Preço do boi gordo cai ao menor nível em quase 20 meses por Carne Fraca; BB anuncia apoio

Publicado em 29/03/2017 15:50

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Por Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) - O preço da arroba do boi gordo no mercado do Estado de São Paulo, importante referência nacional, está sendo negociado no menor nível desde 18 de agosto de 2015, com impacto da operação Carne Fraca, que resultou em embargos ao produto brasileiro e afastou muitos frigoríficos das negociações.

A arroba foi negociada a 140,98 reais nesta terça-feira, de acordo com dados apurados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), com recuo de quase 3 por cento desde o início da operação da Polícia Federal anunciada em meados no mês.

O valor médio no acumulado de março está 0,9 por cento inferior ao de fevereiro e 7,7 por cento abaixo do de março de 2016, em termos nominais.

"O setor pecuário ainda vem absorvendo os impactos da Operação Carne Fraca... Em meio a muitas especulações e também aos recentes embargos por parte de importantes países à carne brasileira, pecuaristas e especialmente representantes de frigoríficos saíram do mercado, resultando em quedas nos preços da arroba", afirmou o Cepea em nota nesta quarta-feira.

Muitas unidades já paralisaram as atividades, postergando os abates que já haviam sido programados com pecuaristas, apesar de os principais importadores da carne do Brasil, como China, Hong Kong e Egito, terem anunciado a retomada das compras do produto nacional, com exceção das 21 unidades investigadas na operação, que tiveram as exportações suspensas pelo Ministério da Agricultura.

A gigante JBS, maior produtora global de carnes, anunciou nesta quarta-feira que dará férias coletivas aos funcionários de dez de suas 36 unidades de bovinos no Brasil, colocando mais pressão no mercado.

BB AJUDA

Diante da pressão de preços no mercado físico, Banco do Brasil, maior financiador do agronegócio do país, anunciou nesta quarta-feira novas linhas de crédito de 1 bilhão de reais para pecuaristas, além da repactuação de operações de custeio para criadores de bovinos que estão em dificuldades.

"O objetivo do Banco do Brasil é apoiar os produtores rurais pecuaristas que possam apresentar dificuldade momentânea para comercializar sua produção", afirmou o Banco do Brasil em nota.

Uma das novas linhas é voltada para a retenção de bezerros, matrizes e bois, permitindo aos produtores aguardarem a retomada de preços do mercado para comercialização.

A outra iniciativa é uma alternativa de financiamento, com recursos próprios do banco, envolvendo a aquisição de bovinos para recria e engorda.

As novas linhas possuem prazo de até dois anos e utilizam recursos captados da LCA. As taxas variam entre 9,9 e 12,75 por cento ao ano.

A instituição oferecerá ainda a seus clientes pecuaristas a possibilidade de prorrogar, por um ano, operações de custeio e investimento com vencimento entre março e junho deste ano. Essa medida pode beneficiar 77 mil clientes que possuem 4,7 bilhões de reais em operações passíveis de prorrogação. O banco manterá as taxas das operações originais.

(Edição de Luciano Costa)

Nota Oficial: BB anuncia medidas de repactuação e linhas de crédito de R$ 1 bilhão para pecuária

O Banco do Brasil anunciou nesta quarta-feira, 29, que oferecerá a seus clientes pecuaristas a possibilidade de prorrogar, por um ano, operações de custeio e investimento com vencimento entre março e junho deste ano.

A medida pode beneficiar 77 mil clientes que possuem R$ 4,7 bilhões em operações passíveis de prorrogação. O Banco manterá as taxas das operações originais.

O objetivo do Banco do Brasil é apoiar os produtores rurais pecuaristas que possam apresentar dificuldade momentânea para comercializar sua produção.

As agências do Banco do Brasil já estão preparadas para atender os pecuaristas a partir de amanhã, 30.

- Novas linhas de crédito oferecem R$ 1 bilhão a pecuaristas

Para as novas operações, o BB destina R$ 1 bilhão em duas soluções de empréstimos.

Uma delas é voltada para a retenção de bezerros, matrizes e bois, permitindo aos produtores aguardarem a retomada de preços do mercado para comercialização.

A outra iniciativa é uma alternativa de financiamento, com recursos próprios do Banco, envolvendo a aquisição de bovinos para recria e engorda.

As novas linhas possuem prazo de até dois anos e utilizam recursos captados da LCA. As taxas variam entre 9,9% e 12,75% a.a.

Maior parceiro do agronegócio, a carteira de crédito do Banco do Brasil atingiu R$ 179,8 bilhões em dezembro de 2016. A contribuição da bovinocultura neste montante é de 20,9%.

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Fonte:
Reuters + Banco do Brasil

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2 comentários

  • José Luiz de Lemos Cerejeiras - RO

    É MELHOR VENDER BARATO OU FAZER COMODATO DE PASTO PARA O BANCO DO BRASIL????

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  • joão Lunardi SÃO JOSÉ DOS QUATRO MARCOS - MT

    Com a baixa rentabilidade do setor a taxa de juros cobrada pelo BB é exorbitante... Usem esse dinheiro para investir em outro setor porque na pecuária essa taxa não serve . A taxa tem que ser de 3% a.a de longo prazo, no minimo 6 anos e com 3 de carência. Além dos 12,75%, tem as despesas com avaliação da propriedade , tem 0,50% do projeto , tem registro da cédula e tem também um produtinho que o gerente exige pra liberar . Em resumo isso deve ir pra uns 17 % , mole mole

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    • carlo meloni sao paulo - SP

      E" O FAMOSO CUSTO BRASIL

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