Na FOLHA:Vice de Marina, Beto Albuquerque, é deputado do PSB ligado a agronegócio

Publicado em 20/08/2014 08:52
Empresas do ramo estiveram entre as principais doadoras de suas campanhas

O PSB indicou nesta terça-feira (19) o deputado federal gaúcho Beto Albuquerque, 51, líder do partido na Câmara, para a vaga de vice na chapa de Marina Silva, que nesta quarta assumirá oficialmente a candidatura à Presidência pelo partido, após a trágica morte de Eduardo Campos em um acidente de avião.

O escolhido tem afinidade com o agronegócio --empresas do ramo estiveram entre as principais doadoras de suas últimas duas campanhas-- e trabalhou, na gestão Lula, pela edição de medida provisória que liberaria o plantio de soja transgênica.

Naquela época, Marina era ministra do Meio Ambiente e criticava a iniciativa.

O presidente do PSB, Roberto Amaral, que anunciou a indicação do vice, disse que a viúva Renata Campos era a candidata "dos sonhos", mas recusou a indicação para se dedicar aos filhos.

Integrantes do PSB de Pernambuco queriam uma liderança estadual como vice. Próximo à família do ex-governador e com apreço de Renata, o ex-secretário do governo de Campos Danilo Cabral chegou a ser considerado.

A cúpula do PSB, porém, optou por Albuquerque por acreditar que ele terá melhores condições de representar os interesses da sigla no debate com o grupo de Marina, a Rede Sustentabilidade.

Com base eleitoral no noroeste gaúcho, onde a agricultura sustenta a economia, ele defendeu interesses de cerealistas e empresas de celulose no Congresso.

Na eleição de 2010, companhias de sementes, beneficiadoras de grãos e empresas como a Celulose Riograndense e a Klabin compuseram metade das receitas do deputado gaúcho na campanha.

Suas últimas campanhas para deputado também receberam contribuições de uma empresa de defensivos agrícolas, de uma indústria de armas e de uma cervejaria.

O estatuto da Rede, de Marina, veda a arrecadação de doadores desses três ramos.

O deputado, ao mesmo tempo, também mantém vínculos com agricultores familiares do Estado. Albuquerque já foi duas vezes secretário de governos petistas no Rio Grande do Sul. Na última passagem, de 2011 a 2012, comandou a pasta da Infraestrutura e ajudou a criar a estatal de pedágios idealizada pelo governador Tarso Genro.

Deixou o cargo, se afastou do PT e ajudou Campos a ensaiar em 2013 uma aproximação com a senadora Ana Amélia Lemos, candidata do PP e ligada ao agronegócio.

Marina pressionou contra o acordo e o pernambucano acabou fechando coligação no Estado com o PMDB, do senador Pedro Simon. Ainda assim, Albuquerque e a ex-senadora tem boa relação.

Filiado desde os anos 80 e um dos principais articuladores da pré-campanha de Campos, é visto por correligionários como nome com forte vínculo com a história do PSB e com o ex-governador morto.

O primeiro ato de campanha dele com Marina deve ser uma caminhada no Recife, no fim de semana.

O economista Eduardo Giannetti, conselheiro da candidata, defendeu nesta terça ajuste rápido dos preços das tarifas públicas no ano que vem. "Quando o carimbam como tarifaço' soa como maldade, uma maldade contra a população. Maldade será quando faltar energia ou quando o setor de etanol quebrar e despedir centenas de milhares de pessoas."

FERNANDO RODRIGUES

Onda ou marolinha

BRASÍLIA - Há alguns anos Dilma Rousseff costumava guardar em seu laptop ou tablet réplicas de quadros que admirava. Ela gosta muito de "A grande onda de Kanagawa", do japonês Hokusai, com o mar se levantando, revolto e incontrolável, para tragar embarcações flutuando à sua frente. É uma onda semelhante que pode --ou não-- estar se formando agora na sucessão presidencial.

A chegada de Marina Silva como candidata do PSB, no lugar de Eduardo Campos, vai se transformar num maremoto indomável? É ingenuidade negar essa possibilidade só com argumentos racionais. Pouco tempo de TV, alianças regionais capengas ou partido desunido são elementos relevantes. Só que quando uma onda se forma, é difícil detê-la.

Num ambiente de tsunami eleitoral, dados cartesianos às vezes são desprezados pelo eleitor. Discussões dialéticas descem para o segundo plano da política. Em 1989 foi um pouco assim. É evidente que Fernando Collor de Mello não tem nada a ver com Marina Silva. Mas houve uma grande onda na primeira eleição presidencial direta pós-ditadura. Qualquer pessoa mais bem informada sabia o que viria com o candidato "collorido". Venceria a inorganicidade da política, o voluntarismo. A onda venceu. E deu no que deu.

