Governo Dilma anuncia a continuidade dos swap cambiais e economista protesta

Publicado em 07/06/2014 13:12 e atualizado em 09/03/2020 21:59
Explico porque Dilma e Lula são vendedores de ilusões!..., por Ossami Sakamori

Banco Central anunciou ontem, dia 6 de junho, que vai prorrogar o programa de contratos de swap cambial tradicional.  Este programa foi lançado em 2013 e o prazo iria terminar no dia 30 de junho.  Banco Central não informou o detalhe do programa, nem tão pouco o volume do programa.

(Como quase tudo no Brasil as notícias importantes não ganham destaque, nem comentário de analistas econômicos conhecidos. Gostaria muito de ter ouvido comentário do Henrique Meirelles, do Armínio Fraga, do Samuel Pessôa e tantos outros que costumam fazer críticas à "nova matriz econômica" da Dilma.  Não vão comentar, não?...).

Primeiro de tudo, vamos esclarecer que os contratos denominados "swap cambial" tradicional, não é contrato de venda de dólares no futuro.  A imprensa, muitas vezes, finge de morto e não comenta o caso.  Definitivamente, vou esclarecer aos meus leitores.  Os títulos "swap cambial tradicional" são títulos em real que tem liquidação em real (R$), tanto na compra como na venda.  Apenas o título "swap cambial tradicional" é remunerado conforme variação do dólar no período, seja para baixo ou para cima. 

No mercado financeiro, o "swap cambial tradicional" é utilizado como "hedge" ou "proteção" à variação cambial no período de vigência do título.   A venda de "swap cambial tradicional" pelo Banco Central evita antecipação de fechamento de câmbio de diversas operações atreladas ao dólar.  É uma espécie de colchão de proteção para empresas ou pessoas que tem exposição em dólares.  Evita a corrida de compra de dólares no mercado à vista, puxando a cotação para cima.  Isto é como um "fake" de dólar.  No dia do vencimento, você recebe não o dólar, mas o real equivalente à cotação do dólar no dia da liquidação.  

 

O swap cambial tradicional ainda tem uma característica diferente dos títulos do Tesouro.   A emissão desses títulos é feito pelo Banco Central, portanto não entram no saldo da dívida interna líquida.  Em tese, o governo "faz de conta" que os títulos denominados "swap cambial tradicional" são como se fossen dólares que o Banco Central vendem para entrega futuro.  Só que não entrega o dólar, mas sim o real equivalente à cotação do dólar no dia da liquidação, como foi dito antes.

Em 2013, após o "dia do cão", 30 de maio de 2013, o governo Dilma lançou programa de venda de títulos swap cambial no montante de US$ 100 bilhões, equivalente ontem a R$ 226 bilhões.  Sim, o Banco Central deve ao mercado os R$ 226 bilhões, não os US$ 100 bilhões.  Estes dólares que o governo insiste em dizer que é venda de dólares, não são venda de dólares.  Os títulos, como eu já disse acima, são "fakes" do dólar.  Tem cara de dólar, mas não é dólar.

O anúncio da prorrogação do programa de venda de "swap cambial tradicional" demonstra claramente que o governo Dilma pretende segurar o dólar.   Isto é um dos mais importantes equívocos da política econômica (sic) do governo Dilma.  O governo Dilma, com estas e outras medidas anunciadas como isenção de IOF sobre empréstimos em dólares, pretende "engessar" o dólar no atual patamar.

Estes conjuntos de medidas para "engessar" o dólar faz parte do esforço do governo Dilma em tentar conter a inflação dentro do teto da meta do governo de 6,5% em 2014.  Faz também parte do pilar da política econômica ou matriz econômica equivocada da Dilma de produzir "sensação de bem estar" e"sensação de poder de compra" da população.  Custe o que custar!  

No meu entender, o "engessamento" do dólar é um tiro no pé para o País.   Provoca desestímulo à produção agrícola, provoca menor receita para exportadores de minérios, provoca "desindustrialização" e consequentemente criação de menos empregos no Brasil.  Com as medidas anunciadas, governo Dilma, insiste em criar empregos no "exterior". Estão felizes os chineses com o "engessamento" do câmbio pelo governo Dilma.  Não vem que não tem.  A realidade é esta!

O principal problema do Brasil é o real valorizado ou o  dólar desvalorizado artificialmente, conforme demonstrado acima. O dólar está defasado.  Considerado inflação do período, desde o início da implantação do real, o dólar deveria estar cotado a R$ 3,30.  Lembrando que no primeiro ano do governo Lula, o dólar estava cotado a R$ 3,50, sem correção de inflação do período.  Dólar fechou ontem em R$ 2,26.  E o governo insiste em manter a cotação do dólar neste patamar, utilizando-se de diversos instrumentos da política monetária.  

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Quem te contou que real tem poder de compra?

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Em qual moeda você confia ?

Desculpem-me os leitores, pela utilização de alguns termos economês, para tentar explicar sobre o "principal" equívoco da política econômica (sic) da Dilma.  Resumindo.  A Dilma & Lula são vendedores de "ilusões"!

por Ossami Sakamori

@SakaSakamori

Lula faz nova crítica à política econômica do governo Dilma

RICARDO GALHARDO - ENVIADO ESPECIAL A PORTO ALEGRE - O ESTADO DE S. PAULO

 

 

Na segunda crítica ao setor em dois dias, no RS, o ex-presidente reclamou publicamente do secretário de Tesouro Nacional

 São Paulo - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva escancarou nesta sexta-feira, 6, suas divergências com a política econômica do governo de sua sucessora, Dilma Rousseff. Em palestra promovida pelo jornal El País, em Porto Alegre, Lula criticou publicamente o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, que estava na plateia e hoje é um dos principais nomes da área econômica do governo federal. 

