Com feriado nos EUA, bolsas de Chicago e NY não operam nesta sexta

Publicado em 04/07/2014 07:32

Nesta sexta-feira, 4 de julho, comemora-se do feriado do Dia da Independência nos Estados Unidos. Assim, as bolsas de Chicago e Nova Iorque não operam hoje e os negócios serão retomados na próxima segunda-feira (7).

As cotações dos produtos negociados em ambas as bolsas e que estão apresentadas na homepage do Notícias Agrícolas são, portanto, referentes ao fechamento da última quinta-feira (3). Abaixo, confira como ficaram os negócios para soja, milho e café:

Soja: Mercado fecha pregão em queda frente ao feriado nos EUA

Em véspera do feriado do Dia da Independência nos EUA, comemorado nesta sexta-feira (4), os contratos futuros da soja encerraram o pregão em queda na Bolsa de Chicago (CBOT). Ao longo das negociações, as principais posições da commodity ampliaram as perdas e fecharam a sessão com perdas entre 4,75 e 15,00 pontos. O vencimento agosto/14 era cotado a US$ 12,99 por bushel.

Segundo o analista de mercado da FCStone, Glauco Monte, frente ao feriado, os investidores buscaram um melhor posicionamento e liquidaram as suas posições. O mercado só retomará as operações na próxima segunda-feira (7). O analista também destaca que o mercado ainda busca notícias que deem suporte aos preços da oleaginosa, entretanto, as informações reportadas nesta quinta-feira foram baixistas e contribuíram para pressionar os futuros da commodity.

No início desta quinta-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou as vendas para a exportação referente à safra 2013/14 em 40,6 mil toneladas de soja até a semana encerrada no dia 26 de junho. O volume representa uma queda de 87% em relação à última semana, na qual, 317,2 mil toneladas foram exportadas, e 70% na média das últimas quatro semanas.

Até o momento, no acumulado do ano safra, as vendas de soja somam 45.516,0 milhões de toneladas, número acima do projetado pelo departamento norte-americano, de 43.550,0 milhões de toneladas.  Da safra 2014/15, o número divulgado pelo departamento foi de 431,2 mil toneladas no mesmo período. O número é menor do que o reportado na última semana, de 457,7 mil toneladas de soja. Destinos desconhecidos foram os principais compradores do produto norte-americano.

Safra nos EUA

Ainda na visão do analista, outro fator que também pressiona os preços são as projeções de safra recorde nos EUA, acima de 100 milhões de toneladas na safra 2014/15. “Caso se confirme, a situação muda o cenário de preços que tivemos nos últimos dois anos, pois teremos uma recomposição dos estoques nos EUA. Isso tira o suporte dos preços”, explica Monte.

Por enquanto, o clima permanece favorável ao desenvolvimento da safra e cerca de 72% das lavouras apresentam boas ou excelentes condições, segundo último boletim do USDA. E a área destinada à oleaginosa é de 34,2 milhões de hectares, fator que segundo analista, também ajudou a exercer pressão negativa sobre os preços.

Com isso, os preços da oleaginosa poderão se acomodar em patamares mais baixos e o novembro/14 poderá chegar próximo de US$ 11,00 por bushel, conforme destaca o analista. “As lavouras se desenvolvem bem, mas poderemos ter umas duas semanas sem chuvas e temperaturas mais quentes em meados de julho, o que poderia deixar o mercado nervoso mais adiante, mas, por enquanto, a perspectiva não é essa”, ratifica Monte.

Argentina

A colheita da soja na Argentina atingiu 97,4% da área cultivada nesta safra, informou o boletim da Bolsa de Cereais de Buenos Aires. Na safra 2013/14, os produtores argentinos deverão colher em torno de 55,5 milhões de toneladas de soja, um crescimento de 14,4% frente ao colhido na temporada anterior, de 48,5 milhões de toneladas. Cerca de 20,35 milhões de hectares foram cultivados nesta safra, número acima do ano passado, no qual, em torno de 19,7 milhões de hectares foram destinados à oleaginosa.