Vale ressaltar: Marina Silva não é Collor, nem de longe. Mas agora, tal qual em 1989, ela tem como sua principal força motriz o desejo difuso de mudança. Uma sensação de que o Brasil até melhorou, mas pode avançar muito mais se houver uma troca geral do establishment político que manda no país há décadas. Dilma mostrou ontem na TV hidrelétricas, estradas e aeroportos. O PSB apareceu apenas homenageando Eduardo Campos, seu líder morto em 13 de agosto, quarta-feira passada.

Assim será a campanha. Razão X emoção. É impossível ainda prever se o PSB e Marina serão bem-sucedidos ou se a onda de hoje se transformará em marolinha mais adiante.

Na VEJA: Ascensão de Marina é o pesadelo do agronegócio

Ruralistas não enxergam vontade conciliadora na ex-senadora e o abismo entre ambientalistas ‘marineiros’ e o setor agrícola tende a se ampliar

Luís Lima
Após experiência

Experiência traumática com Marina: representantes do agronegócio temem restrições ao setor (Fernando Bizerra Jr/EFE/VEJA)

Se nenhuma outra reviravolta desancar o mundo da política nas próximas horas, a ex-senadora Marina Silva deve ser oficializada candidata à Presidência da República pelo PSB, substituindo Eduardo Campos, morto há uma semana num acidente aéreo em Santos. A chegada de Marina transforma o cenário eleitoral. E, diante das intenções de voto que suscitou na população já na primeira pesquisa Datafolha estampando seu nome, torna-se imprescindível recapitular como a virtual candidata enxerga determinados setores da economia – em especial o agronegócio, seu maior alvo no período em que ocupou cargos proeminentes da República. A ex-senadora foi combatente voraz da bancada ruralista do Congresso e votou contra o novo Código Florestal, considerado por muitos um avanço na legislação ambiental brasileira. Ainda que a breve campanha de Campos tenha amenizado, de certa forma, o ranço do setor em relação a sua então vice, não foi suficiente para apagar as divergências ideológicas. O site de VEJA ouviu especialistas e políticos que apontam barreiras possivelmente instransponíveis entre a visão da ex-senadora sobre  a exploração da terra pela agricultura e aquela dos donos de terras.

A decisão sobre a candidatura de Marina será oficializada na reunião da Executiva Nacional da sigla, marcada para esta quarta-feira, em Brasília. Nela, também será chancelado o nome do vice, o deputado federal Beto Albuquerque (PSB-RS), o que não representa nenhum alívio nas desavenças. De acordo com aliados, o aval de Marina para a escolha de Albuquerque foi influenciado, entre outras coisas, pelo fato de o deputado ter se esforçado para costurar a aliança do partido com o candidato ao governo do Rio Grande do Sul José Ivo Sartori (PMDB), evitando uma aproximação com a ruralista Ana Amélia (PP). Diante da impossibilidade de diálogo entre “marineiros” e empresários do setor agrícola, caberá a Albuquerque, já desgastado pelo episódio político, fazer as vezes de conciliador. O socialista tem bom trânsito entre empresas de celulose e produtores de cereais gaúchos, que são, inclusive, importantes doadores de sua campanha, mas guarda distância dos grandes produtores de soja do Mato Grosso e do Norte do país -- os mais influentes em Brasília.

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Para quebrar a resistência, Marina e seus seguidores precisariam reavaliar muitas de suas convicções sobre o agronegócio e o novo Código, afirma Ricardo Tomczyk, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja). Segundo um levantamento feito pelo Centro de Liderança Pública (CLP), em parceria com a Economist Intelligence Unit (EIU), consultoria ligada à revista The Economist, entre 2012 e 2013, uma das poucas melhoras no ambiente de negócios no Brasil foi justamente a melhora na regulamentação ambiental proporcionada pela nova legislação. Contudo, o próprio Tomczyk reconhece que as chances de mudança são rêmoras. “Não acredito que haverá um apoio formal do setor a Marina, pelo menos em um primeiro momento, dado o histórico traumático que tivemos durante sua gestão como ministra do Meio Ambiente, de 2003 a 2008”, afirmou. Segundo ele, a resignação da ex-senadora em relação à entrada em vigor do Código é primordial para que o setor continue funcionando de forma estável. “Caso isso não aconteça, o relacionamento ficará insuportável”, disse.

