Mais da metade dos produtores rurais tem rentabilidade zero, alerta Aprosoja Brasil

Publicado em 10/04/2018 12:32

Os maiores desafios para a produção agropecuária brasileira passam pelo aumento da rentabilidade do produtor rural. A constatação foi feita nesta segunda-feira (9/4), em Londrina (PR), pelo presidente da presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Marcos da Rosa. Ele participou de um dos painéis do Fórum do Agronegócio 2018, que teve como tema “O protagonismo do agro brasileiro no mundo”. Ao participar de um painel que debateu “Inovação no Agro e na Agroindústria: as demandas mundiais e os desafios na produção sustentável de alimentos”, o dirigente disse que o aumento da rentabilidade para o produtor rural depende da colocação em prática de um plano de desenvolvimento para a nação brasileira. “Sempre que eu falo em desafios, eu digo que a FAO (Fundação das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) não precisa se preocupar com a segurança alimentar em 2050. Cerca de 56% da soja consumida pelo povo chinês é brasileira. O grande desafio passa por melhorar a rentabilidade do produtor. Hoje, para 55% do produtor, a rentabilidade é zero”, alertou ao explicar que a produtividade média dos produtores é suficiente apenas para pagar os custos de produção.

 “Precisamos ter crescimento sem prejudicar a população brasileira, que enfrenta alta carga tributária e sérios problemas com infraestrutura. Nossa infraestrutura é equivalente a colocar 25 pessoas dentro de um fusca”, acrescentou. Marcos da Rosa lembrou ainda que o país tem condições de enfrentar o comércio internacional, mas lamentou que o produtor seja massacrado por campanhas que denigrem a imagem do agro brasileiro. “Nós produzimos grãos em apenas 7,5% do território nacional. Somos uma ameaça para os Estados Unidos e a salvação para a China. Plantamos soja em apenas 3,5% do país. Nós não usamos o Brasil”, afirmou. Promovido pela Sociedade Rural do Paraná, o evento tem por objetivo consolidar as bases para o fortalecimento da marca Agro Brasil pelo mundo, estimulando a presença da cadeia produtiva de forma integrada, além e troca de experiências e intercâmbio entre as diversas cadeias produtivas. Fizeram parte do painel o presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Marcelo Vieira, o presidente da Abramilho, Alysson Paolinelli, o presidente do Conselho de Administração da Cocamar, Luiz Lourenço, o presidente da John Deere, Paulo Herrmann, o presidente da Associação Brasileira de Logística e Transporte de Cargas (ABTC), Pedro Lopes, e a presidente do Instituto Brasileiro de Incentivo Social Ambiental (Ibisa), Mônica Bergamaschi.

Destinado a produtores, o evento também teve a presença do representante da FAO no Brasil, Alan Bojanic, da senadora Ana Amélia (PP-RS), do coordenador do Centro de Estudos de Agronegócio da FGV, Roberto Rodrigues, do diretor executivo da Abag, Luiz Cornacchioni, entre outros nomes ligados ao tema.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Fonte:
Aprosoja Brasil

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

1 comentário

  • Sergio Aquiles Bellotto Palmital - SP

    O grande problema hoje para o produtor rural que tem somente a agricultura como fonte de renda é a concorrência de pessoas que tem outras fontes, como políticos, funcionarios públicos ou privados, comerciantes que usam a agricultura para lavar dinheiro, etc... eles fazem uma agricultura com custos elevados e produtividade que às vezes nem paga os custos, mas acabam impactando no volume de produção, trazendo grande oferta de commodities e fazendo baixar os preços.... inflacionam o mercado de arrendamento de terras e os preços das áreas.... pobre daquele agricultor pequeno ou médio que tem só a agricultura como fonte de renda.

    0
    • elcio sakai vianópolis - GO

      Se em Palmital está assim, imaginem aqui no entorno de Brasília. Tem produtor colhendo acima de 75 sacas de soja por há e comprando fazenda quase anualmente...

      0
    • carlo meloni sao paulo - SP

      Acredito que o comerciante que lava dinheiro do comercio por trabalhar sem notas, ou de medicos ou funcionarios publicos para esquentar entradas ilicitas, utilizando a via agricola para essa finalidade tende a ser restrita. A atividade agricola e' muito arriscada por causa do clima, entao esse pessoal planta bem pouquinho e fazem a roça render montanhas de dinheiro... tenho conhecidos que fazem isso, mas muitos preferem a pecuaria, que da' menos trabalho.

      8
    • geraldo emanuel prizon Coromandel - MG

      Não é por acaso que qualquer artista, especialmente cantores, assim que começam a ganhar dinheiro a primeira providência é comprar um fazenda. A grosso modo você sai de um imposto de 27,5% ou 32,0%, para um de 20% da receita bruta, o que corresponde a 5%.

      0
    • Tiago Gomes Goiânia - GO

      O que mais temos no Brasil é lavagem de dinheiro utilizando atividades rurais, principalmente pecuária. Nessas andanças pelo Brasil, principalmente no Centro Norte, o que mais nos deparamos são com fazendas compradas por supostos empresários, fazendas parcialmente abandonadas, e em muitos casos conversamos com funcionários que dizem que nunca viu o dono e que vem um representante dele quando muito de ano em ano. No mais eles resolvem tudo por telefone.

      No mais tudo é resolvido por telefone. A Receita Federal vem tentando apertar o cerco, no entanto, não há vontade política para apertar o cerco, até muito dos que estão nessas atividades ilicitas são politicos.

      Ou seja, são fazendas que trabalham com as contas no vermelho, mas o crime de sonegação ou ocultação de dinheiro ilícito compensa. Via de regra são fazendas de pecuária de corte. Pior que esses caras ainda depreciam o mercado, com uma oferta artificial de produtos agropecuários.

      0
    • Tiago Gomes Goiânia - GO

      Ou seja são fazendas que trabalham com as contas no vermelho, mas o crime de sonegação ou ocultação de dinheiro ilícito compensa. Via de regra são fazendas de pecuária de corte. Pior que esses caras ainda depreciam o mercado, com uma oferta artificial de produtos agropecuários.

      0
    • elcio sakai vianópolis - GO

      É difícil né Tiago Gomes, se conhecemos quem está lavando dinheiro e a receita federal nada pode fazer, então, no momento, o crime compensa muito.

      0
    • marcos antonio almeida Batatais - SP

      Sérgio Bellotto, você tem toda razão ... sou testemunha desses sistemas de produção ... na minha região tem várias fazenda de políticos produzido soja e carne com altos custo de produção, sendo que o resultado não paga nem o custo, muito menos dá lucro -- devido aos altos investimentos que impossibilitam retorno financeiro com a agricultura nos níveis atuais... os investimentos em fazenda são apenas para lavagem de dinheiro... Impactando, porém, nossa atividade.

      0