chinesa, 51% de participação na Nidera, fatia avaliada em perto de US$ 1,3 bilhão (cerca de R$ 3 bilhões), disseram pessoas informadas sobre a transação.
Executivos financeiros afirmaram que o valor geral da empresa, incluindo dívidas líquidas, era de US$ 4 bilhões (R$ 9,4 bilhões).
Dois terços da soja comerciada internacionalmente já se destinam à China, e analistas antecipam que as importações de milho do país triplicarão nos próximos dez anos, quando o crescimento da renda dos cidadãos estimulará a demanda por carne e pelos grãos usados para alimentar galinhas e gado.
A Nidera, fundada em 1920 em Roterdã, daria à Cofco participação direta na infraestrutura para comprar grãos de agricultores da América do Sul, Europa Central e outras regiões exportadoras.
A transação é o mais recente exemplo de manobra das tradings para se posicionarem para alimentar as economias asiáticas de rápido crescimento. A Marubeni, do Japão, no ano passado adquiriu a Gavilon por US$ 2,7 bilhões, com isso tomando o controle da segunda maior rede de armazenagem de grãos nos EUA.
"É um acordo maravilhoso para a Cofco porque lhes oferece aquilo de que necessitam e, ao mesmo tempo, evita as espinhosas questões políticas que estariam envolvidas na aquisição de uma trading na América do Norte", disse Gregg Tazinger, executivo do banco de investimento Nomura em Nova York.
A Nidera, com faturamento anual de mais de US$ 17 bilhões, é uma companhia muito menor que as rivais do grupo "ABCD": Archer Daniels Midland, Bunge, Cargill e Louis Dreyfus Commodities. A Cargill, maior delas, faturou US$ 136,7 bilhões no ano passado.
Alejandro Quentin, da Pampa Capital, uma companhia de investimento sediada em Buenos Aires, disse que a Nidera também é a maior companhia independente de sementes da América do Sul.
Vender sementes a agricultores pode ser uma forma de os comerciantes construírem relacionamentos que resultariam em compras futuras de grãos.
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