Em sabatina na sede da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), no início de agosto, Eduardo Campos defendeu sua vice e buscou aproximar a relação entre produção agrícola e sustentabilidade. “É uma agenda que parece que quem está no campo está derrubando a Mata Atlântica, defendendo o trabalho escravo e sendo contra a reforma agrária. Esse ambiente não é de futuro", afirmou o socialista. Em 2010, quando candidata pelo Partido Verde (PV), Marina nem chegou a comparecer ao evento. “O problema é que bandeiras históricas que nós defendemos não são as mesmas bandeiras dela”, afirmou o deputado federal Luiz Carlos Heinze (PP-RS), presidente da frente parlamentar da agropecuária no Congresso.

Para o deputado federal Ronaldo Caiado (DEM-GO), o jogo de cintura na hora da gestão contava a favor de Campos, mas o mesmo não ocorre com Marina. O deputado elogia a experiência do político pernambucano, por ter sido governador, e saber o que era administrar, diferente de Marina, “que se baseia em dogmas, preconceitos e teses lunáticas e ultrapassadas, principalmente no plano da agropecuária”. Segundo ele, durante sua gestão como ministra, Marina prestou um grande desserviço ao setor, se posicionando fortemente contra o avanço de pesquisas na área de transgênicos e atrapalhando, inclusive, o trabalho da Embrapa. “Como governante, você deve ter a noção clara de que não se pode governar o Brasil sem dialogar com o único setor que deu certo na economia nacional, que é o agronegócio.” O deputado rompeu o acordo que firmara com o PSB de Goiás, após a filiação de Marina ao partido, no início de outubro.

Nem tudo está perdido – Apesar da descrença de muitos representantes do setor, há quem acredite que o cenário de aversão a Marina pode ser parcialmente revertido. Para o diretor da consultoria Agroicone, André Nassar, ela ainda pode conquistar uma parcela dos produtores se adequar seu discurso às expectativas do setor. “Uma fala que os produtores não gostam, por exemplo, é a tese de Marina sobre o bom e mau agronegócio”, disse. Na avaliação de Nassar, o primeiro está comprometido com o cumprimento de leis e incorporou princípios de sustentabilidade. Já o segundo tem, sobretudo, uma visão produtivista, sem se preocupar com o meio ambiente. “Se ela perceber que ela pode ganhar a eleição, acredito que terá uma preocupação maior em adaptar o discurso, sem abrir mão da necessidade de punir quem desmatou ilegalmente”, acrescentou.

No setor sucroalcooleiro, há também um certo otimismo. Representantes esperam que Marina mantenha o discurso conciliador de Campos. “Ele fez defesas também em nome de Marina, então acreditamos que ela dará continuidade ao que estava sendo dito", afirmou Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) e sócio-diretor da Canaplan. "Não acredito que qualquer que seja o substituto, a própria Marina ou outra pessoa, irá rasgar o discurso que Eduardo Campos construiu nos últimos tempos", disse André Rocha, presidente do Fórum Nacional Sucroenergético.

Já a CNA informou, em comunicado divulgado nesta terça-feira, que não se pronunciará – pelo menos oficialmente – sobre a candidatura da ex-senadora. Diz a nota que “não é papel da entidade assumir posição em relação aos presidenciáveis no processo eleitoral”. A entidade, principal defensora, no campo privado, dos interesses agrícolas, afirmou que seu único papel é o de “transmitir, aos que postulam a Presidência os problemas e necessidades do setor agropecuário”. O diálogo com tribos discordantes, sabe-se, não é o forte de Marina. Por isso Campos servia como interlocutor ideal, amortecendo o impacto das críticas desferidas pela companheira de legenda a seus desafetos. Sem Campos, a lacuna política é desoladora. E as dificuldades do partido em reduzir o abismo ideológico tampouco parecem de fácil solução. Caberá a Marina escolher aprofundar a distância ou tentar a conciliação. Optar pelo segundo é uma forma de mostrar traquejo político – característica abundante em Campos, e apenas nele.