Brasil

Enquanto isso, no Brasil, os prêmios pagos nos Portos permanecem positivos. Ainda assim, o analista destaca que é um momento delicado ao produtor brasileiro, uma que vez com a confirmação de uma safra recorde nos EUA, será suficiente para atender a demanda. “Com as eleições esse ano e os dados da economia norte-americana, podemos ter um câmbio mais forte, porém o produtor deve ter atenção e adotar uma estratégia prudente nesse momento”, orienta Monte. 

No Porto de Paranaguá, a saca da oleaginosa foi negociada a R$ 70,00, nesta quinta-feira. No mercado brasileiro, o dia foi de poucos negócios devido às quedas em Chicago e a desvalorização do dólar, que terminou a quinta-feira cotado a R$ 2,21, com queda de 0,58%. 

Milho: Em meio às projeções de safra recorde nos EUA, mercado fecha em baixa pelo 4º dia consecutivo

Pelo quarto dia consecutivo, as principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago encerraram o pregão em campo negativo. As cotações até chegaram a esboçar uma reação ao longo das negociações, mas voltaram a cair e fecharam a sessão com perdas entre 1,50 e 2,75 pontos. O vencimento setembro/14 fechou o dia a US$ 4,09 por bushel, queda de 2,75 pontos.

Frente ao feriado do Dia da Independência nos EUA, comemorado na sexta-feira (4), o mercado terminou a semana com leves perdas. Mais uma vez, as cotações foram pressionadas pelas projeções de safra recorde de milho nos EUA na safra 2014/15. Conforme projeção do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), a safra deverá totalizar 353,97 milhões de toneladas.

Até o momento, a safra dos EUA apresenta boas condições, com cerca de 75% das lavouras em boas ou excelentes condições. Além disso, as previsões climáticas apontam para chuvas e temperaturas moderadas para as próximas duas semanas, que deverão ajudar a polinização das culturas, fase crítica de desenvolvimento da cultura.

Com isso, a expectativa é que os preços se acomodem em patamares mais baixos, caso haja a confirmação de uma safra recorde nos EUA. Para o Goldman Sachs Group, as cotações do cereal poderão recuar para US$ 4,00 por bushel em seis meses. Desde 29 de abril até ontem, os preços recuaram em torno de 19,8%.

Exportações semanais de milho

O USDA reportou nesta quinta-feira novo boletim de vendas para exportação. Para a safra 2013/14, as vendas de milho ficaram em 290,7 mil toneladas, frente as 31,4 mil toneladas divulgadas na semana anterior. No acumulado do ano safra, as vendas totalizam 47.212,9 milhões de toneladas, contra 48.260,0 milhões de toneladas estimadas pelo departamento.

Para a safra 2014/15, as vendas ficaram em 474,7 mil toneladas. Na última semana, o volume indicado pelo USDA foi de 232,4 mil toneladas.

Argentina

De acordo com dados da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a colheita do milho alcança 52% na Argentina. Nesta safra, a área plantada foi de 3,57 milhões de hectares, contra 3,95 milhões de hectares do ano anterior. Já a produção é estimada em 25 milhões de toneladas, uma redução de 7,4% em relação ao ciclo anterior, no qual, foram colhidas 27 milhões de toneladas de milho.

BMF&Bovespa

Ao contrário da movimentação no mercado internacional, os futuros do milho negociados na BMF&Bovespa trabalham em campo positivo nesta quinta-feira. Após longo período de recuo nas cotações, os principais contratos exibem ganhos e o vencimento julho/14 era negociado a R$ 24,40, com valorização de 0,78%.

O avanço da colheita da segunda safra brasileira tem pressionado e mantido os preços do cereal em patamares mais baixos. As perdas recentes na CBOT também influenciam negativamente o mercado, assim como, o câmbio, que nesta quinta é cotado a R$ 2,21, com queda de 0,58%.