“Se depender do pensamento do Arno você não faz nada. Não é por maldade dele, não. A nossa tesoureira em casa é a nossa mulher e também é assim. Elas não querem gastar, só querem guardar, mas tem que gastar um pouco também”, disse Lula.

 

 

 

Foi a segunda vez em menos de dois dias que Lula reclamou da economia. Na véspera, em palestra promovida pela revista Voto, também em Porto Alegre, o ex-presidente disse estar insatisfeito com as projeções de inflação e defendeu que o governo aplique um “remédio já” para evitar o descontrole dos preços.

 

Procurado à tarde, o Instituto Lula informou que as críticas do ex-presidente foram em tom de "brincadeira".

 

 

Lula P.A
COM AS DECLARAÇÕES, LULA ESCANCARA AS DIVERGÊNCIAS COMA ´POLÍTICA ECONÔMICA DO GOVERNO DILMA
FERNANDO GOMES/AGÊNCIA RBS

 

 

Pessimismo. Pesquisa do Datafolha divulgada nesta sexta-feira mostra que 36% da população está pessimista em relação à economia e espera um 2015 pior do que 2014.

Hoje o principal alvo das críticas de Lula foi a escassez de crédito. Durante mais de uma hora de palestra o ex-presidente deu várias alfinetadas no secretário do Tesouro.

Ao falar dos motivos do sucesso de seu segundo mandato, Lula citou o aumento do crédito, principalmente para pessoas de baixa renda. “Uma terceira medida que nós tomamos foi aumentar a oferta de crédito neste país. O Arno nem sempre gosta disso”, disse Lula.

Logo em seguida o ex-presidente cobrou abertamente explicações de Augustin sobre as medidas de contenção de crédito.

“Eu acho Arno que um dia você vai ter que me explicar porque, se a gente não tem inflação de demanda, porque a gente está barrando crédito. Porque o crédito precisa chegar. Com crédito todo mundo vai à luta. Sem crédito ninguém vai a lugar nenhum. Podemos chegar a 80% do PIB de crédito, 90%, não tem nenhuma importância. Tem país com 120%”, questionou Lula.

De acordo com o ex-presidente, a falta de dinheiro no mercado é o motivo para os baixos índices de investimento do país.

“Nós hoje não temos problema de investimento. O governo tem muito dinheiro para investir. E por que não tem investimento? O governo está fazendo o que nunca fez neste país. Não tem investimento porque está diminuindo a demanda. Pode ter dinheiro à vontade para investir mas se não tem gente para comprar eu não vou fazer”, diagnosticou o ex-presidente, e em seguida fez um alerta. “Temos que tomar muito cuidado para não entrarmos em uma rota delicada para nós”.

Lula também cobrou do secretário do Tesouro uma política mais ousada de alavancagem dos investimentos brasileiros no exterior e citou a criação de um fundo para alavancar projetos do país na África.

 

 

A falta de dinheiro no mercado é o motivo para os baixos índices de investimento do país, segundo o ex-presidente

 

 

“O oceano Atlântico, Arno, não é obstáculo, é a solução. Comece a pensar Arno na possibilidade de a gente instituir um fundo de financiamento de pelo menos US$ 2 bilhões na África. Você sabe quanto a gente pode alavancar com US$ 2 bilhões? Pode alavancar US$ 15 bilhões. A China colocou US$ 12 bilhões. Então, ou o Brasil se comporta como uma grande nação e quer ser competitivo e disputar ou nós vamos ver o carro passar outra vez e vamos repetir o século XX. Não existe espaço para isso mais. Tem que ter ousadia”, disse Lula.

De acordo com o ex-presidente, o Brasil precisa ter mais iniciativa para diversificar as alternativas econômicas mas nem sequer “entrou em campo”. “Quem pode fazer esse jogo é o Brasil e para ser jogado a gente tem que entrar em campo”, afirmou o presidente.

Lula aproveitou para dar outra alfinetada no secretário do Tesouro, a quem responsabilizou pelo volume de investimentos diretos vindos só exterior, um dos principais pontos de crítica dos adversários de Dilma. “Em 2013 fomos o quarto ou quinto país do mundo a trazer investimentos diretos e se o Arno sorrir um pouco vamos trazer mais do que US$ 65 bilhões”.

Imprensa. O ex-presidente aproveitou a palestra para fazer novas críticas à imprensa. Desta vez o alvo foram os correspondentes estrangeiros que, segundo Lula, reproduzem no exterior notícias pessimistas publicadas pela imprensa nacional.

Pouco depois, em conversa com o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), e com jornalistas do El País, Lula admitiu que a política de comunicação do governo Dilma tem uma “parcela de culpa” pelo conteúdo negativo publicado no exterior por “não ter um setor para tender a imprensa estrangeira”. Na verdade a Secretaria de Imprensa da Presidência possui um serviço exclusivo para atender aos veículos estrangeiros. (O Estado de S. Paulo)

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@SakaSakamori + ESTADÃO

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