(Com Estadão Conteúdo)

'Marina e eu vamos reiterar compromissos de Campos', diz Beto Albuquerque

O deputado federal foi escolhido pelo PSB para ocupar a candidatura de vice na disputa presidencial. Executiva do partido deve consolidar chapa na quarta

Talita Fernandes
O deputado Beto Albuquerque, líder do PSB na Câmara, assumirá cargo de vice na disputa presidencial

O deputado Beto Albuquerque, líder do PSB na Câmara, assumirá cargo de vice na disputa presidencial (Zanone Fraissat/Folhapress)

Escolhido para ocupar o cargo de vice ao lado de Marina Silva na chapa do PSB que disputa a Presidência da República, o deputado federal Beto Albuquerque (PSB-RS) disse estar honrado em receber a missão e afirmou que não haverá mudança de discurso. “Há um programa de governo que tem que ser honrado. Há propostas apresentadas por Eduardo Campos que serão mais que honradas, executadas com a vitória que vamos construir nas ruas com apoio do povo. A Marina e eu vamos reiterar esses compromissos. Não há necessidade de documento nenhum", disse, esclarecendo que o partido não exigirá que Marina Silva assine uma carta de compromisso com o PSB.

Albuquerque se pronunciou no Recife, logo após a missa de sétimo dia de Eduardo Campos, morto em acidente aéreo na semana passada. Ele retornou à capital pernambucana na manhã desta terça para se reunir com o presidente do PSB, Roberto Amaral e Carlos Siqueira, secretário-geral do partido. O encontro, realizado na casa da viúva de Campos, Renata, contou com a participação de lideranças locais do partido, como o candidato ao governo de Pernambuco, Paulo Câmara, o prefeito do Recife, Geraldo Júlio, e o ex-ministro e candidato ao Senado, Fernando Bezerra Coelho. “Quero dizer que eu recebi um convite ainda ontem à noite (segunda), no final da noite, para que viesse aqui conversar com ela (Renata). Estive nessa conversa hoje junto com o prefeito Geraldo Júlio, com Paulo Câmara, com Sileno (Guedes, presidente do PSB-PE)", disse Albuquerque.

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A chapa foi oficializada à noite, em nota do PSB – o presidente da legenda, Roberto Amaral, disse que ela será sacramentada nesta quqrta, em Brasília. O nome do parlamentar estava entre os mais cotados, graças à sua ligação com Campos e ao fato de ter bom relacionamento com Marina. Renata Campos, que chegou a ser cogitada para assumir o cargo de vice, negou a oferta e afirmou que seu foco será cuidar dos cinco filhos. Segundo Amaral, Renata “seria a candidatura dos sonhos, a candidatura da unanimidade”. “Ela, porém, declinou do convite, emocionada, principalmente com os apelos que ela recebeu nas ruas da população, das pessoas pobres, que estavam chorando, acompanhando o félitro, agradece as manifestações de apreço, mas no momento a prioridade dela é cuidar da família e dedicar-se à campanha do Paulo (Câmara).”

Na segunda-feira, em evento com a militância do PSB-PE, Renata afirmou que 'participará por dois' na campanha eleitoral, e deixou claro que se empenhará na eleição de Câmara como governador de Pernambuco. A ausência do marido deixa o partido, e o Estado, sem uma forte liderança. 

Inicialmente, o partido pretendia realizar nesta terça um encontro em Brasília para discutir os novos candidatos, mas decidiram fazer uma reunião com Renata, para que a escolha também tivesse, de certa forma, o aval da viúva. “Nós escolhemos fazer este anuncio aqui em Pernambuco em homenagem a Arraes, em homenagem a Eduardo, em homenagem a Renata e homenagem a Paulo Câmara, o nosso candidato a governador, em cuja eleição nós nos empenhamos fortemente. A eleição estadual aqui adquire um caráter nacional. Está sendo encarada nacionalmente pelo partido com essa característica", disse Amaral. Já Albuquerque também tentou se aproximar da ala pernambucana do PSB. “Saio daqui mais pernambucano do que nunca.” Segundo ele, o PSB "está 100% unificado em honrar este legado de Eduardo Campos". Após o evento, os membros do partido indicaram que a campanha presidencial deve ser retomada no próximo fim de semana, com agenda em Recife.

Alianças — Albuquerque aproveitou sua fala para dizer que as alianças regionais, firmadas por Campos, serão mantidas. “Foi assim que pudemos fazer nessa conjuntura de muitos Brasis dentro do Brasil. Cada Estado tem sua realidade. Não há nenhum estresse sobre isso e a Marina está absolutamente engajada nesse projeto junto com a gente, então não há necessidade de qualquer tipo de documento", disse. Uma das principais preocupações do partido, e dos aliados regionais, é se Marina manterá alianças costuradas por Campos, especialmente em Estados que vão de encontro com as convicções da ex-senadora, como São Paulo, Paraná e Santa Catarina, por exemplo, onde o PSB está aliado com o PSDB. 

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Folha de S. Paulo + veja.com

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