No mercado interno, a evolução da colheita também pressiona negativamente os preços praticados nas principais praças do país. Nesta quinta-feira, a INTL FCStone projetou a safra brasileira, entre primeira safra e safrinha, em 75,5 milhões de toneladas para a safra 2013/14. Cenário decorrente do aumento na produtividade das lavouras registrado na segunda safra.

De acordo com o consultor em agronegócio, Ênio Fernandes, destaca que o rendimento é o inicial, com o milho plantado na melhor época. Além disso, o mercado irá depender das exportações, que ainda não ganharam ritmo. Até a quinta semana de junho, as exportações brasileiras de milho totalizaram 87,6 mil toneladas, com média diária de 4,4 mil toneladas. O número representa uma redução de 6,8% em relação à quantidade embarcada em maio e diminuição de 68,3% frente ao mesmo período do ano passado.

“Mas grande parte dos produtores já negociou a safra. E estamos vendo em Chicago, o contrato setembro/14, que baliza os preços de exportação perto de US$ 4,00 por bushel. E, nos atuais patamares, para quem está em MT e GO, eu não venderia, iria esperar. Mas, desde que já tivesse comprometido parte da minha produtividade. Agora, quem precisa pagar as contas não tem como vender”, orienta o consultor. 

Café: novo movimento técnico gera quedas de 150 pontos em NY

O mercado de café arábica voltou a cair nesta quinta-feira (03) na Bolsa de Nova Iorque (Ice Futures US). O decréscimo para os principais contratos foi de 150 pontos. 

“Além de posicionamento técnico, os traders estão jogando para baixo neste momento para segurar um pouco os valores, porque quando a quebra da safra brasileira for confirmada, os preços vão estourar”, explicou o corretor da Corsica Marcelo Bueno. 

Os contratos com entrega para setembro fecharam em 171,80 centavos de dólar por libra-peso. Já o vencimento dezembro encerrou em 175,45 cents/libra-peso. Março/2015 anotou 178,70 cents/libra-peso, enquanto maio/2015 teve 180,50 centavos/libra-peso. 

“O cenário de café futuro é positivo, mas no momento essa queda foi técnica. O mercado está deixando os valores que julgam justos em 165 a 180 centavos/libra-peso, mas a médio-prazo a realidade deve ser outra, até mesmo pelo aumento do consumo do café”, analisou Mauro Lúcio de Lima da InvestBras Ltda.

Arábica x Conilon
A “Torre de Babel” permanece sobre o mercado de café. Enquanto projeções oficiais dão estimativas de que a safra brasileira gire em torno de 46 milhões de sacas. Outra questão “paira no ar”: quanto será a proporção para café arábica e quanto será para café conilon (robusta)?

O banco holandês Rabobank divulgou um relatório em que confirma o número já projetado de 46 milhões de sacas para o total de café produzido no Brasil, mas indica 28,5 milhões para o café arábica, ou seja, uma estimativa de que o café conilon tenha produção de 17,5 milhões. 

“Quando você fala em 46 milhões para o total, eu entendo como um número plausível, mas 28,5 milhões de café arábica e 17,5 milhões de café conilon é uma loucura. Se fosse real esse número, Londres não estaria subindo”, analisou Marcus Magalhães da Maros Corretora.

Já Marcelo Bueno disse ter andado em muitas lavouras de café conilon e confirmado que a oferta para esse tipo de grão é realmente grande. “Eu acredito sim no aumento da produção do café conilon e projeto que chegue em 16 a 17 milhões de saca neste ano.”

Enquanto isso, a Bolsa de Nova Iorque pode também ser afetada por essas especulações, jogando as cotações para baixo, já que os 46 milhões projetados no total não refletiriam grandes prejuízos na safra nacional para este ano. 

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Notícias Agrícolas

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